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Deus

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Devemos reconhecer, entretanto, que na tradição religiosa de onde proveio a nossa cultura, a componente culminante ou transcendente de Deus suplantou e ocultou totalmente o processo propriamente des-velante da religião. Esse aspecto entretanto foi também altamente ressaltado por Schelling   ao aludir ao caráter poético absoluto do sagrado, isto é, à sua natureza de poesia em si. No fenômeno do culto e da cena devocional, que costumamos designar pelo termo de rito, transparece claramente essa função inaugural da presença divina, na medida em que a festa ritual constitui uma re-instalação na história e no tempo plasmador absoluto. De qualquer maneira, o traço marcante da filosofia religiosa que estamos apresentando, procura surpreender o divino na experiência de um Poder Fascinante-Transcendental que abre e inaugura poeticamente um mundo. Essa função superior da mitologia compreendida como “a abertura de um regime de Fascinação” traduz a capacidade genético-transcendental da incidência histórico-cultural do divino. Eis por que Kerényi   com razão afirma que os deuses são Origens-Absolutas. Cada manifestação divina constitui uma Seins Offenbarung [revelação do ser; um aspecto do mundo], um Weltaspekt, um universo inteiro de ações, formas e desempenhos possíveis. Nesse sentido pelo menos é que o grande helenista e filósofo da religião, Walter Otto, interpreta o fenômeno religioso: “Em todo mito original revela-se um Deus com seu mundo vivo. Pois Deus, como quer que se distinga de seus pares ou seja denominado, nunca é uma potência singular, mas sempre O inteiro ser do mundo numa revelação que lhe é própria”. [W. F. Otto, Theophanie: Der Geist der Alte Griechische Religion. Coleção Rowolts Deutsche Enzyklopädie, 15- Hamburgo, 1956, p. 21-22] O pensamento religioso de Walter Otto é da mais alta significação para a elaboração de perspectivas filosóficas como [170] as que estamos analisando, podendo mesmo se afirmar que foi ele quem mais contribuiu para a eclosão de novas ideias. [VFSTM  :170]


Aristotle  ’s God is a thinker, not a creator, and he inspires motion in the universe, but does not provide existence, since the five elements exist independently of him. At best, as pointed out by Iamblichus  ’ pupil Dexippus, the motion (by producing seasonal rainfall, etc.) gives form and life to some things. But Proclus   complains that, on his own principles, Aristotle should have made God responsible for the existence of the universe. Proclus’ pupil, Ammonius  , effects the harmonisation, arguing at book length that this is what Aristotle intended his principles to show, and Simplicius   follows Ammonius. This is the tradition that enabled Thomas Aquinas   to harmonise Aristotle’s God with Christianity. [SorabjiPC3  :18]