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Fabula Cupido Psique
domingo 20 de março de 2022
Excertos traduzidos da Introdução da obra de Thomas Taylor , «A FÁBULA DE CUPIDO E PISQUE»
A Fábula e seu Autor
Esta fábula é extraída da obra «Metamorfoses» de Apuleio , uma obra repleta de elegância e erudição, na qual o maravilhoso e o mítico são felizmente combinados com precisão histórica, e o todo do qual é composto em um estilo inimitavelmente brilhante e difuso.
Seu autor era africano de nascimento, e um filósofo platônico por profissão. Do relato de si que nos dá, é provável que tenha vivido nos tempos de Antoninus Pius, e seus ilustres irmãos. Parece ter sido um aficionado do estudo da magia , mas foi habilmente eximido da acusação de praticá-la, a qual foi feita contra ele, em uma Oração, a integridade da qual ainda persiste. Entretanto, embora fosse um homem de habilidades extraordinárias, e mantivesse um lugar distinto entre os filósofos platônicos daquele período, no entanto era inferior a qualquer um da raça de ouro dos filósofos, dos quais o grande Plotino é chefe de fila. Da verdade desta observação poucos da era atual parecem convencidos, daquele preconceito grosseiro que criou raízes profundas nas mentes dos homens de todo tipo, através das declamações daquelas críticas literárias, críticas verbais, por um lado, e dos arengues fraudulentos de sacerdotes sofísticos por outro. A posteridade, entretanto, irá patronizar minha asserção, e vindicar as honras desses veneráveis heróis, os antigos Platonistas, quando tais críticos e tais sacerdotes estiverem cobertos com a sombra do esquecimento eterno.
A fábula em questão, que foi concebida para representar o lapso da alma humana do mundo inteligível à terra , certamente não foi inventada por Apuleio; pois, como aparecer á nos comentários adiante, é evidentemente aludida por Sinésio, em seu livro «Dos Sonhos», e obscuramente por Platão e Plotino. É claro, portanto, que Platão não poderia derivar sua alusão de Apuleio; e quanto a Plotino e Sinésio, aqueles que estão acostumados com os escritos dos filósofos gregos, sabem muito bem que estes nunca tomam nada emprestado dos autores latinos, pela simples convicção que detêm as fontes da perfeição entre eles mesmos.
Disse que esta fábula representava o lapso da alma humana; da verdade disto o leitor filosófico será convencido pelas seguintes observações: Em primeiro lugar, os deuses, como mostrei em outros trabalhos, são naturezas superessenciais, de sua profunda união com a primeira causa , que é superessencial sem qualquer adição. Mas embora os deuses, através de suas sumidades e unidades, transcendam a essência, no entanto suas unidades são participadas seja pelo intelecto somente, ou pelo intelecto e a alma, ou pelo intelecto, a alma e o corpo; participações das quais as várias ordens de deuses são deduzidas. Quando, portanto, intelecto, alma e corpo estão em conjunção suspensa a partir desta unidade superessencial, que é botão ou flor central de uma natureza divina, então o deus de onde estão suspensas é chamado deus mundano. No estágio seguinte, os pais comuns da alma humana são o intelecto e a alma do mundo ; mas seus pais próximos são o intelecto e a alma da estrela particular de onde foi originalmente distribuída, e da qual primeiramente desce. No terceiro estágio, aqueles poderes de cada deus mundano, os quais são participados pelo corpo suspenso a partir de sua natureza, são chamados mundanos; mas aqueles que são participados por seu intelecto, são chamados supermundanos; e a alma, enquanto subsistindo na união com estes poderes supermundanos, é dita estar no mundo inteligível; mas quando o todo dirige sua atenção aos poderes mundanos de seu deus, ela é dita descer do mundo inteligível, mesmo subsistindo nos Céus.
Alegoria Cupido Psique - INTERPRETAÇÃO DA FÁBULA «CUPIDO E PSIQUE»