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Rosat – sujeito em Descombes

sexta-feira 12 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro

  

tradução

Não podemos dizer que somos sujeitos ou que não o somos, porque ninguém ainda explicou o que seria aplicar o termo como deveria ser entendido na "filosofia do sujeito" (p. 13).

Nem os apoiadores nem os oponentes do sujeito sabem o que estão dizendo. O conceito de sujeito, como usado na discussão, é um conceito inconsistente. De repente, a definição filosófica amplamente aceita da Modernidade — e até admitida por um certo número de historiadores — segundo a qual seria caracterizada pela descoberta (ou constituição) da subjetividade (descoberta ou constituição que teria começado à época de Descartes   e perseveraria até hoje) é vazia de sentido.

Isso não significa para Descombes   que se precise abandonar o conceito de sujeito, nem mesmo que dele se possa prescindir. Precisa-se de um conceito de sujeito e este é perfeitamente definível. É o conceito do sujeito como indivíduo capaz de ter intenções e executá-las através de uma ação — um indivíduo suscetível, consequentemente, de ser tomado e de se ter ele mesmo por autor e o responsável de suas atos.

Necessita-se do conceito de sujeito? — Sim, como complemento de agente, quer dizer, indivíduo capaz de agir desde ele mesmo, quer dizer, de ter intenções e de executar seus pensamentos (p. 28).

original

On ne peut dire ni que nous sommes des sujets ni que nous ne le sommes pas, car personne n’a encore expliqué ce qu’il faudrait être pour se voir appliquer le terme tel qu’il est censé être compris dans la « philosophie du sujet (p. 13).

Ni partisans ni adversaires du sujet ne savent ce qu’ils disent. Le concept de sujet, tel qu’il est utilisé dans la querelle, est un concept inconsistant. Du coup, la définition philosophique largement admise de la modernité – et admise même par un certain nombre d’historiens – selon laquelle celle-ci serait caractérisée par la découverte (ou la constitution) de la subjectivité (découverte ou constitution qui aurait commencé à l’époque de Descartes et se poursuivrait de nos jours) est vide de sens.

Le concept de sujet comme « complément de sujet »

Cela ne signifie pas aux yeux de Descombes qu’il faille abandonner le concept de sujet, ni même qu’on puisse s’en passer. Nous avons besoin d’un concept de sujet et celui-ci est parfaitement définissable. C’est le concept de sujet comme individu capable d’avoir des intentions et de les exécuter à travers une action – un individu susceptible, par conséquent, d’être tenu et de se tenir lui-même pour l’auteur et le responsable de ses actes.

A-t-on besoin du concept de sujet ? – Oui, comme complément d’agent, c’est-à-dire individu capable d’agir de lui-même, c’est-à-dire d’avoir des intentions et d’exécuter ses pensées (p. 28).


Ver online : Vincent Descombes


DESCOMBES, Vincent. Le Complément de sujet. Enquête sur le fait d’agir de soi-même. Paris, Gallimard, NRF Essais, 2004. Présenté par Jean-Jacques Rosat