Original
Les trigrammes sont donc les symboles, soit des archétypes, soit des développements de la manifestation; développements qui ne doivent d’ailleurs être considérés comme spatiaux et temporels que dans le seul cas particulier du domaine corporel, ou à la rigueur dans celui du domaine psycho -physique.
La représentation habituelle de ces huit signes les répartit sur le pourtour d’un cercle : cette disposition met en évidence l’équilibre et l’harmonie de l’ensemble : la somme des déséquilibres partiels y concourt finalement à établir un équilibre global. On peut en effet compter en tout douze traits yang et douze traits yin. Or le nombre douze, qui est un nombre « circulaire » [218] et cyclique, est le produit du nombre trois premier impair, par le nombre quatre, premier carré [1]. Trois est le signe de la Présence céleste ; quatre est l’indice de la multiplicité terrestre ; l’union des deux nombres produit l’univers. La manifestation part de la Plénitude principielle pour y revenir, après avoir épuisé cycliquement les possibilités qui lui étaient accordées. Toutes choses naissent de la Source divine et retournent finalement en Elle. La disharmonie, qui ne pouvait avoir qu’une réalité relative et partielle, sous peine d’attenter à la Perfection de l’Absolu, s’avère donc finalement illusoire. Elle fait place à l’Harmonie totale de la manifestation réintégrée dans son Essence principielle. La conjonction apparente du Ciel et de la Terre produit l’univers ; leur conjonction véritable est un retour au Principe.
Disposés ainsi aux points cardinaux et inter-cardinaux qui figurent les déterminations de l’espace et par transposition, celles de la Substance universelle, les koua présentent l’aspect d’une roue à huit rayons comparable au Dharma -chakra, c’est-à-dire à la Roue du Monde tournant autour de l’Axe divin immuable [2]. La « mise en mouvement » de la Roue cosmique correspond en effet à la naissance des trigrammes, qui symbolisent ainsi un groupe de déséquilibres partiels se résolvant en cet équilibre parfait qu’évoque le centre immobile de la Roue [3].
Si nous envisageons en outre, dans la disposition de Fou-hi, deux trigrammes opposés aux deux extrémités d’un même diamètre, nous constatons qu’ils sont également complémentaires, de sorte que [219] l’ensemble des « déterminations » qui les constituent comporte toujours trois traits pleins et trois traits brisés. On voit que l’harmonie se rétablit par le « retour au Centre », à l’Axe divin dont la « trace » sur la terre n’est autre que l’Eden et correspond à la condition d’Homme véritable (tchen-jen), ou d’homme primordial [4].
Antonio Carneiro
Os trigramas são portanto os símbolos, seja arquétipos, seja desenvolvimentos da manifestação, desenvolvimentos que não devem a princípio ser considerados como espaciais e temporais a não ser no caso particular do domínio corporal, ou a rigor naquele do domínio psicofísico.
A representação habitual desses oito signos lhes distribui sobre o contorno de um círculo: esta disposição põe em evidência o equilíbrio e a harmonia do conjunto : a soma dos desequilíbrios parciais aí concorre finalmente a estabelecer um equilíbrio global. Pode-se contar com efeito ao todo doze traços yang e doze traços yin. Ora o número doze, que é um número « circular » [218] e cíclico, é o produto do número três primeiro ímpar, pelo número quatro, primeiro quadrado [5]. Três é o signo da Presença celeste; quatro é o índice da multiplicidade terrestre; a união dos dois números produz o universo . A manifestação parte da Plenitude principial para aí retornar, após ter esgotado ciclicamente as possibilidades que lhe eram permitidas. Todas coisas nascem da Fonte divina e retornam finalmente a Ela. A desarmonia, que não podia ter senão uma realidade relativa e parcial, sob pena de atentar à Perfeição do Absoluto, se afirma portanto finalmente ilusória. Ela dá lugar à Harmonia total da manifestação reintegrada em sua Essência principial. A conjunção aparente do Céu e da Terra produz o universo; a verdadeira conjunção deles é um retorno ao Princípio.
Dispostos assim aos pontos cardeais e inter-cardeais que figuram as determinações do espaço e por transposição, àquelas da Substância universal , os koua apresentam o aspecto de uma roda com oito raios comparável ao Dharma-chakra, isto é à Roda do Mundo girando ao redor do Eixo divino imutável [6].. O « pôr em movimento » da Roda cósmica corresponde com efeito ao nascimento dos trigramas, que simbolizam assim um grupo de desequilíbrios parciais se resolvendo nesse equilíbrio perfeito que evoca o centro imóvel da Roda [7].
Se encararmos além disso, na disposição de Fou-hi, dois trigramas opostos às duas extremidades de um mesmo diâmetro, constatamos que são igualmente complementários, de sorte que [219] o conjunto das « determinações » que os constituem comporta sempre três traços plenos e três quebrados. Vê-se que a harmonia se restabelece pelo « retorno ao Centro », ao Eixo divino cujo « traço » sobre a terra não é outro senão o Éden e corresponde à condição do Homem verdadeiro (tchen-jen), ou homem primordial [8].