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Renz (F) – percepção

sexta-feira 9 de setembro de 2022

      

[18:11]

Karl: Há algo além da percepção?

Q: Afirmas o tempo todo!

K: O que digo?

Q: Dizes que o Parabrahma é independente dos sonhos. Só percebemos os sonhos.

K: Não digo isto! Digo que Ele é com e sem, mas independente não é a palavra certa. Ele é com e sem o sonho  . Mas certamente o sonho é dependente do Parabrahma.

Q: Então o que percebemos no sonho é algo que pode ser percebido?

K: Toda experiência necessita percepção. É como uma percepção pessoal com o percebedor e uma percepção impessoal sem o percebedor, mas necessita percepção. Por isto Ramana   chama isto o Vidente [the Seer], o Vidente Absoluto. Como o Si Mesmo  , o Vidente Absoluto, por ver, realizando a si mesmo pessoal ou impessoalmente. O Si Mesmo pelo perceber realiza a si mesmo. O primeiro que é percebido é o percebedor. Este é o primeiro que o Si Mesmo Absoluto percebe, o percebedor. Segue então, o percebendo e o que é percebido. Mas o percebedor que foi percebido já é algo de segunda-mão, não é a natureza de Parabrahma. Isto é tudo! Ser Isso-que-se-é apesar do percebedor que é percebido, eis Isso-que-se-é. Com ou sem o percebedor, se é. Isto é tudo!

Q: Mas a percepção ocorre?

K: Não, a percepção não ocorre. A percepção é somente o início do fim da realização   da realidade. Mas, Isso que está realizando a si mesmo é com ou sem perceber o que é. Nunca necessita perceber a si mesmo ou nada para existir. Mesmo "nada" necessita um percebedor para ser percebido. Não pode haver "vazio  " ou "nada" sem a percepção, e alguém a chamando de "nada". É necessário alguém que está percebendo "nada".

Q: Mas quem é este "alguém"?

K: Nunca saberás, mas Isso-é-o-que-se-é. Sem pré-senso   [pre-sense, jogo   de palavra com inglês presence] não há sensação ou não sensação. Ambas são presença e ausência dependendo do Absoluto pré-senso de Isso-que-se-é. Mas este pré-senso não é dependente da presença ou da ausência.


Ver online : KARL RENZ