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conhecimento analogia identidade

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

PERENIALISTAS
Frithjof Schuon  : Schuon Esoterismo Principio Via - O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA

No conhecimento, deve-se estabelecer uma distinção entre o aspecto de analogia e o de identidade, pois aí encontraremos a diferença fundamental entre o pensamento racional e a inspiração intelectual, no sentido próprio e exato deste adjetivo. O aspecto de analogia é o da descontinuidade entre o centro-periferia - centro e a periferia: as criatura - coisas criadas, inclusive os pensamentos — portanto, tudo aquilo que constitui a manifestação - manifestação cósmica —, estão separação - separadas do Princípio; as transcendente - realidades transcendentes apreendidas pelo pensamento estão separadas do sujeito - sujeito pensante. Isto significa que o conhecimento racional ou mental é como um reflexo separado de sua fonte - fonte luminosa, reflexo este, no entanto, exposto a todos os tipos de perturbação - perturbações subjetivas.

Por outro lado, o aspecto de identidade é o da continuidade entre o centro-periferia - centro e a periferia; consequentemente, distingue-se do aspecto de analogia como a estrela se distingue dos círculo - círculos concêntricos. A manifestação - manifestação divina à nossa volta e em nós mesmos extensão - prolonga e projeta o Princípio e com este se identifica precisamente sob o aspecto da imanência - qualidade divina imanente; o sol é realmente o Princípio percepção - percebido através dos véu - véus existenciais; a água é, de fato, a passividade - Passividade universal percebida através desses mesmos véu - véus. Quanto ao conhecimento, não basta que essa relação seja simplesmente pensada para conferir ao raciocínio um caráter de divindade, portanto, de verdade e de infalibilidade. É certo que, objetivamente, todo pensamento manifesta — sob o aspecto metafísico de identidade — o Pensador divino, se assim podemos nos expressar. Mas esta situação puramente objetiva e existencial, ontológica, se quisermos, é absolutamente geral e mantém-se fora das diferenças qualitativas, de forma que nada tem a ver com a realização subjetiva e cognitiva do aspecto de identidade. Dissemos que, no razão - conhecimento racional ou mental, as realidades transcendentes apreendidas pelo pensamento estão separadas do sujeito pensante; ou, no gnosis - conhecimento propriamente intelectual, ou feito pelo coração, as realidades do Princípio, que são apreendidas pelo coração, prolongam-se na intelecção; há unidade entre o conhecimento pelo coração e aquilo que ele conhece, sendo o conhecimento como um raio de luz ininterrupto.


FILOSOFIA Convém, em primeiro lugar, lembrar que existe não só uma identidade «absoluta» de tipo «A é A» no pensamento puramente formal da lógica e, por exemplo, na axiomática, mas também uma identidade «relativa» ou «de relação» na aritmética. Encontra-se também uma identidade «de diferença» que se utiliza quando se trata de estabelecer séries de diferenças «identicamente variáveis». Sem este meio, seria impossível conceber as séries «qualitativamente idênticas» (na realidade, tidas como tais), que estão na base de todas as nossas ciências consideradas «exatas»: séries de números, de tempo, de grau, de lugar.

A identidade «absoluta» é puramente «ideal», portanto, experimentalmente inexistente, tanto no mundo empírico como na prática quotidiana e não tem significado concreto nem «existencial». O mundo formal das abstrações lógicas e matemáticas não pode, portanto, sofrer nenhum desmentido físico nem nenhuma crítica ontológica pois, uma vez que é puramente tautológico, assenta num único princípio: «o mesmo (tantos) do qual ele postula idealmente a igualdade absoluta com ‘o uno’ em todas as relações consideradas como racionalmente coerentes». Esta perspectiva lógica não implica nenhum postulado além do sentido que dá a si própria inicialmente: o do princípio de identidade, de que depende toda a formalização ulterior.