McEvilley (SAT:628) – hexis

Como Aristóteles, os estoicos   sustentavam que várias partes do processo hormético eram determinadas pela hexis  . Primeiro, a experiência de prazer e dor   é ditada pela hexis. Pode ser que todos os humanos tenham prazer em comer quando estão com fome, mas também é verdade que alguns estão dispostos a sentir prazer em jejuar e outros não. Nesse sentido, o componente prazer ou dor   da phantasia   não é autônomo e automático, mas pelo menos parcialmente dependente da hexis adquirida. Em segundo lugar, a mera aceitação da plausibilidade da identificação ser  á, em alguns casos, afetada pela hexis: se uma pessoa   foi ensinada desde criança que centauros não existem, e outra que eles existem, seus respectivos hexeis serão aplicados no primeiro uma tendência a não concordar quando confrontado com a apresentação de um centauro e, por outro lado, uma tendência a concordar. A hexis equivale aproximadamente à massa   de samskaras ou reações mentais e emocionais arraigadas no quarto agregado da sequência budista. O papel mais importante da hexis é o efeito que ela tem no terceiro estágio, quando é hora de dar assentimento   ao impulso ou horme  , preparando o caminho   para que ele seja encenado. “Não há dúvida de que os estoicos sustentavam que o consentimento era determinado pela natureza da disposição fixa.” A questão, então, como na psicologia epicurista, é se a hexis pode ou não ser alterada deliberadamente após uma certa idade.

Aristóteles distinguiu entre os anos formativos, nos quais a hexis está tomando forma, e os anos fixos, nos quais ela não pode mais ser alterada. No entanto, ele não fixa esse limite, e certas passagens da Ética a Nicômaco implicam que uma pessoa de meia-idade ainda pode ser formadora. Crisipo   parece ter acreditado que sempre é possível mudar   o hexis com as técnicas certas. Em uma criança, em sua opinião  , os impulsos são todos naturais e saudáveis. Mas com o tempo eles se tornam perigosos, a menos que sejam contidos ou interrompidos de alguma forma; para proteger a criança quando ela está em perigo pela natureza inquestionável de seus impulsos, os adultos lhe apresentam um conjunto   de crenças que pervertem a naturalidade da faculdade hormética. Estes podem desenvolver-se em impulsos patéticos e desvantajosos que são tão fortes que são absolutamente irresistíveis para a mente   não treinada: obsessões, compulsões, complexos, defeitos de caráter.