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aleluia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

CRISTOLOGIA
Thomas Merton  : LITURGIA
Assim, com o aleluia da vitória, o grito triunfante da Páscoa em seus lábios, a Igreja renova o mistério Pascal  , no qual a morte é vencida, o poder do demônio é, para sempre, destruído e os pecados são perdoados. É o mistério da morte e da ressurreição do Salvador nascido para nós nesse dia. Hoje, a Igreja canta: Dies sanctificatus illuxit nobis, o que significa: Um dia de salvação, um dia santificado pelo mistério, um dia cheio de poder divino e santificador brilhou sobre nós. E ela continua: "Aleluia, Aleluia; um dia santificado brilhou para nós, vinde vós, gentios, e adorai o Senhor, pois, neste dia, uma grande luz desceu sobre a terra". A Igreja conclama o mundo inteiro à adoração, ao preparar-se com grande solenidade para anunciar as palavras do Evangelho em sua terceira Missa. Este é o prólogo de João, no qual, com formidável poder que lhe foi dado por Deus, o maior dos Evangelistas proclama que a Palavra que, no início, estava com Deus se fêz carne e habita entre nós cheia de graça e de verdade.

Pe. Antonio Fazenda: Introdução de sua tradução de Santo Agostinho   - Sermões da Páscoa
Se os versículos da Epístola aos Romanos, 13, 12, «Nox praecessit, dies autem appropinquavit» (Precedeu a noite, chegou o dia) e aos Efésios, 5, 8, «Fuistis aliquando tenebrae, nunc autem lux in Domino (Fostes antes trevas, agora sois luz no Senhor), se repetem tantas vezes na pregação pascal, é que o Baptismo, que é a Páscoa dos Recém-nascidos, é que a Páscoa dos fiéis, os engolfa, ao cabo da passagem, em Cristo Luz, em Christus Dies. Sto. Agostinho não inova, retoma uma expressão tradicional, empregada antes dele, por S. Cipriano  : Christus sol verus et dies verus (Cristo sol verdadeiro e dia verdadeiro).

Pode-se dizer que a liturgia das festas pascais recorda incessantemente a luz. Exaltam-na os textos e os cantos da vigília. O dia de Páscoa retumba com o Aleluia e com o versículo do Sl 117, 24, «Hic est dies quem fecit dominus» (Este é o dia que o Senhor fez), que se retoma no dia da Oitava, em que é tradicionalmente comentado. Os cristãos vão em marcha para a luz. Não começam por isso as jornadas ao amanhecer, como principiam os dias do Gênesis, mas iniciam-nas ao cair da noite precedente «porque vos esforçais em passar não da luz para as trevas mas das trevas para a luz, que é o que nós esperamos fazer com o auxílio do Senhor». Pois o homem libertado dos pecados chega à luz da justiça.

Mais ainda, os fiéis também são luz, eles é que são este «Dia que o Senhor fez» (Et lucem vocavit diem; Gn 1, 5) ... se, pois, à luz chamou Dia, não m há dúvida de que aqueles a quem fala o Apóstolo (Éreis antes trevas, agora sois luz no Senhor) são o Dia; todos os santos, todos os fiéis e, por conseguinte, todos os justos (pois o justo vive da fé), todos juntos na mais concorde união são o Dia, e a união de todos eles é o único Dia» (S Guelf. 18, 1). Sem dúvida este dia é «aquele que o Senhor fez» e a segunda parte do versículo ganha importância na polêmica antipelagiana «Se eles se fizeram justos a si mesmos, já não são o Dia que o Senhor fez» (S Guelf. 18, 1).


PERENIALISTAS Jean Tourniac  : ALELUIA