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púrpura

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Contribuição de Antonio Carneiro  

Tiro: Cidade da Fenícia famosa por sua púrpura daí a palavra ser usada em sentido figurado como púrpura, derivada do latim tyros = tyrus que não só significa a cidade de Tiro como também tinta da cor púrpura; tecido tinto de púrpura; púrpura; e tyrium, tyrii que significa púrpura de Tiro.

Existiu uma firme aliança entre David   e Hiram o rei de Tiro, a qual continuou depois com Salomão. Auxiliado por operários e artífices e com materiais de Tiro, foi edificada a casa de David, depois o Templo de Salomão (2 Sm 5,11; 1 Rs 5; 1 Cr 14,2; 2 Cr 2,3; 2 Cr 9, 10). O casamento de Acab, rei de Israel, com Jezabel, princesa fenícia, foi causa para as dez tribos se infectarem de maldades e sofrerem muitas desgraças, porque os tirenses eram idólatras, adoradores de Baal e Astoret, entregues a todos vícios do paganismo. Os habitantes de Tiro, segundo o Antigo Testamento  , estavam possuídos por orgulho, e entregues a indolência e a todos os pecados consequência natural da prosperidade e das imensas riquezas que desfrutavam, e para castigar sua idolatria e maldade os profetas predisseram grandes calamidades.

“A púrpura era, na antiguidade, uma vermelho - cor vermelha com nuances azulados. O vermelho domina na púrpura. No simbolismo das cores mistas, a nuance dominante forma a significação geral, e a tintura dominada a modifica. O vermelho é o símbolo do Amor divino, o azul representa a verdade celeste; a púrpura se relacionará, por consequência, ao Amor da Verdade e o jacinto à Verdade do Amor. Notamos, na significação das cores, uma oposição que reaparece na púrpura, no jacinto e no escarlate. Se a primeira destas nuances se reporta ao Bem, a segunda à Verdade e a terceira à manifestação de uma e de outra disso resulta que a púrpura se tornará o símbolo do Mal, o jacinto do Erro, e o escarlate da produção dos Males e das Falsidades. É nesse sentido que Jeremias diz sobre os falsos sábios que o jacinto e a púrpura são suas vestimentas. Ezequiel repreende Samaria por suas prostituições, e diz que está apaixonada pelos Assírios, vestidos de jacinto, pois ela tinha prostituído a Verdade.” In: “Portal Cores Simbólicas - Les Couleurs Symboliques - dans l’antiquité, le moyen-âge et les temps modernes, Frédéric Portal, Éditions Niclaus, 1957, nouvelle édition, 195 p., pp.141-142.”

“Vermelho-azul: 790 — Esta inquietude aumenta quando a intensificação progride, e pode-se afirmar bem que um papel de tintura de um vermelho azulado saturado totalmente puro seria de qualquer maneira uma espécie de presença insuportável. É porque, quando se utiliza em vestido, cinto, ou adorno   qualquer, é empregada muito diluída e clara, pois, por sua natureza que a caracterizamos, produz uma irritação toda particular. 791 — O fato que o alto clero tenha atribuído esta cor inquieta permite sem dúvida dizer que, seus degraus movediços de uma ascensão sempre progressiva, aspira irresistivelmente para o cardinalato.” In: “Goethe   Doutrina das Cores - Le Traité des Couleurs, Goethe, Éd. Triades, Paris, 1973, 296 p., avant-propos, introduction et notes par Rudolf Steiner (1883), première traduction intégrale par Henriette Bideau, pp. 240-241”