A hermenêutica, o trabalho de interpretação é a arte e a técnica da leitura. Textos e documentos não oferecem um acesso direto ao sentido. Não se lê em transparência como se vê uma pedra na água do riacho. Um texto deve ser interpretado. O texto antigo é obscurecido pelas sedimentações dos séculos e o distanciamento das mentalidades. para manter viva a memória d a humanidade, é preciso regenerar o espírito da letra , despertar o sentido dentre os mortos.
Na tradição do Ocidente, a obra de compreensão nasceu em Alexandria, pelo cuidado dos bibliotecários do Museu, inventores do classicismo. Ao depósito das humanidades helênicas se adicionou àquele dos textos bíblicos judaico -cristãos, Palavra de Deus fixada em Escrituras , que os clérigos devem interpretar escalando a escarpa da degradação do sentido. Os guardiães da fé encarregam-se da conservação de uma verdade ameaçada de esquecimento , que deve ser reativada para evitar que não se perca, à maneira de tantos idiomas desaparecidos. Os homens de cultura — heróis obscuros da erudição filológica, da exegese e da hermenêutica compreensiva — garantem a manutenção do Templo da Memória.
Este livro de Gusdorf se inscreve em um empreendimento ao mesmo tempo científico e pedagógico que foi toda sua obra sobre o Romantismo . (resumo da apresentação editorial do livro)
- As Origens
- A Idade de Ouro da Hermenêutica Alexandrina
- Surgimento da hermenêutica judaico-cristã
- Hermenêutica cristã patrística
- Exegese medieval
- Filologia clássica e filologia sagrada na Renascença
- A hermenêutica bíblica nos séculos XVII e XVIII
- Da exegese à hermenêutica
- A hermenêutica romântica
- O saber romântico e as universidades
- A leitura dos textos
- Interpretação, compreensão
- O estabelecimento do sentido
- A hermenêutica de Schleiermacher
- O modelo biológico nas ciências humanas
- A categoria da vida nas ciências humanas
- A hermenêutica organicista
A IDADE DE OURO DA HERMENÊUTICA ALEXANDRINA
- Hermenêutica, interpretatio, exegese; a mensagem de Hermes , transferência de significação
- Um mistério da comunicação; desvendar a não-evidência do sentido, tarefa inalcançável
- Nietzsche : a filologia ou a arte de ler
- Academicismo clássico, a partir do século III AC
- Fundação de Alexandria do Egito (330), capital cultural do Ocidente por um milênio
- O Museu, a Biblioteca
- Ordenar o caos , o gênio bibliotecário e a tradição escrita
- “Filólogos ”, “gramáticos”, “críticos”
- Civilização da leitura e da escritura
- A arte da interpretação para salvar o sentido
- Os estudos homéricos
- Sacralidade pedagógica de Homero , o Gesamtkunstwerk da cultura ocidental
- O cânone das santas escrituras homéricas foi constituído em Alexandria, excepcional realização do gênio humano
- A formação das lendas épicas e a fixação de um texto ne varietur.
- História do texto homérico e de sua fixação
- O espaço mental do Museu e a interrupção da tradição viva
- Necessidade de restaurar as significações perdidas, reatualização do sentido
- O filólogo faz obra sobre as obras de outro
- O Sofista ou o intelectual impuro
- Os bibliotecários de Alexandria; Escoliastas, lexicógrafos, comentadores
- Em Alexandria se constituiu a Paideia antiga, o classicismo
- Trabalho e tecnologia do texto
- A cultura do livro se substitui à cultura da rua
- Invenção da literatura
- Classicus: classicismo e elitismo
- Arquivamento e catalogação
- Os laureados das Belles Lettres, obra de Clímaco e de Aristófanes, balanço do helenismo
- O cânone dos clássicos implica em uma dogmática estética e moral
- Alexandria terra natal da hermenêutica
- A Bíblia dos Setenta contemporânea do cânone homérico
- Filão o Judeu, o neoplatonismo e a patrística no lar de Alexandria
- Filologia clássica e exegese sagrada
- Cânone bíblico, corpus hipocrático
- O declínio da Aufklärung alexandrina
- Recuo do espírito crítico
- O fim do Museu e da Biblioteca
- Da hermenêutica ao hermetismo
- Iniciação e gnose
SURGIMENTO DA HERMENÊUTICA JUDEU-CRISTÃ
- A epopeia de Alexandre abre novos horizontes espirituais
- A exigência religiosa também muda de escala
- Theologia e mythologia
- Inteligibilidade cósmica do estoicismo na imanência
- O espiritualismo neo-platônico: transcendência, êxtase
- Neo-platonismo e cristianismo na tradição do Ocidente
- Predicação universalista do apóstolo Paulo
- O sincretismo ou a confusão das interpretações
- Um politeísmo epistemológico; multiplicação do sentido, jogos de espelho
- O Sonho de Cipião comentado por Macróbio
- Virgílio, poeta-profeta inspirado
- Agostinho: Da doutrina cristã; sincretismo filosófico-religioso
- A tradição judeu-cristã justifica uma religião do livro, que dá às Escrituras e a sua leitura um valor fundamental
- A hermenêutica se torna um ministério da verdade
- É preciso encontrar a palavra real do Deus vivo
- Distanciamento entre a leitura crítica e a exegese religiosa
- Contemporaneidade espiritual do corpo bíblico
- Duplo movimento da interpretação religiosa: do presente ao passado e do passado ao presente; reatualização do sentido
- O simbolismo para despistar as significações latentes
- A cabala e seus códigos, revelação da Revelação
- Do literalismo à mística especulativa; ilimitação do sentido; os números
- A tradição judaica, depois do surgimento do cristianismo, se fecha sobre ela mesma
- O Talmude , patrimônio espiritual do judaísmo
HERMENÊUTICA CRISTÃ PATRÍSTICA
- O cristianismo, mutação do judaísmo
- Jesus introduz uma nova leitura da tradição, não reconhecida pela sinagoga
- A divergência cristã rejeita o judaísmo no isolamento
- Os cristãos assumem a Bíblia antiga, mas recobrem o Livro
- Jesus primeiro hermeneuta cristão
- Retroatividade do Novo Testamento ; multiplicação dos sentidos
- Os cristãos obrigados ao diálogo com a tradição pagã
- A radicalização iconoclasta, posição extrema do terrorismo cultural
- A concórdia cultural da patrística: Agostinho, Jerônimo
- Um monoteísmo cultural recupera a tradição no seu conjunto
- A Paidéia en Christo, amálgama bíblico-clássica; o programa das artes liberais
- Dificuldades da leitura bíblica; o distanciamento cultural e as ordens e modos diversos do Livro revelado
- Agostinho e as obscuridades da Escritura; De doctrina christiana
- Necessidade de um saber enciclopédico
- A doação de Constantino inclui o império do saber
- Os monastérios, lugares fortes do conhecimento
- Transferência do saber pagão ao seio da espiritualidade bíblica
- Clemente de Alexandria e o iluminismo cristão
- Eusébio e a mutação das coordenadas históricas
- Orígenes fundador da ciência bíblica cristã, destaque da crítica alexandrina
- A Bíblia Hexaples, primeira Bíblia poliglota
- Obscurecimento das Escrituras
- Jesus é o decano da Faculdade das Ciências religiosas?
- À idade apostólica sucede a idade dos doutores
- Necessidade da consolidação intelectual da fé
- Fusão do sentido
- Orígenes definidor do novo espaço mental da exegese
EXEGESE MEDIEVAL
- Uma cultura clerical fundada sobre a revelação escriturária
- Suspeição legítima a respeito dos autores pagãos
- A Vulgata de São Jerônimo, texto recebido e fixado para um milênio, sacralizado, impedindo toda exegese histórica
- Esta paralisia suscitou o esquecimento das interpretações medievais, no entanto abundantes e não desprovidas de interesse
- Campo unitário das Escrituras, idealmente contemporâneas
- Ilimitação do sentido, reverberação do Verbo
- O espírito sobrecarrega a Letra, donde uma leitura na fé, pela fé, signo , símbolo, sacramento na polisemia do texto
- Rejeição do sentido literal
- Uma ascese linguística inspirada pela busca de Deus sobre a via dos símbolos
- Coalescência das leituras interpretativas superpostas, transparências da eternidade no tempo
- O simbolismo universal , leitura universal do Verbo encarnado descoberto em filigrana
- Onipresença do acontecimento de Deus; história santa e história da salvação
- Não ex-plicação, mas im-plicação
- O mistério do Cristo é o sentido do sentido
- Impossibilidade de um terceiro evangelho, a encarnação do Cristo bloqueia o tempo
- Pluralidade das leituras
- Sentido literal da história bíblica e sentido figurativo, carne e espírito
- Sentido objetivo e sentido edificante
- Donde a doutrina do quatro sentidos, imposta pela finitude de nosso intelecto
- Sentido literal, sentido alegórico, sentido moral, sentido analógico
- O histórico e o meta-histórico na leitura bíblica
- O tempo profético
- Antiga e nova aliança
- Insuficiência do Jesus histórico
- O sentido literal é anacrônico
- O sentido moral transfere a interpretação do espaço de dentro
- Leitura mística e pietista, transfiguração da alma fiel
- O sentido anagógico: escatologia da Presença total
- Dizer o inefável, paradoxo de dizer Deus
- Brotação dos quatro sentidos
- São Boaventura : retórica e numerologia
- A leitura como exercício espiritual
- Uma herança cultural esquecida
- O leitor medieval se situa no presente da eternidade
- Celebração do Verbo em um palácio de espelhos
- Tradição da leitura edificante
- Lectio historica e lectio allegorica
- A alegoria dá nascimento à teologia dogmática, que toma distância em relação ao texto escriturário
- Dissociação da espiritualidade e da pesquisa intelectual
A HERMENÊUTICA BÍBLICA NOS SÉCULOS XVII E XVIII
- A exegese nos Reformados e a crítica bíblica; Grotius, La Peyrère, Hobbes
- Spinoza : o Tractatus theologico-politiucs (1670), discurso do método em matéria de exegese do documento bíblico.
- Richard Simon, o Galileu das ciência religiosas
- O texto bíblico muito frágil para fundar unicamente por ele mesmo a fé
- fanatismo crítico para justificar a autoridade da Igreja e seu magistério
- Simão fora da lei
- A pesquisa bíblica na Europa da Reforma
- Fundamentalismo bíblico e perigo de anarquia doutrinal
- Variações das Igrejas protestantes
- A Reforma é um movimento perpétuo
- Exegese e hermenêutica
- A exegese se contenta de restaurar o documento em toda objetividade
- A leitura pietista, leitura inspirada; a Bíblia é o lugar da Palavra divina
- O pietista Rousseau contra a ciência bíblica
- O culto do coração oposto às etiquetas confessionais
- Lichtenberg
- A ciência do texto não põe em causa sua autenticidade religiosa
- As sobrecargas da Revelação global
- Revelação do homem a ele mesmo; restauração da multiplicidade dos sentidos
- A hermenêutica aprofunda a polivalência do sentido; de fora para dentro, da letra ao espírito
- A mutação hermenêutica nas ciências humanas
- As faculdades de teologia na França após 1808
- A problemática das traduções bíblicas nos Reformados
- Hermenêutica (1630), ciência do sentido verdadeiro
- A verdade cria problema; uma lógica do sentido
- Habilitação do espírito crítico
- Iluminismo e protestantismo segundo Dilthey
- A Bíblia, Palavra de Deus, deve ser inteligível por ela mesma
- A tarefa imensa da manifestação do sentido
- Flacius Illyricus (1577): reencontrar a unidade de desígnio de Deus, princípio de totalidade
- Análise retórica do discurso bíblico
- Uma crítica do espírito racionalista
- Tradição universitária da filologia sagrada e profana nos séculos XVII e XVIII
- Complexidade intrínseca do coletânea bíblico
- Triunfo da razão raciocinante
- A exegese de Christian Wolff; elucidação racional da Escritura
- S.J. Baumgarten: retórica e lógica, recorrências da mentalidade
- Os estudos hebraicos: J.A. Michaelis em Halle e seu filhos Johan David em Göttingen
- A ciência bíblica se amplia ao estudo da mentalidade e da civilização
- O Novo testamento ele também é um coletânea compósito
- A hipótese do Protoevangelho renova a problemática
- J.S. Semler: historicidade da revelação bíblica; crítica do cânon do Antigo e do Novo Testamento
- A inciativa pietista restaura o sentido místico: A.H. Francke (1717); a conversão é a chave da Revelação
- A carreira pietista da leitura espiritual: Bengel (1742)
- Da Bíblia de Marburg à Bíblia de Berleburg
- Sábio e Crente
- A inspiração
- Uma verdade à configuração humana
- A componente psíquica: Chladenius (1742)
- Ernesti (1761): ambiguidades do sentido; vocabulário e gramática
- Mentalidade, gênero de vida e campo semântico
- Vico (1725) e a coerência interna da inteligibilidade; análise global da realidade humana
- Retorno cíclico das formas culturais
- A humanidade vive em um mundo de significações
- Uma hermenêutica da história universal; inventário dos espaços culturais
DA EXEGESE À HERMENÊUTICA
- De Vico a Montesquieu
- Uma teoria dos conjuntos da compreensão
- A teoria dos climas e o determinismo do ambiente; uma inteligibilidade global da cultura, interiorizada pela Zeitgeist romântica
- Crítica de Herder e de Germaine de Stäel
- Herder critica o progresso linear
- Uma outra filosofia da história (1774)
- Politeísmo dos valores culturais; reabilitação da Idade Média
- Cada época expões a plenitude do sentido
- Civilização, no plural
- Em direção ao historismo romântico; a verdade é filha do tempo
- O historiador está na história
- Uma metodologia da simpatia compreensiva
- Preâmbulo da diversidade das visões do mundo
- Herder anti-Bossuet e anti-Voltaire
- Riqueza intrínseca da Bíblia em seus meios e mentalidades
- Deus falou a língua dos homens; é preciso ler a Bíblia humanamente, segundo a analogia da humanidade
- Uma verdade em diálogo com o devir da humanidade
- Desbloqueamento da hermenêutica
- Descoberta do Jesus histórico liberado da escatologia
- Degelo da axiomática teológica, restituição do relevo humano de Jesus em seu tempo, transfigurado pelo evangelistas
- Voltaire e Loyola
- Nova leitura dos Evangelhos, uma crítica diferencial
- O Novo Testamento é um produto da fé
- Primeiras interrogações sobre a personalidade de Jesus
- Reencontrar o Jesus de antes da Cruz
- Reimarus tenta desmitificar a lenda cristã
- Uma análise estratigráfica do coletânea evangélico
- O herói e sua testemunhas
- Jesus Judeu e seu fracasso; o cristianismo nascido da decepção dos discípulos e de sua projeção escatológica
- Uma problemática nova de Jesus em seu tempo, liberado da tradição
- Lessing, editor de Reimarus, entra no debate
- Herder e as tradições evangélicas
- Jesus e a fé cristã anterior aos Evangelhos
- A Revelação muda de sentido, reencontra as etimologias judaico-cristãs
- Uma nova fidelidade
- A atualidade da fé ligada a sua historicidade
- Reabilitação das tradições legendárias
- O modo de pensar mítico visado segundo uma perspectiva antropológica de gênese
O SABER ROMÂNTICO E AS UNIVERSIDADES
- Uma nova cultura se elabora em Göttingen e nas outras universidades alemãs
- Vazio universitário francês antes e depois de Napoleão
- As universidades alemãs, focos do romantismo: Göttingen, Iena, Heildelberg, Munique; Berlim, instituição em espírito e em verdade
- Da erudição quantitativa ao saber qualitativo
- As ciências do homem se tornam ciências humanas
- O objeto da ciência remete ao sujeito
- Campo unitário do saber
- Nada de comum com a pseudo-Universidade imperial
- Napoleão quer organizar uma guarda intelectual a serviço do poder
- A Universidade não tem curso legal na França no século XIX
- A tentativa de restauração universitária sob a III República e seu fracasso
- Metodologia germânica dos institutos e seminários
- As Faculdades de Letras na França, campos fechados de polêmicas oratórias
- O Senhor Cousin
- A França do século XIX teve grandes intelectuais, mas fora das universidades
- Humilhação do Studium diante do Imperium
- Universidades alemãs e unidade alemã
- O ideal das franquias acadêmicas
- Os Sete de Göttingen (1837-1842)
- O seminário, atelier das ciências do espírito
- Nietzsche: a formação clássica nos ginásios
- O liceu francês perpetua o ideal das Belles Lettres
- Diálogo franco-alemão
- Na França, o ensino superior não tem corpo nem alma
- Ensaios de reforma: Victor Duruy e a Escola de Altos Estudos (1868)
- Depois de Sedan, a tentativa de instauração de Jules Ferry
- O romantismo na França, não notou, salvo exceção honrosa, o domínio das ciências humanas
- O romantismo alemão dos professores suscitou uma revolução cultural no carrefour interdisciplinar da Universidade
- O romantismo propõe uma meta-epistemologia
- As ciências de fatos e a invocação de valores
- Romantismo do além e romantismo do aqui
- O novo paradigma da identidade humana e a historialização da cultura
A LEITURA DOS TEXTOS
- Hoje em dia a hermenêutica tomou no campo da filosofia o lugar da teoria do conhecimento, legado da metafísica
- Schleiermacher, a nova origem, ocultado por seus continuadores, pôs fim a ingenuidade epistemológica
- Da Enciclopédia ao computador, um saber quantitativo
- A erudição do poli-historiador
- A Revelação, monólogo de Deus, monoteísmo do sentido
- O mal-entendido
- Humanistas renascentistas e protestantes repartem do zero
- O sentido está no texto
- Remontar a ladeira da degradação do texto; restauração da letra
- Postulado do campo unitário; o tabu da Vulgata intocável
- O progresso da análise histórica e crítica na idade das Luzes dissolve a legenda dourada da história santa
- Dissociação da coletânea bíblica, Antigo e Novo Testamentos
- Palavra de Deus e testemunhos humanos
- O testemunho sempre inclui o seu
- A Bíblia é o lugar da Revelação, mas é preciso discernir aquilo que na Bíblia é Revelação
- A Palavra de Deus convertida em Escritura santa, não sem desperdício de sentido
- Dupla dificuldade da interpretação
- Ambiguidades; os Evangelhos já são um produto da fé cristã
- Deus pode tomar a palavra?
- É preciso renunciar ao preconceito da inspiração maciça; a revelação é proporcionada aos tempos e aos homens
- Reencontrar o contexto do texto
- Cada época formula sua relação com Deus segundo seus critérios e valores próprios
- O mito , doador de sentido
- O sentido das palavras expõe o sentido da vida
- O arqueólogo de Delfos
- A restauração arqueológica do mot à mot não equivale à restauração do sentido
- A interpretação plena é uma palingenesia do contexto cultural, transferência de um espaço mental e vital em outro
- Uma filologia do espírito, superposta àquela da letra
- Um novo fronte epistemológico
- Os jesuítas de Pequim e a transferência hermenêutica
- A compreensão é um vai e vem
- O irredutível absoluto do sentido
- A elipse hermenêutica se encontra ela mesma situada na espiral da duração histórica
- Inteligibilidade cíclica
- História da historiografia e história das mentalidades
- Sem interpretação total
- O homem medida e princípio de analogia
- Conhecimento projetivo
- Não há verdade em si do objeto: Nietzsche
- Goethe : o objeto se afirma a nós de dentro; prioridade da teoria sobre o fato
- Mutações das significações: o olhar faz o objeto
- Palingenesias do gosto e do juízo: a arte românica, Napoleão III, a "autocracia tzarista"
- Retroatividade das mentalidades; o historiador vendo o passado
- A compreensão, transferência do sentido de um espaço mental a outro
- Compreender o outro melhor do que ele mesmo se compreende: Fr. Schlegel , ((Scheleirmacher))
- Diálogo entre indivíduos e entre épocas
- Leituras da Odisseia
- A morte de Deus em epistemologia
- Uma verdade a altura do homem; diminuição capital do saber
- Uma epistemologia negativa
- A linguagem humana não pode dizer Deus, senão sobre o modo da comunicação indireta (Kierkegaard )
- Verdade, investigação da verdade, verdade de um investigação
- O Deus oculto
- Não evidência do sentido
- Hamann profeta da revolução hermenêutica; perda originária do sentido
- O inverso da tapeçaria
- A Queda quebrou a Palavra
- O homem se ocultou de Deus
- Goethe e Urphaenomen; não há além ontológico do sentido
- Toda ciência se funda sobre uma fenomenologia primeira
- O homem encurralado no humano
- Horizonte dos horizontes da inteligibilidade
- Espaço projetivo de geometria variável
- Exegese, ciência segunda da adivinhação do sentido
- A Bíblia e o incrédulo
- As mortes não ressuscitam
- Reincarnações fictícias, baile mascarado
- A nova história e a violação do sentido
- Carlos Magno estava no lugar de Carlos Magno?
- A besteira, fator histórico
- Reserva ontológica da não transparência
- Michelet, confusão da história e do historiador; rejeição da objetividade primária
- História qualitativa
- Ranke oposto à megalomania de Hegel
- Participar das outras vidas
- Amor e conhecimento
- O tema da identidade
- Visão escatológica da origem do sentido, interior e exterior a nós
- Hieroglifos, marcas do infinito no finito
- O limite do sentido e o sentido do limite
INTERPRETAÇÃO, COMPREENSÃO
- Mutação romântica da hermenêutica
- Revelação, inspiração não vêm sobrecarregar a leitura do texto, mas são premissas ao texto ele mesmo
- O sentido da Bíblia não está somente na Bíblia; ele subentende a cultura do Ocidente
- Descolamento da exegese da hermenêutica.
- O conhecimento daquilo que é conhecido, segundo movimento do saber
- O ser humano, foro das significações
- A inteligibilidade transferida ao espaço do interior
- Não há axiomatização do território do conhecimento
- A antiga retórica fazia a teoria das motivações humanas
- Compreender alguém
- A hermenêutica, teoria da comunicação
- O texto e o sentido: ilimitação do campo semântico
- A encarnação, fonte do sentido
- Liberação e ilimitação das significações
- A reconquista do sentido faz a volta ao mundo
- O sentido não está no objeto
- O intérprete-taumaturgo
- O sábio, não obstáculo ao conhecimento, mas meio de conhecimento
- A objeção do relativismo
- Não há verdade sem ponto de vista
- A interpretação deve remontar o paredão da degradação do sentido
- A revivescência do sentido como repetição da Erlebnis (Dilthey)
- Não transparência de si para si, inocência perdida
- A realidade inesgotável
- Toda compreensão é criadora, inovadora
- Prioridade do sentido íntimo
- Identificação projetiva do sujeito aos objetos
- Compreender como nadar (Baader )
- O sentido da caminhada como relação ao mundo
- O semelhante compreende o semelhante
- Reuniões ou combinações de sentido
- O jovem Dilthey
- Motivação do historiador
- Winckelmann
- Os visionários
- O paradigma enganador das ciências exatas
- Verdades de fato e verdades de sentido
- Domínios de compreensão: a inscrição greco-budista
- O sábio encontra a razão depois de tê-la perdido
- Schliemann
- A hermenêutica, contrapartida subjetiva dos resultados adquiridos
- Pesquisa fundamental: o relevo humano do objeto humano
- Conhecimento-reconhecimento, transformação de significações prévias
- As contagens demográficas lidam com coeficientes extrínsecos da realidade humana
- Apreensão global do ser humano
- Goethe e a ótica geométrica
- Meta-epistemologia das ciências humanas: Nietzsche
- Tensão em direção de um conhecimento universal
- A invocação do fenômeno humano totalidade
- Ampliação da presença no mundo
- O pressuposto humano e o papel da afetividade
- O romantismo reabilitado, o inconsciente recalcado, infra-consciente e supra-consciente
- A noção de Erlebnis e aquela de Einfühlung
- O ídolo da ciência exata
- Não escrever a história começando pelo fim
- A história não é um palimpsesto
- “Fazer a história”
- A cada um o modo de sua presença no mundo
- Simulações
- Explicar e compreender
- A ordem humana como mundo inteligível das significações, interior e exterior ao indivíduo
- Vida e magia das palavras
- Quando tomamos a palavra, é ela que nos toma
- As palavras são mediadores do sentido na comunicação entre indivíduos
- A hermenêutica transcende a linguística
- A catedral, concretização da cristandade
- O domínio humano tem limites, aqueles da residência terrestre
- A etnologia francesa de Lévy -Brühl a Lévi-Strauss
- O selvagem passado ao computador
- O etnólogo de campo entre ele mesmo no espaço vital arcaico
- A simpatia pelos primitivos é uma aquisição romântica
- Escutar e compreender o canto profundo
- Volksgeist
- O oceano das significações