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Minos

sexta-feira 25 de março de 2022

      

Com as Leis, o Epinomis   e as Cartas de Platão  , o Minos   faz parte em Trásilo da nona tetralogia; precede as Leis que são seguidas pelo Epinomis. O fato que o Minos   termina sobre uma questão cuja resposta   é constituída pela Leis mostra bem que o diálogos   era previsto para desempenhar o papel de introdução às Leis, assim como o Epinomis era a conclusão, ou pelo menos o complemento que precisava o conteúdo do programa de estudos dos membros do colegiado de vigília. No início da era cristã, o Minos e o Epinomis eram então considerados como dois   diálogos autênticos; e assim eram também dois séculos antes, pois na edição de Aristófanes de Bizâncio que esteve na direção da biblioteca de Alexandria a partir de 194 aC, constituíam, com as Leis que os enquadravam, a terceira trilogia. Como o Hiparco, com o qual apresenta muitas afinidades, o Minos não comporta senão dois interlocutores: Sócrates   e um discípulo. Este último defende uma posição relativista: a lei corresponde a uma decisão tomada por uma cidade e que varia em função da situação da cidade sobre um território dado e na história. Sócrates faz da lei uma opinião   verdadeira que a cidade descobre no real. Enquanto que, para o discípulo, a lei, é o que é reconhecido como lei pela cidade, e logo uma decisão,um decreto, e em definitivo, uma opinião partilhada por todos os cidadãos. Para Sócrates, não se trata de não importa que opinião: deve ser uma opinião verdadeira que decorre de uma descoberta do que é. E ao discípulos que faz valer que a as leis variam segundo as cidades e segundo as épocas, Sócrates responde que estas variações se explicam pela incapacidade que experimentam certos homens a perceber o real. Se nos colocamos do lados dos espacialistas, não importa em que técnica incluindo a política, constata-se uma grande estabilidade, uma grande homogeneidade nas regras editadas. E nos tempos antigos  , a figura emblemática do legislador resta sendo Minos, que dá seu nome ao diálogos e cuja imagem é reabilitada. Poucos nos últimos dois séculos defendem a autenticidade deste diálogo  , citemos apenas Georges Grote e Leo Strauss, este último por razões ideológicas: o Minos defende uma posição política fundada no direito natural  . Mesmo considerado inautêntico, encontra-se neste diálogos notas interessantes sobre a mitologia e sobre as práticas religiosas dos bárbaros e dos gregos.


Estrutura   dada por Léon Robin   à versão francesa da obra completa de Platão: Platon : Oeuvres complètes, tome 2

  • Prólogo
  • Primeiro ensaio de definição da lei
  • Segundo ensaio
    • Objeção
    • Resposta
    • Retorno à objeção e nova resposta
  • A verdade sobre Minos
  • Retomada da questão