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Fazer em Segredo

segunda-feira 28 de março de 2022

      

EVANGELHO DE JESUS  : Mt 6:1-8


Philokalia   Jean-Claude Larchet  : Philokalia-Therapeutes - TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS ESPIRITUAIS Al que está habitado por la cenodoxia ésta lo consagra a toda clase de males. Los que obran a fin de ser glorificados por los hombres ya han recibido su recompensa  , dice Cristo (Mt   6,2) quien dirige también esta otra advertencia: «Desdichados de ustedes cuando todo el mundo hable bien de ustedes» (Lc   6, 26). «Dios ha disipado los huesos de los que complacen a los hombres» constata el salmista (Salmo   52, 6). «Sea en esta vida, sea en la otra, penas y sufrimientos siguen a la cenodoxia» escribe Máximo - s. Máximo. s. Juan Crisóstomo señala que «los deseos de honores son la fuente   de los más grandes males» y observa a propósito de la búsqueda de los primeros lugares bajo el impulso de la cenodoxia: «Esta pasión es extrañamente peligrosa». Diadoco - S. Diadoco de Foticé, por su parte, hace notar que los demonios toman, sobre todo, el amor por la gloria, como una ocasión para ejercitar su malicia y que por él «saltan en el alma   como por una ventana oscura y la saquean».
Gnosticismo   Roberto Pla  : Evangelho de Tomé - Logion 6
Filosofia Michel Henry  : Michel Henry Palavras do Cristo   - PALAVRAS DO CRISTO

Atrás do caráter ético dos preceitos formulados, convém reconhecer   a significação abissal desta resposta  . "A relação entre o mundo e nossa própria vida aí se propõe sob a forma de uma oposição radical entre o visível invisível - visível e o invisível". O mundo é o reino do visível, a vida aquele do invisível. Ao mundo pertence tudo aquilo que é suscetível de aparecer   diante do olhar, de se dar em espetáculo em uma "phos   - luz" que é o mundo ele mesmo. Esta luz surge de um distanciamento das coisas em um "horizonte  " de exterioridade   sobre a tela da qual toda coisa aparece para nós — neste "fora", neste "diante", neste "diante de nós", neste "diante dos homens" que é o mudo como tal. A luz deste horizonte de visibilidade é frequentemente denominada nos Evangelhos   "a glória   do mundo", por oposição à revelação invisível da vida em nós, designada como "o segredo" — um segredo que nós somos nós mesmo por consequência — ou ainda nomeado "a glória de Deus  ".

Ora esta divisão radical entre os dois   reinos do visível e do invisível nos concerne, nós que pertencemos ao mundo tanto quanto à vida. Por um lado, o homem   se mostra nos mundo sob o aspecto de um corpo objetivo similar àquele das coisas. É assim que ele se dá a ver aos outros homens assim como a ele mesmo. Quando este corpo age, sua ação reveste o aspecto de um deslocamento exterior, ela aparece objetiva como este corpo. Mas sabemos que o corpo só a aparência visível de uma carne   vivente, se experimentando a si mesma na vida, invisível como ela. Só esta carne vivente, feita de nossas impressões, de nossos desejos, de nossos esforços para os satisfazer e assim de nossas penas e de nossas alegrias, constitui nossa realidade verdadeira, o coração   e o segredo de nosso ser. Porque esta carne invisível define nossa corporeidade verdadeira, é nela também que se realizam todas as nossas ações consideradas em sua realidade efetiva da qual não apreendemos jamais senão uma aparência exterior, por assim dizer o envelope. Deste descolamento entre nossas ações reais e sua aparência nasce a possibilidade da hipocrisia que habita o mundo dos homens e da qual se vê aqui que ela não se limita de maneira alguma a suas palavras mas concerne também seus atos.

Na passagem de Mateus além de sua significação ética evidente, esta crítica da atitude que se constata frequentemente nos seres e que consiste a buscar no olhar dos outros uma justificação do que se faz e assim do que se é si mesmo   — seu próprio “prestígio” — repousa na oposição crucial do visível invisível - visível e do invisível, do exterior interior - exterior e do interior, oposição que atravessa todo o ensinamento do Cristo. Tal oposição, aquela da realidade, que se tem no “coração”, e da aparência, que é aquela do mundo, funda a “possibilidade” mesma da hipocrisia. Também está ela em obra na polêmica contra os fariseus   dos quais este engano   não é o menor defeito  . Ela se encontra também na diatribe apaixonada do Cristo em (Mt 23,27).

A oposição do visível e do invisível — que é retomada e explicitamente formulada no credo cristão — tem uma amplitude filosófica decisiva. Ela não traça uma linha divisória entre o que humano e o que é divino, o invisível designando o “Céu” e se tornando como este último uma espécie de “mundo de trás” ou “além” mítico, objeto de ceticismo para todos aqueles que pretendem se ater ao que se pode ver e tocar. O invisível concerne o homem ele mesmo em sua realidade verdadeira. O homem é duplo com efeito, visível e invisível ao mesmo tempo. A análise de seu corpo só estabeleceu que este último se dá a nós de duas maneiras   diferentes: por um lado, sob a forma de um corpo exterior visível, à maneira dos outros corpos do universo  ; enquanto, por outro lado, cada um vive interiormente seu próprio corpo sob a forma desta carne invisível, sofrente e desejante, com a qual se faz um.

Todavia, os dois termos que aprendemos a distinguir não se situam absolutamente no mesmo plano. Reduzido a seu aspecto objetivo, o corpo só seria uma representação entre todas as outras, uma espécie de imagem como aquela que se vê no espelho   e da qual teria a leveza  , a transparência, a irrealidade, a impotência. Este corpo representado, objeto proposto ao olhar, é em nossa carne invisível que retira sua realidade, a espessura impressível, din  âmica e patética que faz de nossa encarnação - condição encarnada o que ela é. Assim convém afirmar esta verdade a primeira vista perturbadora: no que concerne o homem, é em nossa subjetividade invisível que se mantém nossa realidade, nossa aparência exterior não é precisamente senão uma aparência. Esta tese insólita resulta da polêmica do Cristo contra a hipocrisia dos fariseus como de sua análise do mal. Quer se trate do jejum  , da oração, da ação boa ou má, estas diversas atividades escapam ao mundo visível, se realizam aí onde elas habitam desconhecidas dos outros: no segredo.