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Brahma-sûtra

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

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    Mitologia
    Mircea Eliade  : Excertos de "História das Crenças e das Ideias Religiosas"

A mais velha obra que chegou até nós, os Brahma-sûtra, atribuída ao rishi Bâdarâyana, foi provavelmente redigida no começo da nossa era. Mas ela não era, certamente, a primeira, pois Bâdarâyana cita os nomes e as ideias de numerosos autores que o precederam. Por exemplo, ao discutir as relações entre os atman individuais e Brahman, Bâdarâyana fala de três teorias diferentes, e lembra os nomes de seus mais ilustres representantes. De acordo com a primeira teoria, atman e Brahman são idênticos; afirma a segunda que atman e Brahman são, até a libertação, totalmente diferentes e separados; por fim, conforme o terceiro Mestre vedantino, os atman têm essência divina, mas não são idênticos a Brahman (Brahma-sûtra, I, 3, 21).

Ao discutir as teorias até então propostas, Bâdarâyana tinha muito provavelmente por objetivo a articulação de uma doutrina que proclama Brahman como a causa material e eficiente de tudo o que existe, e, ao mesmo tempo, como fundamento dos atman individuais; essa doutrina admitia, no entanto, que os libertados continuam a existir eternamente como seres individuais autônomos. Infelizmente, a compreensão dos 555 aforismos que constituem os Brahma Sutras é bastante difícil sem o auxílio de comentários. Singularmente concisos e enigmáticos, esses sütras serviam mais como um compêndio; é provável que o seu sentido fosse esclarecido por um mestre. Entretanto, os primeiros comentários foram esquecidos e, por fim, desapareceram, depois da interpretação genial dada por Sankara  , por volta do ano 800 da nossa era. Conhecem-se apenas os nomes de alguns autores e certo número de citações (Ver H. de Glasenapp, La philosophie indienne, pp. 145 s.).