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contradição

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Contradição (princípios de)

O princípio da contradição fraco diz que de duas sentenças quaisquer, das quais uma é a negação da outra (no sentido genuíno, isto é, sem relativização em aspectos diversos), pelo menos uma não deve ser verdadeira. O princípio da contradição forte é o fraco juntamente com a afirmação de que de duas sentenças das quais uma é a negação da outra ao menos uma deve ser verdadeira. O princípio da contradição forte significa, portanto, que de duas sentenças quaisquer, das quais uma é a negação da outra, exatamente uma não deve ser verdadeira (e, por isso, exatamente uma deve ser verdadeira). A grande importância do princípio da contradição reside, entre outras coisas, em seu emprego na práxis dialética: se da verdade hipoteticamente aceita de uma afirmação A concluímos de modo logicamente correto (normalmente empregando pressupostos) que uma sentença S assim como sua (genuína) negação, não-S, são verdadeiras — isto é, uma contradição (genuína) —, então, de acordo com o princípio da contradição fraco, que está contido no forte, se revela que A não é verdadeira (se A fosse verdadeira, ocorrería, de modo logicamente necessário, uma infração do princípio da contradição fraco). Além disso, segundo o princípio da contradição forte, resulta disso o fato de que a negação de A, não-A, é verdadeira (só assim o princípio da contradição forte não é violado). De acordo com isso, portanto, a forma argumentativa da assim chamada reductio ad absurdum — o elenchos mais forte de todos — baseia-se no princípio da contradição forte (no qual está contido o princípio da contradição fraco, que também é operante em toda reductio). Em termos da linguagem-objeto — ou seja, evitando o conceito de verdade da meta-linguagem —, o princípio da contradição fraco diz o seguinte: é impossível que A e não-A (e aqui se pode empregar para “A” uma sentença qualquer, e se deve apreender tese e antítese sem relativização em aspectos diversos — momentos diferentes, por exemplo). E o princípio da contradição forte diz, em termos da linguagem-objeto: é impossível que A e não-A, e também impossível que não A nem não-A. [SHÄFER]