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Sofia
sábado 23 de julho de 2022
Sophia , em grego "sophia" = Sabedoria. Entidade feminina celeste, trigésimo eão para os valentinianos. Caindo fora do Pleroma , ela dá lugar ao processo da Criação. Seu retorno a Deus se efetua após um período de sofrimento no mundo. Ela simboliza e resume a aventura gnóstica.
Achamot é o nome hebraico da Sabedoria (cf. Pr 9,1). Filha engendrada "sem semente masculina" por Sophia (a Sabedoria) quando de sua Queda fora do Pleroma divino. Para os gnósticos, os valentinianos sobretudo, Achamoth é o primeiro ser saído da Queda; engendra o Demiurgo a partir do qual o mundo de baixo vai ser criado. Consolada uma primeira vez pelo Cristo , ela será definitivamente purificada e reintegrará o Pleroma no final dos tempos. O Demiurgo, seu filho , tomará seu lugar na porta do círculo divino e as almas dos eleitos reintegrarão a substância divina enquanto um grande fogo devorará o mundo da matéria.
Bentley Layton
A Sabedoria (Sofia) pertencente à Consideração (Oroiael: uma das quatro luminárias diante do Divino Autogerado). Mãe de Ialdabaoth, mãe dos vivos, um espírito santo, parceira da posteridade de Seth . Também chamada vida (Zoe ) e referida como "uma consideração". Por vezes Zoe aparece como filha de Sofia. [Excertos de THE GNOSTIC SCRIPTURES : A NEW TRANSLATION WITH ANNOTATIONS AND INTRODUCTIONS]
Ioan Couliano
O epíteto Prunicos faz alusão a lascividade de Sofia. [MITO DE SOFIA]
Marvin Meyer
Do grego pistis , no tratado Escrito Sem Título, Sofia Zoe é filha de Pistis, ou de Pistis Sophia.
Michel Tardieu
Em sua análise do Escrito Sem Título, Tardieu apresenta a primeira realidade deficiente nascida de Pistis: Sofia. De Pistis emana uma "semelhança : Sofia. Esta última não é satisfeita do lugar que ocupa e reivindica a igualdade ou a semelhança (v. sizígia ) com a entidade suprema. Ela se afirma como sendo fundamentalmente epithymia . Sofia comunicará a todos os seres emanados dela seu epithymia: ela aparece portanto no princípio mesmo deste mundo desordenado. Última realidade emanada do mundo do alto, ela será a primeira realidade em relação a este mundo daqui, raiz de todas as coisas.
No plano cosmogônico, sua função é de operar a disjunção do "do alto" do "de baixo", "cortina" ou "véu" que separa o alto do baixo e cobre de sua sombra toda realidade.
De fato, o estatuto da Sofia é essencialmente ambíguo: ligada à Pistis, ela tem um lado voltado para o alto; sendo epithymia, ela pertence ao em baixo. E é a todos os seres que ela transmite seu duplo pertencimento: princípio de plenitude e de epistrophe , princípio de deficiência e de corrupção pela epithymia.