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condição temporal

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

CECH - CONDIÇÕES DA EXISTÊNCIA CORPORAL NO HINDUÍSMO

Na "origem" se situa o "ponto sem dimensão" e "na aurora" da manifestação corporal se coloca o movimento. "O ponto é o símbolo do ser em sua unidade". Embora sem forma, "contém em potência o espaço", o qual realizado em ato, será por sua vez o continente de todas as formas do mundo físico, e corporal por conseguinte.

A extensão "existe em ato" desde que o ponto se exteriorize sem no entanto já intervir o tempo ou um início temporal. Trata-se da extensão "principial", ideal, concebível de um princípio compreendendo a integralidade da extensão da qual é suscetível a extensão e logo não limitada à única extensão corporal que desta é apenas uma modalidade.

O tempo somente intervirá quando se considerar as duas posições do ponto como sucessivas, quando anteriormente, "a relação de causalidade que existe entre elas implica sua simultaneidade".

É a sucessão que partindo do modo temporal tem por resultante a distância; esta medindo de certo modo a amplitude do movimento vibratório.

Sem a coexistência da simultaneidade com a sucessão, o movimento ele mesmo não seria possível. Todos os corpos se movem sempre no tempo, o qual se torna, segundo René Guénon, uma nova dimensão do espaço logo que a sucessão se transforma em simultaneidade.

Aqui se tem um dado importante para os estados póstumos: condição temporal = dimensão suplementar do espaço físico em caso de desaparecimento do primeiro termo (tempo).

Lidamos com um "novo espaço", extensão do espaço físico tri-dimensional onde se movem os corpos. René Guénon precisa a respeito desta quarta dimensão que "ela corresponde à "omnipresença" no "não-tempo" que assim se pode conceber a "atualidade permanente" do universo manifestado".

Assim Guénon também explica as curas milagrosas: a regeneração dos tecidos corporais se opera por bipartições múltiplas e sucessivas das células, logo com a intervenção da condição temporal que está ligada à sucessão..

Duas hipóteses neste caso:

  • uma aceleração da multiplicação das células em certas circunstâncias; haveria uma redução do tempo ligada à rapidez.
  • uma instantaneidade do fenômeno "em certas condições particulares diferentes das condições ordinárias", a qual de "maneira natural", vai se realizar efetivamente "fora do tempo"...; a instantaneidade equivale à simultaneidade das bipartições celulares múltiplas do ponto de vista corporal ou fisiológico; acontece no não-tempo, enquanto nas condições habituais, teria se realizado em um tempo mais ou menos longo... com todas as improbabilidades inerentes à degradação global do metabolismo no curso do tempo precisamente, e logo ao envelhecimento dos órgãos e dos tecidos; fatores que teriam tornado a cura praticamente impossível.

Segundo Guénon: "Não haveria milagre para aquele que pudesse compreender em seu sentido verdadeiro e resolver esta questão muito mais paradoxal em aparência que em realidade: Como, vivendo no presente, pode-se fazer que um evento qualquer que se produziu no passado jamais tenha tido lugar?" Cabe lembrar que isto, sem retorno ao passado enquanto tal. Com efeito não há passado nem futuro no "eterno presente", e, por outro lado, é impossível metafisicamente voltar ao passado enquanto tal, logo enquanto "esgotado", nem se deslocar ao futuro enquanto tal, quer dizer sem existência presente!... Isto que chamamos "presente" é um "passante" fugitivo; o verdadeiro presente é o "ponto de eternidade" no "passante" e é único para todo o desenrolar temporal.

A indefinidade das combinações possíveis do movimento na extensão "substancial" gera a indefinidade das formas, todas diferenciadas a partir da "forma esférica original"; a forma corporal é necessariamente viva; vida e forma condicionando a existência física.

A vida ela mesma não podendo se manifestar de outra forma que não seja nas formas, pode-se concluir que não haveria vida informal fora do mundo físico. O metafísico do EME precisará:
"Sem no entanto que seja legítimo considerar a vida mesma em toda indefinidade de sua extensão, com sendo mais que uma possibilidade e contingente comparável a todas as outras, e intervindo, por esta mesma razão que estas outras, na determinação de certos estados individuais dos seres manifestados, estados que procedem de certos aspectos especializados e refractados do Ser Universal".

A vida física assim considerada comporta uma indefinidade de graus com divisões que "a nosso ponto de vista terrestre" são geralmente concebidos como aqueles separando os três reinos mineral, vegetal e animal, e sem que as distinções, entres estes três reinos, não possa ter mais que um valor relativo, a medida que eles se juntam nas formas mais elementares ou embrionárias.

Guénon termina seu comentário relativo ao estudo do Éter Primordial em observando que uma forma qualquer «está sempre em um estado de movimento ou de Atividade que manifesta sua vida própria e que só é por uma abstração conceitual que ela pode ser visualizada em repouso» (estaticamente).

Seu estudo então se limitará ao elemento seguinte procedendo do éter, o Ar que remete, assim como a direção do espaço para o éter, àquela do som e de sua percepção. O Ar nos nos faz reconhecer a direção a partir da qual o som é produzido em relação à posição atual de nosso corpo. Para o corpo humano, ele corresponde à audição ou mais exatamente aos «canais semi-circulares orientados segundo as três dimensões do espaço físico».