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mistério transformação

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Perenialistas
Roberto Pla  : breve 8926

O mistério profundo da allasso - transformação não está, contudo, no lado da larva (v. Metamorfose), senão no lado da destra, que permanece para sempre, em Cristo, que por isso foi denominado por muitos o Primeiro Mistério.

Segundo a exegese oculta, o homem completo é um ternário (só para efeito de análise, posto que funciona como unidade), de corpo, alma e espírito, no qual o espírito é a partícula de luz do Pai que enquanto essência (também denominada semente, tesouro, pedra, pérola, etc...), permanece desde o princípio em sua envoltura de carne e psique, como o Deus vivo em seu templo.

Que a consciência “natural”, primeira, do homem, de natureza psicofísica, não conhece seu hóspede eterno é um fato notório, e por isso, muitos o negam não creem nele. São as névoas da alma as que impedem esse reconhecimento, que é o fundamento da consumação do homem, A obra designada à alma consiste em levantar as névoas para olhar em seu próprio fundo, e essa é a allasso - transformação.

É no leito mítico de Salomé onde a alma e o espírito consumam a unidade, Mas não é o espírito, o esposo, o varão que recebe a alma, nem é Salomé, a alma que busca, a esposa, a mulher que espera o varão.

Na transformação que por efeito da contemplação incessante da “parousia - presença” se operou na alma, esta, livre, das névoas do mundo, tomou ao final a “vestimenta do rubor” (a pureza) e se converteu em Maria, a donzela virginal, escrava e humildade, até a negação perfeita de si mesma. Do seio (essência) de Maria, nasce, se faz manifesto, o Cristo, o Filho de Deus vivo.

Visto desde o lado da destra, o caminho conflui no caminho. O espírito morador do homem é o ungido cuja unção se derrama sobre a alma em virtude da contemplação e adoração incessante da “parousia - presença”, a qual se revela nela (na alma) como Espírito uno com o espírito (Rm 8,16). Ao final se manifesta, ungido para as bodas sagradas da unidade, como o Cristo, o Filho de Deus vivo.

Com isso a transformação se cumpre e a obra de Cristo, enviado pelo Pai, entra em vias de consumação perfeita.

Na unidade que sobrevém, feitos uma só coisa o varão juntamente com a fêmea, a resposta não é varão nem fêmea, senão o Filho do Homem, o andrógino divino criado macho e fêmea ao mesmo tempo. Então, o que consumaram a unidade o verão vir sem “nuvens” com grande poder e glória, pois Ele é eles mesmos.

A unidade é a ressurreição para o que crê e este é o Juízo, pois graças ao que creu, contemplou, e como contemplou, viu, e por ele foi levantado.

Mas não é fácil saber se a ressurreição veio depois da morte da alma, ou não teve morte, senão vida na unidade do Espírito. Tudo é segundo se descreve a transformação, pois o morrer e o reviver são um ato único na Vida verdadeira e externa de Cristo.