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adelphos

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Segundo o "DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO  " de Coenen & Brown, a palavra adelphos (composta de delphys, seio materno, e o alfa copulativo) significa nascido da mesma mãe; ou seja originário da mesma fonte, da mesma matriz. Em princípio se utiliza para designar ao carne - irmão carnal; consequentemente adelphe significa a irmã; o plural masculino significa também irmãos (ou seja, o conjunto de irmãos e irmãs); não obstante, o vocábulo designa qualquer parentesco de proximidade, como cunhado, primo, etc..

O emprego da palavra adelphos para designar ao correligionário, fé - ao que professa a mesma fé, parece ter sido introduzido sob influências orientais. O termo foi empregado correntemente no culto de Baal. No culto de Mitra, os iniciado - iniciados eram chamados irmãos; na cúspide da hierarquia clerical estava o pater fratrum. Na filosofia merece menção o Estoicismo, no qual o conceito de irmão tem um sentido muito profundo e se aplica a toda a humanidade. Finalmente, para o sistema que admite o monismo do espírito (Plotino  ), todos os seres do mundo são adelphoi.

A fraternidade pregada por Paulo em Romanos está regida pela agape. Paulo utiliza em suas cartas preferencialmente como saudação o plural adelphoi combinado com agapetoi, caríssimos irmãos.

As passagens do NT que utilizam o termo plesion, próximo, remetem quase todas, direta ou indiretamente, ao mandamento de amar o próximo (Lev 19,18). Na parábola do Bom Samaritano, Jesus leva ao absurdo a discussão rabínica de próximo - quem é o próximo. Plesion é um vocábulo que aparece desde Homero   com este sentido. Na Septuaginta, traduz o hebraico rea, que vem da raiz ra’ah, ter trato ou familiaridade com alguém.


Schumacher  : A GUIDE FOR THE PERPLEXED A educação se apresenta como o exemplo clássico de um problema divergente, e assim certamente a política, onde o mais frequente par de opostos encontrado é "liberdade" e "igualdade", que de fato significa liberdade versus igualdade, igualdade versus liberdade. Pois se a questão é deixada fluir livremente, i.é. deixada por conta própria, o mais forte prosperará e o mais fraco sofrerá, e não haverá qualquer traço de igualdade. Forçar a igualdade, por outro lado, requer cercear a liberdade — a não ser que algo intervenha a partir de um nível mais alto. Não sei quem cunhou o slogan da Revolução Francesa [alguns dizem que foi Louis-Claude de Saint-Martin   (1743-1803) que assinava suas obras como O Filósofo Desconhecido]; ele deve ter sido uma pessoa de raro insight. Para o par de opostos, liberdade versus igualdade, irreconciliável na lógica ordinária, ele adicionou um força neutra - terceiro fator ou força — fraternidade, irmandade — que vem de um nível mais alto. Como reconhecemos força neutra - este fator como vindo de um nível mais alto que a liberdade ou a igualdade? Estes últimos podem ser instituídos por ação legislativa e mantidos à força, mas a fraternidade é uma qualidade humana além do alcance das instituições, além do nível de manipulação. Ela pode ser alcançada, e de fato é frequentemente realizada, mas somente por pessoas, indivíduos, mobilizando suas próprias forças e faculdades, em resumo, se tornando melhores pessoas. "Como fazer pessoas se tornarem melhores?" Esta questão é constantemente perguntada, e mostra tão somente que o ponto essencial foi então perdido. A ideia de fazer pessoas melhores pertence ao nível da manipulação, o mesmo nível ao qual os opostos existem e ao qual sua reconciliação é impossível.