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quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

VIDE: IRA DIVINA; PATHOS; TANQUEREY   IRA

EVANGELHO DE JESUS: Mt 3:7; Mc 3:5; Lc 3:7; Lc 21:23; Jo 3:36; Rom 1:18; Rom 2:5-8


Philokalia   [http://lesvoies.free.fr/spip/mot.php?id_mot=94">CITAÇÕES DOS PADRES (em nosso site francês)

Cólera ou impaciência - na linguagem bíblica fala-se literalmente de "brevidade de sopro", ou "respiração curta". A cólera nos faz perder o alento; ficamos com a respiração curta e rápida; sufoca-se, como possuído.

Uma das principais causas da cólera é a não aceitação dos outros enquanto tal, especialmente se não correspondem à imagem que se tem deles; o espírito se irrita, o ressentimento desponta; é um sinal de imaturidade, que nada tem a ver com o sentimento justo de indignação diante de uma injustiça.

O antídoto indicado pelos padres da Philokalia é o perdão, no sentido etimológico de nossa língua, onde per-doar é aquela atitude de deixar passar por nós (per-) o doar divino que se dá a todo instante. O trabalho sobre a respiração, embora delicado, pode ser um complemento importante.


Teodoro o Grande Asceta  : Não deixeis ódio e ira fazerem sua morada em vós; pois "um homem irado não é dignificado" (Prov XI, 25), enquanto a sabedoria habita nos corações dos mansos (praotes). Se a paixão (pathos) do ódio domina sua alma (psyche), aqueles que vivem no mundo provarão serem melhores que vós, e sereis envergonhado como sem valor para a solidão (monos) monástica. Uma Centúria de Textos Espirituais (Philokalia-en)

Máximo o Confessor:
O tolo sob ataque das paixões (pathos), quando provocado pelo ódio, é insensatamente compelido a deixar seus irmãos. Mas quando inflamado pelo desejo (thymikon) rapidamente muda sua mente e busca sua companhia. Uma pessoa inteligente comporta-se diferentemente em ambos os casos. Quando o ódio dispara corta sua fonte de perturbação e assim se livra de sua sensação de irritação contra seu irmão. Quando o desejo é supremo verifica cada impulso desregrado e cada conversa ao acaso. Quarta Centúria do Amor (Philokalia-en)
Se queres dominar teus pensamentos (logismos), concentres nas paixões (pathos) e facilmente dirigirás os pensamentos que dela se levantam em teu intelecto (nous). Com relação a não castidade, por exemplo, jejue e mantenha vigílias, trabalhe e evite encontrar pessoas. Com relação ao ódio e ressentimento, sejas indiferente à fama, desonra e coisas materiais. Com relação ao rancor, ores por aquele que te ofendeu e serás liberto. Terceira Centúria do Amor (Philokalia-en)

Cassiano  : Cassiano Collatio XVI-27 - CONFERÊNCIAS

Philokalia-Therapeutes - Jean-Claude Larchet  :

A paixão da cólera procede do ‘poder irascível da alma’ (thymikon) e compreende todas as manifestações patológicas da agressividade.

O aspecto irascível foi dado por Deus quando da criação e faz parte de nossa natureza. Deve permitir ao homem lutar contra as tentações (peirasmos) e o tentador (diabolos), evitando o pecado (hamartia). Desviada desta função natural, a cólera se volta contra o colérico e contra o próximo, especialmente.

A intransigência com o próximo leva à cólera, e em sua fase crônica ao ressentimento (menis) que se esconde no homem, enquanto lembrança perpétua de uma ofensa, de uma humilhação, de uma injustiça sofrida, daí um certo rancor (mnesikakia) e o ódio (misos ou kotos). O mau humor constante, o azedume, a irritação (ozukolia), a impaciência são rebentos nocivos desta paixão.

Teofano o Recluso  :

"Que el sol no se ponga sobre vuestra cólera. No deis lugar al diablo" (Ef. 5, 26-27). El diablo no tiene acceso al alma si ésta se cuida de las pasiones. Entonces, en efecto, ella es transparente y el diablo no puede verla. Pero cuando ella tolera que una pasión se despierte y lo conáente, ella se oscurece y el diablo la ve. Se acerca rápidamente y comienza a gobernarla. Dos pasiones turban especialmente el alma: la lujuria y la cólera. Cuando el demonio logra enredar a alguien en los hilos de la lujuria, lo deja a solas con sus tormentos, no se ocupa más, salvo tal vez para turbarlo un poco con la cólera. Pero si el hombre no se deja tomar por la lujuria, el demonio se apresura a incitarlo a la cólera y lo rodea de una multitud de cosas irritantes. Aquél que no discierne el engaño del tentador, se deja arrastrar por el enervamiento, permitiendo a la cólera dominarlo y así "da lugar al diablo". Por el contrario, aquél que domina inmediatamente en sí mismo todo asalto de la cólera, resiste al demonio y no le da ningún lugar. La cólera "da lugar al diablo" cuando se la considera como justa y como legítima la satisfacción que procura. Entonces el enemigo penetra en el alma y comienza a sugerir pensamientos de los cuales cada uno es más irritante que el anterior. El hombre resulta pronto inflamado, como si fuera todo de fuego. Es el fuego del infierno. El desdichado se imagina que arde de celo por la justicia, cuando, en realidad, no puede haber ninguna justicia en la cólera (Je. 1, 20). Esa es la forma de ilusión propia de la cólera; tal como existe otra forma de ilusión propia de la lujuria. Aquél que domina rápidamente la cólera disipa esa ilusión y rechaza al diablo como si le diera un buen golpe en el medio del pecho. ¿Y existe alguien que, después de haber extinguido en sí la cólera, y analizado lealmente todo el asunto, no descubre que su irritación descansaba sobre una equivocación? Pero el enemigo da al error la apariencia del buen derecho y hace semejante montaña con ello, que se podría creer que el universo entero va a derrumbarse si no obtenemos satisfacción.

Me decís que no podéis dejar de experimentar resentimiento y hostilidad. ¡Muy bien! Pero gastad vuestra agresividad contra el demonio, y no contra vuestro hermano. Dios nos ha dado la irascibilidad como una espada para traspasar al demonio y no para dañarnos mutuajnente. Golpead al enemigo, exterminadlo, encaminaos sobre él tanto como queráis. Terminad vuestra victoria mostrándoos amables y buenos con vuestro prójimo. "Que yo pierda mi fortuna, mi honor y mi gloria; ese miembro de mí mismo me es más precioso que todo". Digamos esto los unos de los otros, y no hagamos daño a nuestra propia carne por un asunto de dinero o de fama.


Simbolismo Jerônimo Bosch: SETE PECADOS CAPITAIS