CRISTOLOGIA
Citações dos Padres - em nosso site francês
Michel Henry : Michel Henry Theosis - THEOSIS
PHILOKALIA THEOSIS
George Capsanis, higumeno ou abade do mosteiro de Osiou Grigoriou no Monte Athos, resume assim o processo de theosis ou deificação:
- O homem feito à imagem (eikon - eikonon) de Deus , mas em sua caída “infectado” pelo pecado (hamartia), obscurece esta imagem (eikon).
- O homem interior (eso anthropos), criado segundo esta imagem é incapaz de se realizar a si mesmo se tornando à semelhança de Deus ... tornando-se “como Deus”.
- Cristo , como inalterável, incorruptível ícone de Deus, restaura a imagem caída em Adão para revelar a beleza em nós, ao mesmo tempo que nos ensina e nos guia para o arquétipo divino.
- Transfigurado, Cristo restaura o brilho de uma criação obscurecida pela Queda.
- Assim quando nos tornamos “conformes à imagem de Cristo” (Romanos 8,29), recuperamos nossa natureza mais íntima.
HERMETISMO Festugière : Poimandres Divinização - DIVINIZAÇÃO
PERENIALISTAS Mircea Eliade : HISTÓRIA DAS CRENÇAS E DAS IDÉIAS RELIGIOSAS Já aludimos à deificação (theosis - théôsis) [1] e aos grandes doutores, Gregorio de Nissa - Gregório de Nissa e Máximo o Confessor - Máximo o Confessor, que sistematizaram essa doutrina da união - união com Deus (cf. § 257). Em sua Vida de Moisés, Gregório de Nissa fala da "Trevas - treva luminosa", onde Moisés "declara que vê a Deus" (II, 163-64). Para Máximo o Confessor, essa visão de Deus nas Trevas - trevas efetua a théôsis; em outras palavras, o fiel participa em Deus. A deificação é, portanto, um dom gratuito, "um ato do Deus todo-poderoso que emana livremente da sua transcendência, ainda que permanecendo essencialmente incognoscível" (Jean Meyendorff, Saint Grégoire Palamas et la mystique orthodoxe, p. 45). Da mesma forma, Symeon Novo Teologo - Simeão o Novo Teólogo (942-1022), único místico da Igreja oriental a falar de suas próprias experiências, descreve nestes termos o mistério da divinização: "Concedeste-me, Senhor, que este templo corruptível — minha carne humana — se unisse a Tua santa carne, que meu sangue se misturasse ao Teu; e agora sou Teu membro transparente e translúcido." (Tradução citada por Meyendorff, p. 57)
Como já dissemos, a theosis - théôsis constitui a doutrina central da teologia ortodoxa. Acrescente-se que ela está intimamente ligada às disciplinas espirituais dos hesicastas (de hesychia - hêsukhía, "tranquilidade ", "paz de espírito") , cenobitas que habitavam os mosteiros do monte Sinai. A prática preferida desses monges era a "prece do coração " ou a "prece de Jesus". Este texto curto: "Senhor Jesus Cristo, filho de Deus, tenha piedade de mim " devia ser incansavelmente repetido, meditado e "interiorizado". A partir do século VI, o hesicasmo propaga-se do monte Sinai para o mundo bizantino. João Clímaco (séculos VI-VII), o mais significativo teólogo sinaíta, já havia realçado a importância da hêsukhía (Cf. Kallistos Ware, introdução a Climacus - John Climacus: The Ladder of Divine Ascent, pp. 48 s). Mas é com Niceforo o Solitario - Nicéforo, o Solitário (século XIII), que essa corrente mística se implanta no monte Atos e em outros mosteiros. Lembra Nicéforo que a finalidade da vida espiritual é tomar consciência, através dos sacramentos, do "tesouro escondido no coração"; em outras palavras, juntar o espírito (o nous - noús) ao coração, o "lugar de Deus". Obtém-se essa junção fazendo "descer" o espírito até o coração, tendo por veículo o alento.
Frithjof Schuon : Schuon Pérolas Peregrino - PÉROLAS DE UM PEREGRINO
Somente pela interioridade deificante, seja qual seja seu preço, é o homem perfeitamente conforme a sua natureza.
Aldous Huxley : A FILOSOFIA PERENE Por não sabermos quem somos, por não termos consciência de que o Reino dos Céus está dentro de nós, é que nos comportamos de maneira tola, inúmeras vezes insana, algumas vezes criminosa, mas tão caracteristicamente humana. Somos salvos, libertados e iluminados, ao percebermos a bondade que está dentro de nós, retornando à nossa Base Eterna e permanecendo onde, sem o saber, sempre estivemos. Platão fala no mesmo sentido quando diz, na República, que "a virtude da sabedoria , mais que qualquer coisa, contém o divino elemento que sempre permanece". E no Theaetetus volta ao ponto tantas vezes acentuado pelos que praticaram a religião espiritual de que só nos semelhando à imagem de Deus podemos conhecer Deus — e para nos tornarmos como Deus devemos identificar-nos com o divino elemento que de fato constitui nossa natureza essencial, mas devido, principalmente, à nossa ignorância voluntária, preferimos a inconsciência. Eles estão no caminho da verdade quando apreendem Deus por meio do divino, a Luz pela luz. Philon - Fílon