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melancolia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

A NOÇÃO DE MELANCOLIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

  • A melancolia na literatura fisiológico dos Antigos
    • A doutrina dos quatro humores
      • Bile negra (atrabilis; melaina chole, melancholia); fleugma, bile amarela (ou vermelha), e sangue.
      • Estes humores correspondem aos quatro elementos - elementos cósmicos e às divisões do tempo.
      • Há com efeito quatro humores no homem, que imitam os diversos elementos; eles aumenta em diferentes estações, reinam sobre idades diversas. O sangue imita o ar, aumenta na primavera, reina na infância. A bile amarela imita o fogo, aumente no verão, reina na adolescência. A melancolia (ou bile negra) imita a terra, aumenta no outono, reina na maturidade. A fleugma imita a água, aumente no inverno, reina na velhice. Quando elas não abundam nem mais nem menos que a justa medida, o homem está em pleno vigor. (De mundi constitutione)
    • A noção de melancolia revolucionada pelos peripatéticos: o Problema XXX,1
    • A evolução da noção de melancolia depois dos peripatéticos
      • A melancolia como doença
        • A perspectiva estoica
        • Asclepiade, Archigeno e Soranus
        • Rufus de Éfeso
      • A melancolia no sistema dos Quatro Temperamentos
  • A melancolia na medicina, a ciência e a filosofia da Idade Média
    • A sobrevivência da noção aristotélica de melancolia na Idade Média
    • A melancolia como doença
      • A melancolia vista pela teologia e a filosofia moral
        • Citação da exortação de Crisostomo - João Crisóstomo ao monge Stagirius (Exortação ao monge Stagirius atormentado pelo daimonion - demônio), escrito ao redor de 380; o estado de melancolia não declara no texto, mas é referido como abatimento ou desencorajamento (athymia); este mesmo entendimento vai ser repetido em Tritemius, como “tristeza melancólica” (vide lype). Diante de um quadro de terríveis pesadelos, dificuldades da fala, convulsões, desespero, desejo de suicídio, desejo de abandonar a vida monástica, Crisostomo lhe aconselha de se entregar à divina providência. Deus permite ao diabo prosseguir sua obra, pelo bem da humanidade, pois é dando ao diabo o poder de tentar e ao homem a força de resistir que ele guiava a alma através da necessidade de se defender, até a arete - virtude. A “tristeza melancólica” tornava, de fato, a vitória do diabo mais fácil; o diabo triunfava pelo desencorajamento dos homens, pela athymia. A melancolia se caracteriza assim como uma provação que a reflexão poderia tornar compreensiva e suportável.
        • Maimonides também propunha combater os assaltos do desespero melancólico com consolações análogas, baseadas mais em um desprezo estoico do presente.
        • Assimilação da melancolia a um vício que se era atraído quando esta se assemelhava à akedia - acídia, que era irmã ou mãe da lype - tristitia; assemelhação possível na medida que dos sintomas exteriores destes pecados, tais como: “timor” (temor), “taedium cordis” (desgosto), “instabilitas loci” (agitação), “amaritudo animi” (azedume), e “spei de saulte aut venia obtinienda abiecto” (abandona da esperança de salvação e de perdão).
      • A melancolia na medicina escolástica
        • A medicina árabe dos primeiros tempos e sua transposição para o Ocidente: Constantino o Africano
        • Tentativas de sistematização a partir da patologia humoral: Avicena   e a doutrina da Quatro Formas
        • Tentativas de classificação sobre uma base psicológica: Averróis   e a medicina escolástica
    • A melancolia no sistema dos Quatro Temperamentos
      • A tradição galênica, em particular nos árabes e na obra de Constantino o Africano
      • O renascimento da caracterologia humoral na filosofia da natureza   no Ocidente durante a primeira metade do século XII
      • A vulgarização da doutrina dos temperamentos no final da Idade Média e os efeitos desta vulgarização