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Les origines de l’herméneutique

Gusdorf (OH): As Origens da Hermenêutica

Estrutura da obra

domingo 12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro

      

A hermenêutica, o trabalho   de interpretação é a arte e a técnica da leitura. Textos e documentos não oferecem um acesso direto ao sentido. Não se lê em transparência como se vê uma pedra   na água do riacho. Um texto deve ser interpretado. O texto antigo é obscurecido pelas sedimentações dos séculos e o distanciamento das mentalidades. para manter viva a memória d a humanidade, é preciso regenerar o espírito da letra  , despertar   o sentido dentre os mortos.

Na tradição do Ocidente, a obra de compreensão nasceu em Alexandria, pelo cuidado   dos bibliotecários do Museu, inventores do classicismo. Ao depósito das humanidades helênicas se adicionou àquele dos textos bíblicos judaico  -cristãos, Palavra de Deus   fixada em Escrituras  , que os clérigos devem interpretar escalando a escarpa da degradação do sentido. Os guardiães da fé encarregam-se da conservação de uma verdade ameaçada de esquecimento  , que deve ser reativada para evitar que não se perca, à maneira de tantos idiomas desaparecidos. Os homens de cultura — heróis obscuros da erudição filológica, da exegese   e da hermenêutica compreensiva — garantem a manutenção do Templo   da Memória.

Este livro de Gusdorf   se inscreve em um empreendimento ao mesmo tempo científico e pedagógico que foi toda sua obra sobre o Romantismo  . (resumo da apresentação editorial do livro)

  • As Origens
    • A Idade de Ouro da Hermenêutica Alexandrina
    • Surgimento da hermenêutica judaico-cristã
    • Hermenêutica cristã patrística
    • Exegese medieval
    • Filologia clássica e filologia sagrada na Renascença
    • A hermenêutica bíblica nos séculos XVII e XVIII
    • Da exegese à hermenêutica
  • A hermenêutica romântica
    • O saber romântico e as universidades
    • A leitura dos textos
    • Interpretação, compreensão
    • O estabelecimento do sentido
    • A hermenêutica de Schleiermacher
  • O modelo biológico nas ciências humanas
    • A categoria da vida nas ciências humanas
    • A hermenêutica organicista

A IDADE DE OURO DA HERMENÊUTICA ALEXANDRINA

  • Hermenêutica, interpretatio, exegese; a mensagem de Hermes  , transferência de significação
  • Um mistério da comunicação; desvendar a não-evidência do sentido, tarefa inalcançável
  • Nietzsche  : a filologia ou a arte de ler
  • Academicismo clássico, a partir do século III AC
  • Fundação de Alexandria do Egito   (330), capital cultural do Ocidente por um milênio
  • O Museu, a Biblioteca
  • Ordenar o caos  , o gênio bibliotecário e a tradição escrita
  • “Filólogos  ”, “gramáticos”, “críticos”
  • Civilização da leitura e da escritura
  • A arte da interpretação para salvar o sentido
  • Os estudos homéricos
  • Sacralidade pedagógica de Homero  , o Gesamtkunstwerk da cultura ocidental
  • O cânone das santas escrituras homéricas foi constituído em Alexandria, excepcional realização   do gênio humano
  • A formação das lendas épicas e a fixação de um texto ne varietur.
  • História do texto homérico e de sua fixação
  • O espaço mental   do Museu e a interrupção da tradição viva
  • Necessidade   de restaurar as significações perdidas, reatualização do sentido
  • O filólogo faz obra sobre as obras de outro
  • O Sofista   ou o intelectual impuro
  • Os bibliotecários de Alexandria; Escoliastas, lexicógrafos, comentadores
  • Em Alexandria se constituiu a Paideia   antiga, o classicismo
  • Trabalho e tecnologia   do texto
  • A cultura do livro se substitui à cultura da rua
  • Invenção da literatura
  • Classicus: classicismo e elitismo
  • Arquivamento e catalogação
  • Os laureados das Belles Lettres, obra de Clímaco e de Aristófanes, balanço do helenismo
  • O cânone dos clássicos implica em uma dogmática estética e moral
  • Alexandria terra   natal da hermenêutica
  • A Bíblia dos Setenta contemporânea do cânone homérico
  • Filão   o Judeu, o neoplatonismo e a patrística no lar de Alexandria
  • Filologia clássica e exegese sagrada
  • Cânone bíblico, corpus   hipocrático
  • O declínio da Aufklärung alexandrina
  • Recuo do espírito crítico
  • O fim do Museu e da Biblioteca
  • Da hermenêutica ao hermetismo
  • Iniciação e gnose

SURGIMENTO DA HERMENÊUTICA JUDEU-CRISTÃ

  • A epopeia de Alexandre abre novos horizontes espirituais
  • A exigência religiosa também muda de escala
  • Theologia   e mythologia
  • Inteligibilidade cósmica do estoicismo   na imanência
  • O espiritualismo neo-platônico: transcendência, êxtase
  • Neo-platonismo   e cristianismo na tradição do Ocidente
  • Predicação universalista do apóstolo Paulo  
  • O sincretismo ou a confusão das interpretações
  • Um politeísmo epistemológico; multiplicação do sentido, jogos de espelho  
  • O Sonho de Cipião comentado por Macróbio
  • Virgílio, poeta-profeta   inspirado
  • Agostinho: Da doutrina   cristã; sincretismo filosófico-religioso
  • A tradição judeu-cristã justifica uma religião do livro, que dá às Escrituras e a sua leitura um valor   fundamental
  • A hermenêutica se torna um ministério da verdade
  • É preciso encontrar a palavra real do Deus vivo
  • Distanciamento entre a leitura crítica e a exegese religiosa
  • Contemporaneidade espiritual do corpo bíblico
  • Duplo movimento   da interpretação religiosa: do presente   ao passado e do passado ao presente; reatualização do sentido
  • O simbolismo para despistar as significações latentes
  • A cabala   e seus códigos, revelação da Revelação
  • Do literalismo à mística especulativa; ilimitação do sentido; os números
  • A tradição judaica, depois do surgimento do cristianismo, se fecha sobre ela mesma
  • O Talmude  , patrimônio espiritual do judaísmo

HERMENÊUTICA CRISTÃ PATRÍSTICA

  • O cristianismo, mutação do judaísmo
  • Jesus   introduz uma nova leitura da tradição, não reconhecida pela sinagoga
  • A divergência cristã rejeita o judaísmo no isolamento
  • Os cristãos assumem a Bíblia antiga, mas recobrem o Livro
  • Jesus primeiro hermeneuta cristão
  • Retroatividade do Novo Testamento  ; multiplicação dos sentidos
  • Os cristãos obrigados ao diálogo   com a tradição pagã
  • A radicalização iconoclasta, posição extrema do terrorismo cultural
  • A concórdia cultural da patrística: Agostinho, Jerônimo
  • Um monoteísmo cultural recupera a tradição no seu conjunto  
  • A Paidéia en Christo, amálgama bíblico-clássica; o programa das artes liberais
  • Dificuldades da leitura bíblica; o distanciamento cultural e as ordens e modos   diversos do Livro revelado
  • Agostinho e as obscuridades da Escritura; De doctrina christiana
  • Necessidade de um saber enciclopédico
  • A doação de Constantino inclui o império do saber
  • Os monastérios, lugares fortes do conhecimento
  • Transferência do saber pagão ao seio da espiritualidade bíblica
  • Clemente de Alexandria   e o iluminismo cristão
  • Eusébio e a mutação das coordenadas históricas
  • Orígenes   fundador da ciência bíblica cristã, destaque da crítica alexandrina
  • A Bíblia Hexaples, primeira Bíblia poliglota
  • Obscurecimento das Escrituras
  • Jesus é o decano da Faculdade das Ciências religiosas?
  • À idade apostólica sucede a idade dos doutores
  • Necessidade da consolidação intelectual da fé
  • Fusão do sentido
  • Orígenes definidor do novo espaço mental da exegese

EXEGESE MEDIEVAL

  • Uma cultura clerical fundada sobre a revelação escriturária
  • Suspeição legítima a respeito dos autores pagãos
  • A Vulgata de São Jerônimo, texto recebido e fixado para um milênio, sacralizado, impedindo toda exegese histórica
  • Esta paralisia suscitou o esquecimento das interpretações medievais, no entanto abundantes e não desprovidas de interesse  
  • Campo   unitário das Escrituras, idealmente contemporâneas
  • Ilimitação do sentido, reverberação do Verbo
  • O espírito sobrecarrega a Letra, donde uma leitura na fé, pela fé, signo  , símbolo, sacramento na polisemia do texto
  • Rejeição do sentido literal
  • Uma ascese   linguística inspirada pela busca de Deus sobre a via dos símbolos
  • Coalescência das leituras interpretativas superpostas, transparências da eternidade   no tempo
  • O simbolismo universal  , leitura universal do Verbo encarnado descoberto em filigrana
  • Onipresença do acontecimento   de Deus; história santa e história da salvação
  • Não ex-plicação, mas im-plicação
  • O mistério do Cristo é o sentido do sentido
  • Impossibilidade de um terceiro evangelho, a encarnação do Cristo bloqueia o tempo
  • Pluralidade das leituras
  • Sentido literal da história bíblica e sentido figurativo, carne   e espírito
  • Sentido objetivo e sentido edificante
  • Donde a doutrina do quatro sentidos, imposta pela finitude de nosso intelecto
  • Sentido literal, sentido alegórico, sentido moral, sentido analógico
  • O histórico e o meta-histórico na leitura bíblica
  • O tempo profético
  • Antiga e nova aliança
  • Insuficiência do Jesus histórico
  • O sentido literal é anacrônico
  • O sentido moral transfere a interpretação do espaço de dentro
  • Leitura mística e pietista, transfiguração da alma   fiel
  • O sentido anagógico: escatologia da Presença total
  • Dizer o inefável, paradoxo de dizer Deus
  • Brotação dos quatro sentidos
  • São Boaventura  : retórica e numerologia
  • A leitura como exercício espiritual
  • Uma herança cultural esquecida
  • O leitor medieval se situa no presente da eternidade
  • Celebração do Verbo em um palácio de espelhos
  • Tradição da leitura edificante
  • Lectio historica e lectio allegorica
  • A alegoria   dá nascimento à teologia dogmática, que toma distância em relação ao texto escriturário
  • Dissociação da espiritualidade e da pesquisa intelectual

A HERMENÊUTICA BÍBLICA NOS SÉCULOS XVII E XVIII

  • A exegese nos Reformados e a crítica bíblica; Grotius, La Peyrère, Hobbes  
  • Spinoza  : o Tractatus theologico-politiucs (1670), discurso do método em matéria de exegese do documento bíblico.
  • Richard Simon, o Galileu   das ciência religiosas
  • O texto bíblico muito frágil para fundar   unicamente por ele mesmo a fé
  • fanatismo crítico para justificar a autoridade   da Igreja   e seu magistério
  • Simão fora da lei
  • A pesquisa bíblica na Europa da Reforma
  • Fundamentalismo bíblico e perigo de anarquia doutrinal
  • Variações das Igrejas protestantes
  • A Reforma é um movimento perpétuo
  • Exegese e hermenêutica
  • A exegese se contenta de restaurar o documento em toda objetividade
  • A leitura pietista, leitura inspirada; a Bíblia é o lugar da Palavra divina
  • O pietista Rousseau   contra a ciência bíblica
  • O culto do coração   oposto às etiquetas confessionais
  • Lichtenberg
  • A ciência do texto não põe em causa   sua autenticidade religiosa
  • As sobrecargas da Revelação global
  • Revelação do homem   a ele mesmo; restauração da multiplicidade dos sentidos
  • A hermenêutica aprofunda a polivalência do sentido; de fora para dentro, da letra ao espírito
  • A mutação hermenêutica nas ciências humanas
  • As faculdades   de teologia na França após 1808
  • A problemática das traduções bíblicas nos Reformados
  • Hermenêutica (1630), ciência do sentido verdadeiro
  • A verdade cria problema; uma lógica do sentido
  • Habilitação do espírito crítico
  • Iluminismo e protestantismo segundo Dilthey  
  • A Bíblia, Palavra de Deus, deve ser inteligível por ela mesma
  • A tarefa imensa da manifestação do sentido
  • Flacius Illyricus (1577): reencontrar a unidade   de desígnio de Deus, princípio de totalidade
  • Análise retórica do discurso bíblico
  • Uma crítica do espírito racionalista
  • Tradição universitária da filologia sagrada e profana nos séculos XVII e XVIII
  • Complexidade intrínseca do coletânea bíblico
  • Triunfo da razão raciocinante
  • A exegese de Christian Wolff; elucidação racional da Escritura
  • S.J.   Baumgarten: retórica e lógica, recorrências da mentalidade
  • Os estudos hebraicos: J.A. Michaelis em Halle e seu filhos Johan David   em Göttingen
  • A ciência bíblica se amplia ao estudo da mentalidade e da civilização
  • O Novo testamento ele também é um coletânea compósito
  • A hipótese do Protoevangelho renova a problemática
  • J.S. Semler: historicidade da revelação bíblica; crítica do cânon do Antigo e do Novo Testamento
  • A inciativa pietista restaura o sentido místico: A.H. Francke (1717); a conversão é a chave da Revelação
  • A carreira pietista da leitura espiritual: Bengel (1742)
  • Da Bíblia de Marburg à Bíblia de Berleburg
  • Sábio e Crente
  • A inspiração
  • Uma verdade à configuração humana
  • A componente psíquica: Chladenius (1742)
  • Ernesti (1761): ambiguidades do sentido; vocabulário e gramática
  • Mentalidade, gênero   de vida e campo semântico
  • Vico (1725) e a coerência interna da inteligibilidade; análise global da realidade humana
  • Retorno cíclico das formas culturais
  • A humanidade vive em um mundo de significações
  • Uma hermenêutica da história universal; inventário dos espaços culturais

DA EXEGESE À HERMENÊUTICA

  • De Vico a Montesquieu
  • Uma teoria dos conjuntos da compreensão
  • A teoria dos climas e o determinismo do ambiente; uma inteligibilidade global da cultura, interiorizada pela Zeitgeist romântica
  • Crítica de Herder   e de Germaine de Stäel
  • Herder critica o progresso linear
  • Uma outra filosofia da história (1774)
  • Politeísmo dos valores culturais; reabilitação da Idade Média
  • Cada época expões a plenitude   do sentido
  • Civilização, no plural
  • Em direção ao historismo romântico; a verdade é filha do tempo
  • O historiador está na história
  • Uma metodologia da simpatia compreensiva
  • Preâmbulo da diversidade das visões do mundo
  • Herder anti-Bossuet e anti-Voltaire
  • Riqueza   intrínseca da Bíblia em seus meios e mentalidades
  • Deus falou a língua dos homens; é preciso ler a Bíblia humanamente, segundo a analogia   da humanidade
  • Uma verdade em diálogo com o devir da humanidade
  • Desbloqueamento da hermenêutica
  • Descoberta do Jesus histórico liberado da escatologia
  • Degelo da axiomática teológica, restituição do relevo humano de Jesus em seu tempo, transfigurado pelo evangelistas
  • Voltaire e Loyola
  • Nova leitura dos Evangelhos, uma crítica diferencial
  • O Novo Testamento é um produto da fé
  • Primeiras interrogações sobre a personalidade de Jesus
  • Reencontrar o Jesus de antes da Cruz
  • Reimarus tenta desmitificar a lenda cristã
  • Uma análise estratigráfica do coletânea evangélico
  • O herói e sua testemunhas
  • Jesus Judeu e seu fracasso; o cristianismo nascido da decepção dos discípulos e de sua projeção escatológica
  • Uma problemática nova de Jesus em seu tempo, liberado da tradição
  • Lessing, editor de Reimarus, entra no debate  
  • Herder e as tradições evangélicas
  • Jesus e a fé cristã anterior   aos Evangelhos
  • A Revelação muda de sentido, reencontra as etimologias judaico-cristãs
  • Uma nova fidelidade
  • A atualidade da fé ligada a sua historicidade
  • Reabilitação das tradições legendárias
  • O modo de pensar mítico visado segundo uma perspectiva antropológica de gênese

O SABER ROMÂNTICO E AS UNIVERSIDADES

  • Uma nova cultura se elabora em Göttingen e nas outras universidades alemãs
  • Vazio   universitário francês antes e depois de Napoleão
  • As universidades alemãs, focos do romantismo: Göttingen, Iena, Heildelberg, Munique; Berlim, instituição em espírito e em verdade
  • Da erudição quantitativa ao saber qualitativo
  • As ciências do homem se tornam ciências humanas
  • O objeto da ciência remete ao sujeito  
  • Campo unitário do saber
  • Nada de comum com a pseudo-Universidade imperial
  • Napoleão quer organizar uma guarda intelectual a serviço do poder
  • A Universidade não tem curso legal na França no século XIX
  • A tentativa de restauração universitária sob a III República e seu fracasso
  • Metodologia germânica dos institutos e seminários
  • As Faculdades de Letras na França, campos fechados de polêmicas oratórias
  • O Senhor Cousin
  • A França do século XIX teve grandes intelectuais, mas fora das universidades
  • Humilhação do Studium diante do Imperium
  • Universidades alemãs e unidade alemã
  • O ideal das franquias acadêmicas
  • Os Sete   de Göttingen (1837-1842)
  • O seminário, atelier das ciências do espírito
  • Nietzsche: a formação clássica nos ginásios
  • O liceu   francês perpetua o ideal das Belles Lettres
  • Diálogo franco-alemão
  • Na França, o ensino superior não tem corpo nem alma
  • Ensaios de reforma: Victor Duruy e a Escola de Altos Estudos (1868)
  • Depois de Sedan, a tentativa de instauração de Jules Ferry
  • O romantismo na França, não notou, salvo exceção honrosa, o domínio das ciências humanas
  • O romantismo alemão dos professores suscitou uma revolução cultural no carrefour interdisciplinar da Universidade
  • O romantismo propõe uma meta-epistemologia
  • As ciências de fatos e a invocação de valores
  • Romantismo do além e romantismo do aqui
  • O novo paradigma   da identidade   humana e a historialização da cultura

A LEITURA DOS TEXTOS

  • Hoje em dia a hermenêutica tomou no campo da filosofia o lugar da teoria do conhecimento, legado da metafísica
  • Schleiermacher, a nova origem, ocultado por seus continuadores, pôs fim a ingenuidade epistemológica
  • Da Enciclopédia ao computador, um saber quantitativo
  • A erudição do poli-historiador
  • A Revelação, monólogo de Deus, monoteísmo do sentido
  • O mal-entendido
  • Humanistas renascentistas e protestantes repartem do zero  
  • O sentido está no texto
  • Remontar a ladeira da degradação do texto; restauração da letra
  • Postulado do campo unitário; o tabu da Vulgata intocável
  • O progresso da análise histórica e crítica na idade das Luzes dissolve a legenda dourada da história santa
  • Dissociação da coletânea bíblica, Antigo e Novo Testamentos
  • Palavra de Deus e testemunhos humanos
  • O testemunho sempre inclui o seu
  • A Bíblia é o lugar da Revelação, mas é preciso discernir aquilo que na Bíblia é Revelação
  • A Palavra de Deus convertida em Escritura santa, não sem desperdício de sentido
  • Dupla dificuldade   da interpretação
  • Ambiguidades; os Evangelhos já são um produto da fé cristã
  • Deus pode tomar a palavra?
  • É preciso renunciar ao preconceito da inspiração maciça; a revelação é proporcionada aos tempos e aos homens
  • Reencontrar o contexto do texto
  • Cada época formula sua relação com Deus segundo seus critérios e valores próprios
  • O mito  , doador de sentido
  • O sentido das palavras expõe o sentido da vida
  • O arqueólogo de Delfos  
  • A restauração arqueológica do mot à mot não equivale à restauração do sentido
  • A interpretação plena é uma palingenesia   do contexto cultural, transferência de um espaço mental e vital em outro
  • Uma filologia do espírito, superposta àquela da letra
  • Um novo fronte epistemológico
  • Os jesuítas de Pequim e a transferência hermenêutica
  • A compreensão é um vai e vem
  • O irredutível absoluto do sentido
  • A elipse hermenêutica se encontra ela mesma situada na espiral   da duração histórica
  • Inteligibilidade cíclica
  • História da historiografia e história das mentalidades
  • Sem interpretação total
  • O homem medida e princípio de analogia
  • Conhecimento projetivo
  • Não há verdade em si do objeto: Nietzsche
  • Goethe  : o objeto se afirma a nós de dentro; prioridade da teoria sobre o fato
  • Mutações das significações: o olhar faz o objeto
  • Palingenesias do gosto e do juízo: a arte românica, Napoleão III, a "autocracia tzarista"
  • Retroatividade das mentalidades; o historiador vendo o passado
  • A compreensão, transferência do sentido de um espaço mental a outro
  • Compreender o outro melhor do que ele mesmo se compreende: Fr. Schlegel  , ((Scheleirmacher))
  • Diálogo entre indivíduos e entre épocas
  • Leituras da Odisseia
  • A morte de Deus em epistemologia
  • Uma verdade a altura do homem; diminuição capital do saber
  • Uma epistemologia negativa
  • A linguagem humana não pode dizer Deus, senão sobre o modo da comunicação indireta (Kierkegaard  )
  • Verdade, investigação da verdade, verdade de um investigação
  • O Deus oculto
  • Não evidência do sentido
  • Hamann   profeta da revolução hermenêutica; perda originária do sentido
  • O inverso da tapeçaria
  • A Queda   quebrou a Palavra
  • O homem se ocultou de Deus
  • Goethe e Urphaenomen; não há além ontológico do sentido
  • Toda ciência se funda sobre uma fenomenologia primeira
  • O homem encurralado no humano
  • Horizonte   dos horizontes da inteligibilidade
  • Espaço projetivo de geometria variável
  • Exegese, ciência segunda da adivinhação do sentido
  • A Bíblia e o incrédulo
  • As mortes não ressuscitam
  • Reincarnações fictícias, baile mascarado
  • A nova história e a violação do sentido
  • Carlos Magno estava no lugar de Carlos Magno?
  • A besteira, fator histórico
  • Reserva ontológica da não transparência
  • Michelet, confusão da história e do historiador; rejeição da objetividade primária
  • História qualitativa
  • Ranke   oposto à megalomania de Hegel  
  • Participar das outras vidas
  • Amor e conhecimento
  • O tema da identidade
  • Visão escatológica da origem do sentido, interior e exterior a nós
  • Hieroglifos, marcas do infinito   no finito  
  • O limite do sentido e o sentido do limite

INTERPRETAÇÃO, COMPREENSÃO

  • Mutação romântica da hermenêutica
  • Revelação, inspiração não vêm sobrecarregar a leitura do texto, mas são premissas ao texto ele mesmo
  • O sentido da Bíblia não está somente na Bíblia; ele subentende a cultura do Ocidente
  • Descolamento da exegese da hermenêutica.
  • O conhecimento daquilo que é conhecido, segundo movimento do saber
  • O ser   humano, foro das significações
  • A inteligibilidade transferida ao espaço do interior
  • Não há axiomatização do território do conhecimento
  • A antiga retórica fazia a teoria das motivações humanas
  • Compreender alguém
  • A hermenêutica, teoria da comunicação
  • O texto e o sentido: ilimitação do campo semântico
  • A encarnação, fonte do sentido
  • Liberação e ilimitação das significações
  • A reconquista do sentido faz a volta ao mundo
  • O sentido não está no objeto
  • O intérprete-taumaturgo
  • O sábio, não obstáculo ao conhecimento, mas meio de conhecimento
  • A objeção do relativismo
  • Não há verdade sem ponto de vista
  • A interpretação deve remontar o paredão da degradação do sentido
  • A revivescência do sentido como repetição da Erlebnis (Dilthey)
  • Não transparência de si para si, inocência perdida
  • A realidade inesgotável
  • Toda compreensão é criadora, inovadora
  • Prioridade do sentido íntimo
  • Identificação projetiva do sujeito aos objetos
  • Compreender como nadar (Baader  )
  • O sentido da caminhada como relação ao mundo
  • O semelhante compreende o semelhante
  • Reuniões ou combinações de sentido
  • O jovem Dilthey
  • Motivação do historiador
  • Winckelmann
  • Os visionários
  • O paradigma enganador das ciências exatas
  • Verdades de fato e verdades de sentido
  • Domínios de compreensão: a inscrição greco-budista
  • O sábio encontra a razão depois de tê-la perdido
  • Schliemann
  • A hermenêutica, contrapartida subjetiva dos resultados adquiridos
  • Pesquisa fundamental: o relevo humano do objeto humano
  • Conhecimento-reconhecimento, transformação de significações prévias
  • As contagens demográficas lidam com coeficientes extrínsecos da realidade humana
  • Apreensão global do ser humano
  • Goethe e a ótica geométrica
  • Meta-epistemologia das ciências humanas: Nietzsche
  • Tensão em direção de um conhecimento universal
  • A invocação do fenômeno   humano totalidade
  • Ampliação da presença no mundo
  • O pressuposto humano e o papel da afetividade
  • O romantismo reabilitado, o inconsciente recalcado, infra-consciente e supra-consciente
  • A noção de Erlebnis e aquela de Einfühlung
  • O ídolo   da ciência exata
  • Não escrever a história começando pelo fim
  • A história não é um palimpsesto
  • “Fazer a história”
  • A cada um o modo de sua presença no mundo
  • Simulações
  • Explicar e compreender
  • A ordem   humana como mundo inteligível das significações, interior e exterior ao indivíduo
  • Vida e magia   das palavras
  • Quando tomamos a palavra, é ela que nos toma
  • As palavras são mediadores do sentido na comunicação entre indivíduos
  • A hermenêutica transcende a linguística
  • A catedral, concretização da cristandade
  • O domínio humano tem limites, aqueles da residência terrestre
  • A etnologia francesa de Lévy  -Brühl a Lévi-Strauss  
  • O selvagem passado ao computador
  • O etnólogo de campo entre ele mesmo no espaço vital arcaico
  • A simpatia pelos primitivos é uma aquisição romântica
  • Escutar   e compreender o canto   profundo
  • Volksgeist
  • O oceano das significações

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