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All else is bondage

Wei Wu Wei (AEB) – Uma nota sobre os termos Volição e Causação

Non-volitional living

sábado 27 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro

      

WEI WU WEI  . All else is bondage   : non-volitional living. Hong Kong: Sentient Publications, 2004

      

tradução

Todos os fenômenos, sendo o resultado de objetivação, são necessariamente condicionados e sujeitos à cadeia de causação.

Causação, estando submetida ao que concebemos como Tempo e Espaço, implica Espaço-Tempo, e vice-versa, de modo que a causação e a volição   podem ser vistas como uma.

Portanto, toda espécie possível de atividade   temporal deve ser condicionada e sujeita à cadeia de causação.

Pelo contrário o que quer que seja intemporal, ou o que quer que seja intemporalidade, não pode estar limitado pela cadeia de causação — posto que não pode estar sujeito   ao Espaço-Tempo.

Mas o que quer que sejamos, o que quer que seres-sencientes possam ser, é intemporal, e isso que aparece em Espaço-Tempo é somente fenomenal.

Volição, portanto, em seu aspecto fenomenal é uma manifestação de um eu-conceito, e deve ser um elemento   na cadeia de causação, enquanto a «volição» em seu aspecto numenal   não é como tal em absoluto, nunca é manifestada como tal, e funciona como uma urgência inidentificável, como espontaneidade, independente de deliberação, conceitualização, e toda atividade   fenomenal.

Esta volição numenal não é nem volição nem não-volição: é a volição que é não-volição, como wei é a ação que é wu wei  , para toda interferência da parte de um eu-conceito é excluída, e a ação (wei) é a expressão de volição.

Ultimamente é o que intemporalmente somos, pois é desprovida de objetividade. É o que todos os seres sencientes são, toda Natureza que vêm à manifestação e retorna à não-manifestação, que nasce ou brota, crescem madura, reproduz e morre. É o viver   não-volicional que é aquele de um Homem   de Tao  .


Numenicamente

Quem aí está para possuir ou exercer volição? Quem aí está para experimentar os resultados da volição?

Quem aí está para criar uma causa  ? Quem aí está para sofrer   um efeito?

Não há entidade para exercer volição, não há entidade para sofre os resultados de volição.

Não há uma entidade nem de causa nem de efeito.


Fenomenicamente

Sujeito-objeto fenomênico são eles mesmos resultados de temporalidade.

Causa-efeito fenomênico são eles mesmos dependente da aparente serialidade do tempo.

Sujeito-objeto fenomênico nunca estão aparte, não são entidades independentes: são um   conceito integral revelando o mecanismo da manifestação.

Causa-efeito fenomênico nunca estão separados, cada um é ambos, dependente do tempo, descrevendo a operação temporal do universo   manifestado.

Sujeito-objeto e causa-efeito fenomênicos não somente são cada um único conceito dividido pela ilusão temporal, ambos são aspectos de um único conceito e são idênticos.

Portanto podem se chamados «objeto causal sujeito-efetivo», e causação é um nome para o processo de objetivação pelo qual o universo sensorial é produzido.

Repito: somente um objeto pode sofrer, pois requer um objeto para experimentar sofrimento, e somente um objeto pode sofrer o efeito de uma causa.

Portanto somente objetos podem estar envolvidos em causação e condicionamento, pois sujeito fenomênico se torna objeto no instante   de tal ocorrência  .

A subjetividade numenal deve ser eternamente não afetada pela causação. A subjetividade numenal é eternamente incondicionada e ilimitada.

Original

All PHENOMENA, being the result of objectivisation, are necessarily conditioned and subjected to the chain of causation.

Causation, being subjected to what we conceive as Time and Space, implies Space-Time, and vice versa, so that causation and volition may be regarded as one.

Therefore every possible kind of temporal activity must be conditioned and subjected to the chain of causation.

Per contra whatever is intemporal, or whatever intemporality is, cannot be bound by the chain of causation—since it cannot be subjected to Space-Time.

But whatever we are, whatever sentient-beings may be, is intemporal, and that which appears in Space-Time is phenomenal only.

Volition, therefore, in its phenomenal aspect is a manifestation of an I-concept, and it must be an element in the chain of causation, whereas “volition” in its noumenal aspect is not in fact such at all, is never manifest as such, and functions as an unidentifiable urge, as spontaneity, independent of deliberation, conceptualisation, and all phenomenal activity.

This noumenal volition is neither volition nor non-volition: it is volition that is non-volition, as wei is the action that is wu wei, for all interference on the part of an I-concept is excluded, and action (wei) is the expression of volition.

Ultimately it is what intemporally we are, for it is devoid of objectivity. It is what all sentient beings are, all Nature that comes into manifestation and returns to non-manifestation, that is born or sprouts, grows, matures, reproduces and dies  . It is the non-volitional living which is that of a Man of Tao.


Noumenally

Who is there to possess or exercise volition? Who is there to experience the results of volition?

Who is there to create a cause? Who is there to suffer an effect?

There is no entity to exercise volition, there is no entity to suffer the results of volition.

There is neither a causal nor an effectual entity.

Phenomenally

Phenomenal subject-object are themselves results of temporality.

Phenomenal cause-effect are themselves dependent on the apparent seriality of time.

Phenomenal subject-object are never apart, are not independent entities: they are one whole concept revealing the mechanism of manifestation.

Phenomenal cause-effect are never separate, each is both  , dependent on time, describing the temporal operation of the manifested universe.

Phenomenal subject-object and cause-effect not only are each a single concept divided by the temporal illusion, both are aspects of a single concept and are identical.

Therefore they can be called “causal subject-effectual object,” and causation is a name for the process of objectivisation whereby the sensorial universe is produced.

I repeat: only an object can suffer, for it requires an object to experience suffering, and only an object can suffer the effect of a cause.

Therefore only objects can be involved in causation and conditioning, for phenomenal subject becomes object at the instant of any such occurrence.

Noumenal subjectivity must be eternally unaffected by causation. Noumenal subjectivity is eternally unconditioned and unbound.


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