EVANGELHO DE JESUS :
- Bem-aventurados - BEATITUDES:
- Fome e Sede - BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA
- Perseguidos - BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA JUSTIÇA.
- Buscai primeiro o Reino de Deus - BUSCAI PRIMEIRO O REINO DE DEUS
DICIONÁRIO TEOLÓGICO DO NOVO TESTAMENTO , COENEN, BEYREUTHER, BIETENHARD dikaiosyné = justiça; díkaios = justo; dikaióô = justificar, reabilitar; dikaíoma = requisito jurídico, precepto legal; dikaíósis = justificação, reabilitação.
Filosofia Antiga António Caeiro : A ARETE COMO POSSIBILIDADE EXTREMA DO HUMANO A excelência (arete), enquanto justiça justificada (dikaiosyne ), é a possibilidade única a escolher, quando nos encontramos na situação destruidora e perversa (kakia ) provocada pela presença do desejo de prazer (epithymia - hedones epithymia) na nossa existência.
Cristologia EL JUSTO Y SU GENERACIÓN
Mestre Eckhart : ES6 - SERMÃO VI
RETO , RETIDÃO, JUSTIÇA (RECHT, GERECHTIGKEIT) (Recht: reto, justo, exato; Gerechtigkeit. retidão, justiça)
Justiça (Gerechtigkeit) diz respeito à retidão, pois contém a palavra recht, que significa reto, direito, no sentido de ereto. Portanto, sem curvas, torturas e torneios, sem desvios, sem senões e titubeios, de alguém que está aberto na fidelidade da sua identidade ao que é da identidade do outro. O justo é quem sabe corresponder à identidade do outro, plenamente, deixando-o ser . Essa conotação da precisão na fidelidade da identidade sua e do outro, faz-nos entender o reto como justo, afeito à precisão da medida própria de cada ente. Ser reto, ereto, conota o estar de pé, cabeça erguida, não na empáfia da pretensão orgulhosa, mas no erguer-se, no identificar-se com, no levantar-se a partir da sua nascividade, da sua natureza. Quem é natural assim é o filho , livre, com o direito à herança, que se move no clã como quem está em casa , e não como escravo , encurvado debaixo de um poder a ele inadequado, imposto de fora. O homem justo, isto é, reto, ereto, está na medida verdadeira, isto é, ajustada na identidade do seu ser. E o ser do homem, na sua essência é igualdade com Deus, ser filho no Filho de Deus , na filiação divina. Estar solto, livre, sem nada, nada tendo nem acima nem abaixo, nem à direita nem à esquerda, estar assim à vontade, em casa, no ser filho de Deus é a liberdade. Esse modo de ser livre é a retidão, a Gerechtigkeit, a justiça.
Raimundo Lulio : Lulio Justitia - JUSTIÇA
Perenialistas Frithjof Schuon : Schuon Esoterismo Principio Via - O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA Poderíamos acrescentar aqui que a qualidade da razão é a justiça, que é objetiva; a da imaginação é a vigilância, que é prospectiva; e a da memória é a gratidão , que é retrospectiva. A injustiça é uma provação, mas a provação não é uma injustiça. As injustiças vêm dos homens, ao passo que as provações vêm de Deus. Aquilo que, da parte dos homens, é injustiça e, consequentemente, mal, é provação e destino da parte de Deus. Temos o direito ou, eventualmente, o dever de combater esse mal, mas devemos nos resignar à provação e aceitar o destino. Isso significa que é preciso combinar as duas atitudes, considerando que toda injustiça que sofremos da parte dos homens é, ao mesmo tempo, uma provação que nos chega da parte de Deus. É importante não confundir as duas dimensões de que acabamos de falar: o fato de Deus nos enviar uma provação não impede que, no plano humano, ela possa ser uma injustiça; o fato de os homens nos tratarem injustamente não impede que isto seja justiça da parte de Deus. Portanto, devemos evitar dois erros: acreditar que um mal é no seu próprio plano um bem ou porque Deus no-lo envia, ou porque Deus o permite, ou porque tudo vem de Deus; e acreditar que uma provação, como tal, é um mal porque a sua forma é um mal e porque nós somos vítimas. Seria errado, também, acreditar que merecemos diretamente uma injustiça porque Deus permite, pois se assim fosse não haveria injustiça e os injustos seriam justos. Seria, também, inteiramente errado pensar que não merecemos uma provação porque nada fizemos que a tenha provocado logicamente.
René Alleau: ASPECTS DE L’ALCHIMIE TRADITIONNELLE
A noção de Justiça na tradição chinesa aparece assim como o atributo essencial, fundamental, do poder imperial antigo. Um imperador injusto expõe ao piores perigos físicos, materiais, todo o Império. As colheitas serão perdidas, o gado perecerá, o comércio estará em risco, monstros nascerão, o «Céu» e a «Terra » testemunharão de sua cólera por cataclismos sem número . Eis poque quase todas as sociedades secretas chinesas que se propunham a derrubar uma dinastia reinante só tinham uma palavra de ordem : «lutar pela Justiça» que não se deve evidentemente interpretar como a afirmação de uma ética sem cometer assim um grave contrassenso. Em realidade, o camponês, o negociante chinês compreendia de pronto o que significava, praticamente, o retorno ao equilíbrio assim exigido: melhores colheitas, afazeres prósperos, etc.