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Balthasar (EF) – Estrutura de "Orígenes, Espírito e Fogo"

quinta-feira 20 de outubro de 2022

      
  • Introdução
    • Importância de Orígenes   na história do pensamento   Cristão
      • Junto a Agostinho de Hipona   e Tomas de Aquino   seria seu justo lugar
      • Fascinou desde o Capadócios até Agostinho, além de Dionisio Areopagita   - Dionísio o Areopagita, Maximo o Confessor - Máximo o Confessor, Escoto Eriugena   e Mestre Eckhart  
      • Denominado o "homem   de aço" pelos Padres
      • Eusébio deve tudo a Orígenes
      • Jerônimo, quando comenta as Escrituras  , segue Orígenes; apesar de posteriormente negá-lo
      • Basilio - Basílio e Gregorio de Nazianzo têm uma admiração entusiástica
      • Gregorio de Nissa ficou cativado por seus escritos
      • Ambrósio de Milão o recebeu dos Capadócios; grande parte de seus breviários são literalmente Orígenes
      • A medida que o espírito deste mestre partia deixando apenas a letra   de seus escritos, ficou-se com um "sistema" que acabou condenado pelo imperador Justiniano
    • Qual a necessidade   de desmantelar este "sistema" atacando suas teses, sem se ater a seu espírito?
    • Apesar de tudo depois de longa oposição Orígenes foi rejeitado e condenado pela teologia cristã
    • Tentativa de resgatar o essencial espiritual de seu ensinamento, através de uma estrutura   temática com excertos, que levam em conta os "estratos de seu pensamento"
    • Estratos de seu pensamento
      • Primeiro estrato: opiniões "heterodoxas", influenciadas por mitos platônicos, sem abrigo na Igreja  
      • Segundo estrato: atravessando todo seu pensamento, denominado um "platonismo   dos Padres"; um caminho   para Deus   por uma re-ascensão
      • Terceiro estrato: aspecto único, pessoal, misterioso e inimitável, difícil de repassar aos seguidores, mas imanente em seus escritos
  • Prólogo: De tendas e fontes
    • A característica distintiva do pensamento de Orígenes é o eros   de uma sede inextinguível pela sabedoria  
    • Obras são finitas, conhecimento é infinito  
    • Mas, diferentemente do eros ascendente de Platão, esta infinitude é condicionada menos pela orientação inextirpável da criatura para Deus do que pela essência pessoalmente infinita de Deus Ele mesmo
    • Assim, por toda a eternidade  , a esperança está aberta em direção ao alto
    • A verdadeira sabedoria é vida: uma fonte eternamente borbulhante.
    • É a alma   viva do corpo do Logos  : as escrituras.
    • Mas esta interioridade   é ao mesmo tempo o espaço interior de toda alma
    • A sabedoria é totalmente preenchida somente enquanto algo con-fluente e co-borbulhante da vida com Cristo  
    • O fundamento   último desta fonte é a Trindade  

II. O Logos

  • O Logos com Deus
    • O mundo da revelação
      • O Logos é a imagem do Pai   de toda eternidade, a revelação intradivina e, como tal, ainda não autorizada do Pai.
      • Mas porque ele é a revelação eterna do Pai, ele é também o uno   no qual o Pai, para revelar-se ele mesmo, cria o mundo.
      • Ele é a única simples ideia, a ideia original, mas cuja riqueza   e plenitude   já contém em si mesma a rica diversidade das ideias do mundo
      • Assim ele é a atualidade (Eigenlichkeit) do mundo, ele é seu significado, Logos e vida, sua verdade pessoal que dá tanta verdade ao mundo quanto lhe agrada dar; mas a multiplicação da verdade primal   em "muitas" verdades diferentes do mundo é apenas consequência da própria multiplicidade daqueles a compartilhando.
      • Estas verdades são uma unidade   através da presença do única verdade primal em cada espírito criado
      • As riquezas da ideia primordial no pode ser exaurida: a designação Logos é somente uma entre tantas
      • Mas o sentido proposital da criação é que a participação das criaturas no Logos seja modificada em uma participação subjetiva, consciente, e isto através de uma nova possibilidade do Logos: ser para as criaturas também o "caminho"
      • Pois ele é o "todo" do mundo
    • O conhecimento de Deus
      • A doutrina do conhecimento de Deus é o complemento subjetivo da doutrina da revelação objetiva do Logos na criação
      • Não há aqui em baixo nenhuma visão imediata do divino
      • Mas porque todo corporal é similar, é também revelação velada do Logos primordial
      • Nesta figura velada, portanto, Deus é bem reconhecível
      • Mas porque o mundo como tal é participação no Logos, e assim em qualquer ser essencialmente falante, o conhecimento de Deus pode por conseguinte ser real   somente como sua revelação
      • Esta revelação é disseminada através da extensão e amplitude do mundo: o Logos é "logos spermatikos"
      • Ainda assim, se Orígenes previamente teve que se defender contra um agnosticismo pagão, ele deve agora rejeitar de novo o conhecimento de Deus geral "espontâneo  " que Celso parece conceber de acordo com o modo de dedução científica, pois este também já pressupõe uma auto-revelação de Deus
      • Sem Deus, Deus não é nem mesmo buscado; deste modo o conhecimento de Deus é tornado perfeito não no filósofo mas no simples cristão que encontra a auto-revelante Deus
  • O Logos como Escritura
    • A escritura como Corpo
      • Os Padres posteriores verão a natureza e a santa escritura como duas igualmente ordenadas revelação físicas do Logos de Deus. Para Orígenes, entretanto, há uma diferença   clara em nível.
      • Mesmo se todo o corpo do mundo é uma similitude multifacetada do logos primordial, a escritura ainda mantém-se essencialmente superior.
      • É a manifestação pessoal do Logos de Deus no mundo, posto que o Logos é essencialmente Verbo, fala, discurso, proclamação.
      • Orígenes determina o locus   sistemático da escritura colocando-a como um logos-discurso intermediário entre o logos-espírito e o logos-carne  .
      • Mas isto somente tenciona dizer que a “encarnação” do Logos no corpo da escritura é tanto uma encarnação mais universal   e mais imaterial do que a encarnação no corpo carnal de Jesus Cristo; isto de modo algum tenciona dizer que a escritura não é uma realidade criada, integramente mundana.
      • Na escritura a fundação da ordem   de redenção é estabelecida; nela uma “encarnação” é levada a cabo.
      • É o corpo da verdade.
    • O Logos que vem
      • Na totalidade da escritura tem lugar a única chegada no mundo do Logos de Deus.
      • A letra, o "corpo", a "voz" externa são os meios, os sinais   efetivos e assim por dizer o sacramento desta sempre nova, irresistível, apaixonada chegada do Logos nas almas.
    • O mistério
      • A Escritura, como expressão corporal do divino, é o vaso dos mistérios supra-terrestres.
      • Do fato de que Deus é o autor real da Escritura, decorre a maneira pela qual deve ser apreciada: nada nela, até a última letra, é sem significado.
      • Ela contém todo o medicamento espiritual; como natureza, é uma obra de arte do Criador que pode ser compreendido somente através de sua graça.
      • Mas não é uma espécie de quebra-cabeça que pode ser resolvido de uma vez por todas, mas se torna tanto mais misteriosa quanto mais nela se penetra.
      • Nenhum ser humano pode ver completamente através dela; e em termos de sua substância, não pode nem mesmo ser traduzida em fala exterior.
    • A imagem aberta para o Alto
      • A Escritura é mistério porque é, como toda coisa corporal, imagem que significa além de si mesma; exceto que aqui, o “corpo” consiste de histórias terrenas, leis e ditos, mas o “espírito” é o Logos pessoal de DEUS Ele mesmo.
      • Logo a tensão interminavelmente intensificada entre os ambos os polos.
      • Paulo Apóstolo   é o melhor exemplo de como a predominância do espiritual, irresistivelmente rompendo, é uma perspectiva que brilha através da letra.
      • Em toda parte milhares de mistérios surgem de um ponto; e a expressão corporal é apenas simplesmente reduzida para muitos a um pensamento.
      • Mas falar em imagens é fundamentada na natureza humana ela mesma; é o meio de mostrar ao espírito o caminho da pluralidade à unidade.
      • Isto é porque estudar a escritura é tão sublime e tão necessário.
      • Na compreensão de que toda coisa corporal na escritura é somente um signo em direção ao que estabelecida no Alto, o qual, como signo, não contém ele mesmo a verdade mas aponta em direção à verdade, Orígenes sustenta sua persistente batalha   conta a exegese   literal da escola de Antioquia.
      • E toda compreensão da escritura cresce, de acordo com ele, somente da fé e da oração.
    • Do Logos-Escritura ao Logos-Espírito
    • Da interpretação da Escritura
    • A água e o vinho  
    • O Logos como carne
      • Cristo
        • A Antiga Aliança e a Nova Aliança
          • A demolição daquilo que foi preliminar
          • O definitivo naquilo que foi preliminar
        • A vida de Jesus como parábola
        • O Cristo Eterno
          • O consumo do terrestre
          • O mistério do transitus
          • O corpo e o super-corpo
          • O ser   humano e o ser super-humano
          • A salvação universal
      • A igreja
      • A lei da "Aufhebung" (termo intraduzível da filosofia de Hegel   — abolição?)


Ver online : Hans Urs von Balthasar