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Richard Temple (Icons:98-99) – Dionísio Areopagita - Luz
domingo 9 de outubro de 2022
Segundo Richard Temple , uma ideia, dentre as muitas verdades espirituais que encontramos em Dionísio o Areopagita, e que passaram para o cristianismo do misticismo helenista, foi o princípio da luz como um símbolo da influência divina radiante para fora e para baixo através de sucessivas regiões celestes do universo . Dionísio e outros escritores cristãos seguem Plotino em fazer a distinção entre a luz espiritual, invisível e seu símbolo, a luz física .
A Philokalia , como vimos, nos conta que aparte do sol físico que existe no universo visível há um sol espiritual no universo invisível. Em outras palavras a ação e energias da luz no mundo externo são imagens de energias interiores cujas ações têm lugar no mundo espiritual e dentro da psique do homem espiritual. Assim como Plotino, baseando-se em Platão , afirma que a luz do sol "é uma substância corpórea mas dela irradia esta outra luz que, embora tenha o mesmo nome, pronunciamos incorpórea". É justamente esta luz interior, imperceptível aos sentidos, que os primitivos filósofos cristãos e buscadores da verdade davam a entender através de técnicas de disposição da luz em seus ícones. A analogia é exata porque as leis dos cosmos superiores reproduzem-se nos inferiores tão perfeitamente que a manipulação da luz e da cor na obra de um mestre pintor de ícones se torna uma demonstração da verdade espiritual no plano material.
Alusões ao sentido simbólico da iluminação, através de sugestões a imagística da luz, são tão comuns que raramente damos a elas a consideração devida. Esquecemos que mesmo a luz física, sem a nutrição da qual a vida orgânica não poderia existir, tem propriedades extraordinárias.
Na filosofia tradicional a luz era considerada como sendo incorpórea e portanto divina, ou seja, pertencente àqueles níveis do cosmos que são acima da matéria. Não precisamos descartar tal pensamento levianamente mesmo embora a física moderna, pela medida das vibrações da luz solar, estabeleça sua materialidade. Mesmo assim esta materialidade é de um grau mais fino do que qualquer substância terrestre e tem propriedades extra-terrestres. Sua fonte é o sol e transcende as limitações terrestres de espaço e tempo. A luz, portanto, pode ser dita existir em um universo que tem mais dimensões que a percepção dos sentidos pode compreender e em uma escala de tempo que é, para nós, a eternidade .
Encontramos Dionísio, citando o que chama de "escritores sagrados", pelos quais se refere a Plotino ou a seu mestre Proclo , definido a qualidade da Divindade Supra Divina.
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