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preexistência da alma

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Filosofia
Reiner Schurmann - Reiner Schürmann  
Excertos de "MAÏTRE ECKHART   OU LA JOIE ERRANTE"
Comentários ao "Eckhart Sermão 2 - Sermão II - Intravit Iesus in quoddam castellum..."
Esta compreensão da existência eterna do homem antes de sua vinda ao mundo, se inspira do que se poderia denominar o albertinismo platônico (Alberto o Grande) que triunfa na Alemanha no século XIV. O tema central é precisamente que as criaturas preexistem por toda eternidade em Deus, por seu ser ideal. A teoria da preexistência eterna do homem é das coisas antes de sua aparição no mundo não portanto uma invenção de Mestre Eckhart.

Platão a esboçou em seu diálogo “Menon”. Sócrates   aí põe a questão da origem da verdade: Como uma opinião verdadeira é possível? De onde vem o tom de verdade de uma proposição, e graças ao qual o homem pode encontrar soluções a problemas concernentes às coisas das quais não tem qualquer saber prévio? Sócrates demonstra que o homem, por reminiscência, encontra verdades enfurnadas nele mesmo, traços e sementes ao mesmo tempo de antão esquecido. Para ilustrar sua teoria, faz descobrir a um escravo, ignorante da geometria, os princípios elementares desta disciplina. A prova é feita da preexistência da alma, e Sócrates se contenta em explica a advertência dos anciãos a este respeito que leva em conta: “Eles dizem portanto que a alma do homem é imortal e que assim como sai da vida, o que se chama morrer, também aí entra de novo, mas que ela jamais é destruída”. Por suas imersões sucessivas no mundo dos corpos, a alma revela que ela é da família das Ideias, habitando naturalmente o mundo inteligível que é sua pátria. Em outra parte Platão explica que neste outro mundo é a alma “que dispensa e procura a verdade e a inteligência”. Antes de nascer aqui em baixo, ela contemplava todas as coisas em suas Ideias, daí que tenha ficado marcada da verdade e da inteligência.

Mesmo se Mestre Eckhart não tenha lido os filósofos gregos, seu pensamento sobre muitos pontos era, diversamente retocado, feito doutrina comum em cristandade, desde a era do Padres. Sem grande risco de erro pode-se afirmar que a verdadeira fonte sob a expressão paradoxal “tão franco quanto era enquanto não era” é a doutrina platônica da preexistência da alma, talvez mediatizada por Origenes   - Orígenes (vide Eckhart Virgem). Nesta existência antes da existência, o homem estava livre de toda imagem ou representação vindo das coisas, tudo o que existe se mantinha próximo dele como uma ideia está “próxima” de uma outra ideia.