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hebreu

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

LINGUAGEM
Thorleif Boman: HEBREW THOUGHT COMPARED WITH GREEK

A idiossincrasia de uma nação ou família de nações, encontra sua expressão na linguagem peculiar a elas. Este não deixa de ser o caso com nações culturalmente menos desenvolvidas e suas linguagens nas quais a lógica interior e sua conexão com a psicologia da nação são mais fáceis de penetrar. De qualquer modo, o Hebreu, uma linguagem excepcionalmente inusual em nossa experiência e para nossa maneira de pensar, deixa entrever em muitos respeitos a idiossincrasia da psique israelita.

Se o pensamento israelita deve ser caracterizado, é óbvio primeiro chamá-lo dinâmico, vigoroso, apaixonado, e algumas vezes bastante explosivo em espécie; correspondentemente, o pensamento grego, de que somos herdeiros maiores, é estático, pacífico, moderado e harmonioso em espécie. Ordinariamente falando, «estático» é oposto a «dinâmico» como antípodas, mas o conceito «estático» é desafortunado pois representa somente o lado negativo do dinâmico: o rígido, inflexível e sem vida. Só quando o pensamento dinâmico é considerado ideal o pensamento grego parece estático; uma vez reconhecido que o pensamento grego é parelho com o pensamento israelita, uma tentativa deve ser feita para dar expressão positiva à antítese do lado grego também. Deste ponto de vista a atividade mental grega parece harmoniosa, prudente, moderada e pacífica; para quem a espécie grega de pensar ocorre como ideal, o pensamento hebreu e seu modo de expressão aparece exagerado, imoderado, discordante e de mau gosto. Assim a antítese entre as duas línguas e o pensamento que representam, não deve ser considerada como «dinâmico-estático» mas «dinâmico-quieto» ou -harmonioso.

Assim é que os verbos hebraicos, em especial, cujos significados básicos sempre expressam um movimento ou uma atividade, revelam a variedade dinâmica do pensamento hebraico. Quando um verbo deve expressar uma posição como sentar ou deitar, isto é feito por um verbo que também designa um movimento. O pensamento hebreu nos leva a conciliar movimento e repouso, não como opostos como são para nosso pensamento, mas como tão intimamente relacionados um com o outro que juntos podem formar uma unidade. O movimento é levado a uma para total, ou visto de outro modo, uma parada é vista como resultando de um levantar ou colocar, que concorre com a concepção de construir. Ou seja, o repouso é resultado de um movimento de construção.

A análise de verbos hebraicos que expressam algo parado, sentado, deitado, etc. nos demonstra que o ser fixo e sem movimento é para o hebreu uma não-entidade; não existe para ele. Só o «ser» que mantém-se em uma relação interior com algo ativo e movente é uma realidade. Isto poderia ser também expresso: só o movimento (moção) tem realidade. Assim, no que concerne o pensamento hebreu, o ser estático como um predicado é uma moção que passou ao repouso.