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DIVINA COMÉDIA
Dante (DC) – Inferno - resumo dos 34 cantos
Inferno – Cantos – Resumo de Louis Lallement
sexta-feira 4 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Divina Comédia – Inferno
Resumo dos cantos a partir de LALLEMENT , Louis. Le sens symbolique de la Divine Comédie. I Enfer. Paris: Guy Trédaniel, 1984
- Canto 1
- Saindo de uma floresta obscura, Dante vê brilhar uma luz sobre um pico
- Tenta aí subir , mas três bestas o impedem disto.
- Surge Virgílio, que se oferece a conduzi-lo lá, passando pelos infernos; a ascensão direta sendo impedida por uma loba que somente será vencida, mais tarde, por um labrador simbólico, o Veltro.
- Virgílio abre para Dante a perspectiva de uma futura ascensão aos céus
- Canto 2
- Dante, assustado, protesta que não é Eneias para descer aos infernos nem S. Paulo para subir aos céus
- Virgílio lhe revela então que foi enviado para conduzi-lo por Beatriz, que foi incitada a fazê-lo por Santa Lúcia, pela iniciativa da Virgem Maria.
- Dante se põe à disposição de Virgílio
- Canto 3
- A porta dos infernos se abrem em um lugar intermediário onde turbilhonam sem fim aqueles que não assumiram a vocação humana
- A fronteira dos infernos é um rio, o Aquerão, que Charon faz os danados atravessarem em sua barca
- Ele recusa de aí levar Dante, que está espiritualmente vivo
- Um relâmpago de luz infernal faz Dante tomar consciência
- Canto 4
- Tendo tomado consciência, Dante se acha no limiar do primeiro círculo dos infernos, o limbo.
- É um lugar obscuro onde estão as almas não culposas às quais faltou o batismo , a graça do Cristo
- Há ali um um oásis iluminado onde residem os grandes espíritos da Antiguidade
- Dante e Virgílio aí são conduzidos por Homero , que os reconhece como dos seus
- Canto 5
- À entrada do segundo círculo encontra-se Minos , o juiz das almas.
- Neste círculo estão os luxuriosos, submetidos a um tempestade perpétua que que se lamentam diante uma "ruína"
- Dante fala a um casal formado por Paolo Malatesta e Francesca da Ramini, que foram mortos de um mesmo golpe de espada e permanecem ligados aí por seu amor culpável.
- Emocionado com a sorte deles, Dante se afasta
- Canto 6
- Dante volta a si mesmo no terceiro círculo
- Aí encontra-se o guardião dos infernos, Cérbero, cão monstruoso de três cabeças que atormenta os danados por seus latidos e os dilacera em pedaços
- Neste círculo estão os gourmands que sofrem uma forte chuva interminável formando a seus pés uma lama negra
- Um deles, denominado Ciacco, o porcalhão, anuncia a Dante qual será a sorte de Florença presa às facções
- Canto 7
- No limiar do quarto círculo se encontra o rei dos infernos, Plutão, deus das riquezas, que chama Satã contra a intrusão de Dante
- Neste círculo, duas tropas de danados rodam sem fim em sentido inverso das rochas onde se abatem de frente
- São os avaros e os pródigos
- Virgílio explica que a distribuição de bens neste mundo provém de uma sabedoria que escapa aos homens
- Virgílio e Dante chegam a um fonte de água marrom, que forma abaixo um pântano, o Styx, quinto círculo dos infernos
- Ali encontram-se os coléricos e os covardes
- À borda do charco encontra-se uma torre, no topo da qual aparecem duas chamas
- Canto 8
- Flégias, vindo da outra margem do Styx, faz Virgílio e Dante atravessarem-no em um barco leve
- Um danado, Filippo Argenti, tenta fazer virar a barca, mas Dante o invectiva e Virgílio o repele, tanto que ele se afoga no pântano.
- Chegados à porta do inferno, Virgílio e Dante se veem interditar a entrada por uma tropa de demônios furiosos.
- Virgílio tenta parlamentar com eles, mas lhe fecham a porta na cara
- Canto 9
- As três Fúrias se desencadeiam contra Dante e querem que a Medusa venha petrificá-lo
- Um Enviado celeste chega, abre a porta de um golpe de vara e impõe o silêncio aos demônios
- Virgílio e Dante atravessam a porta e se encontram no sexto círculo, onde os heréticos e seus adeptos estão em sarcófagos de pedra cercados de chamas
- Canto 10
- Entre eles que não creram na imortalidade da alma , Dante encontra Farinata degli Uberti, chefe gibelino de Florença, esticado em um sarcófago e que manifesta seu orgulho irredutível
- Um outro danado só aparece a meio, Cavalcante Cavalcanti, que se inquieta por seu filho Guido, no passado amigo de Dante
- Farinata anuncia a Dante que será exilado
- Uma trilha permite a Virgílio atravessar com Dante o cemitério infernal em brasas
- Canto 11
- No limite do cemitério se encontra o túmulo do papa Anastase, suposto não crer na Encarnação
- Ele está na beira de um abismo e de baixo sobe um fedor de decomposição
- Dante e Virgílio fazem ali uma parada e Virgílio explica a Dante o ordenamento dos infernos, segundo a moral de Aristóteles
- Em seguida ele retomam sua caminhada até uns escombros permitindo descer ao círculo seguinte
- Canto 12
- No topo dos escombros, que datam da morte de Cristo, a passagem é guardada pelo Minotauro, monstro meio-homem , meio-touro.
- Virgílio o neutraliza em seguida desce com Dante ao sétimo círculo dos infernos
- Em uma primeira zona deste se encontra um lago de sangue borbulhante onde estão mergulhados, mais ou menos profundamente, os assassinos e os tiranos
- Ali reinam os centauros
- Dante obtém de Quíron que um deles, Nessus, leve Dante na garupa para fazê-lo atravessar o rio saindo do lago, ali onde, se atenuando, ele pode ser atravessado para se acceder a uma segunda zona do mesmo círculo
- Canto 13
- Na segunda zona se encontram sarças espinhosas e venenosas que aprisionam as almas dos suicidas e das quais se nutrem Harpias
- Ali está Pierre de la Vigne, conselheiro de Frederico II, que vítima das calúnias foi aprisionado, teve os olhos vazados e se matou
- Cães negros dilaceram os danados que dissiparam loucamente seus bens e que se refugiaram nas sarças.
- Um notário faz alusão às dissensões que suscita em Florença o antigo patrono desta cidade, Marte.
- Canto 14
- A terceira zona é um deserto de areia inflamada por uma chuva contínua de brasas.
- Os blasfemadores ali se encontram imobilizados, notadamente Capaneu, que foi fulminado por Júpiter
- Uma corrente borbulhante atravessa este deserto de areia em um canal de pedra.
- Virgílio a identifica ao Flegetonte, um dos quatro rios infernais da mitologia, formados, diz ele, pelas lágrimas correndo da estátua quebrada de um grande Ancião, o Homem primordial, situada em Creta
- Canto 15
- Neste areal em brasas encontram-se os sodomitas.
- Seguindo o Flegetonte, Dante aí encontra um grupo de clérigos e letrados onde se acha seu antigo mestre, Brunetto Latini.
- Este lhe prediz a glória e o convida a preservar do ódio dos florentinos a santa semente que ele representa
- O velho humanista recomenda a Dante seu Tesouro , obra graças a qual sua memória sobrevive
- Canto 16
- Três eminentes florentinos gostariam de reter Dante e perguntar sobre Florença.
- Como ele responde que é corrompido pelo orgulho e estrangeiros, eles fogem.
- Na beira de um penhasco, de onde o Flegetonte cai com estrondo no vazio, Virgílio joga no abismo a corda com a qual Dante estava cingido, e do fundo do abismo ergue-se então um monstro assustador.
- Canto 17
- Esse monstro, Gerião, tem uma cauda de escorpião cujo veneno contamina o mundo inteiro.
- Representa o engano infernal.
- Virgílio, para negociar com ele, manda Dante ver usurários sentados à beira do abismo, que levam uma bolsa brasonada no pescoço.
- Dante não fala com eles e volta para Gerião, a quem Virgílio cavalga e no qual ele também cavalga.
- O monstro desce em círculos no abismo e os deposita no fundo, no chão do oitavo círculo do submundo, que é todo de pedra.
- Canto 18
- Este círculo, que constitui o fundo do submundo, compreende dez fossas concêntricas, circundando um fosso central, dominado por arcos de rocha formando tantas pontes que permitem atravessá-los e do alto dos quais Dante examinará o conteúdo.
- No primeiro fosso giram em sentido inverso, castigados por demônios, os sedutores e os traficantes de mulheres.
- Ali jaz Jasão, o herói que conquistou o Velocino de Ouro.
- Porém, na segunda cova, cheia de excrementos, está a cortesã Thaïs
- Canto 19
- Na terceira cova estão aqueles que adulteraram coisas sagradas, enterrados de cabeça para baixo no chão de pedra e cujos pés estão queimando no ar.
- Virgílio faz descer Dante no fosso, onde encontra o Papa Nicolau III. Este lhe diz que seus antecessores estão sob ele e que seus sucessores, Bonifácio VIII e Clemente V em particular, virão para afundá-lo ainda mais na pedra.
- Dante vitupera a cupidez dos papas, então Virgílio o sobe do fundo do fosso, carregando-o nos braços
- Canto 20
- No quarto fosso, os adivinhos e magos giram às avessas com a cabeça invertida.
- Dante chora ao ver a imagem humana assim deformada.
- Virgílio mostra-lhe Tirésias, que mudou de sexo manipulando as cobras do caduceu, e especialmente Manto, cuja história ele lhe conta e a das origens de Mântua, sua cidade natal.
- Virgílio apressa a partida, argumentando que a lua vai mudar de hemisfério
- Canto 21
- O quinto fosso é o domínio dos demônios.
- Está cheio de piche fervente e um deles ali atira um danado de Lucca, a quem declara ironicamente: “Aqui, não há Vulto Santo! Com a ponte sobre o próximo fosso quebrada, Virgílio diz a Dante para se esconder atrás de uma pedra e vai perguntar aos demônios se há outra.
- Seu líder, Malacoda, afirma isso, e nomeia uma escolta de dez demônios para levá-los até lá.
- A trupe sai ao som de uma trombeta singular.
- Canto 22
- Do alto do dique por onde caminha com os dez demônios, Dante vê os danados que às vezes emergem do campo .
- Dante questiona um deles que foi arpoado por um demônio.
- Ele é um navarro, fraudulento como todos os que estão lá. Ele engana os demônios que queriam rasgá-lo em pedaços e salta para o campo.
- Dois demônios lutam e caem no campo, onde suas asas ficam presas.
- Dante e Virgílio escapam.
- Canto 23
- Para escapar dos demônios que os perseguem no dique, Virgílio agarra Dante e se deixa deslizar com ele até o fundo do sexto fosso.
- Lá os hipócritas se voltam lentamente, vestidos com pesadas capas douradas de chumbo, e a cada volta pisam em Caifás, preso ao chão por três estacas.
- Virgílio descobre aí que todas as pontes sobre o sexto fosso desmoronaram, mas que os destroços de uma delas possibilitam a escalada.
- Canto 24
- Depois de uma subida difícil, Dante senta-se sem fôlego , mas Virgílio insiste para que ele não ceda ao peso do corpo e eles sobem o arco de pedra íngreme que cruza o sétimo fosso.
- Este, onde estão os ladrões, está cheio de cobras venenosas que mordem e prendem os condenados.
- Um deles, Vanni Fucci, que roubou o tesouro de uma igreja em Pistoia, foi mordido no pescoço por uma cobra e caiu em cinzas, depois se levantou reconstituído, mas atordoado
- Canto 25
- Vanni Fucci apoia Deus com um gesto obsceno e uma cobra o imobiliza atando-se a ele.
- Dante ataca Pistoia e quer que ela seja queimada.
- Um centauro, Caco, chega, carregando um dragão cuspidor de fogo .
- Um trio dos condenados sofre metamorfoses de fusão, um com uma cobra de 1,80 m grudada nele, o outro com uma cobra atacando-o no umbigo.
- Dante está perturbado e perdido diante desse espetáculo
- Canto 26
- Tendo reconhecido cinco florentinos ali, Dante invectiva contra Florença.
- Virgílio deve puxá-lo para a subida na ponte que domina o oitavo fosso.
- Este está cheio de fogos-fátuos que abrigam os condenados culpados de enganação.
- Uma chama de duas pontas contém Diomedes e Ulisses.
- Este conta a Dante como, querendo cruzar os Pilares de Hércules , limites do mundo do homem, e explorar o Oceano desconhecido, naufragou à vista de uma montanha de altura extraordinária, como se atingido por uma paralisação divina
- Canto 27
- Dante é desafiado por Guido da Montefeltro, um homem de guerra conhecido por sua astúcia, que pergunta sobre o destino da Romagna.
- Dante evoca seis cidades que sofrem com seus senhores.
- O danado conta-lhe como, apesar de ter cingido a corda franciscana, Bonifácio VIII pediu-lhe conselhos para capturar uma fortaleza por malandragem e silenciou seus escrúpulos argumentando seus poderes como soberano pontífice.
- Ele cedeu à vontade do papa, pelo qual um demônio reivindicou sua alma após sua morte e ele foi condenado ao fogo por Minos
- Canto 28
- O nono fosso está cheio de condenados mutilados, cujas feridas são constantemente renovadas por um demônio empunhando espadas.
- São os instigadores de cismas e discórdias.
- Muhammad está lá com o corpo aberto de cima a baixo.
- Há Mosca dei Lamberti, que havia aconselhado o assassinato do qual fluíram as divisões florentinas.
- Dante fica fascinado com a visão de Bertrand de Born, famoso poeta e homem da corte, que caminha carregando a cabeça na mão como uma lanterna, por ter trazido discórdia entre um velho rei e seu filho
- Canto 29
- Dante vê alguém de seu sangue lá, Geri del Bello, mas Virgílio insiste para que ele ignore e eles atravessam a ponte que domina o décimo fosso.
- Neste, os falsificadores apodrecem como leprosos e Dante vê dois deles se dilacerando.
- Há um sienesa, Griffolino d’Arezzo, que se gabava de poder voar no ar e que acaba na fogueira como alquimista, assim como seu compatriota Capocchio, que se gaba de ter imitado bem a natureza.
- Dante tributa os sieneses com leviandade
- Canto 30
- Os danados mordem e destroem uns aos outros bestialmente, tendo perdido a razão.
- São aqueles que falsificaram sua pessoa , como Gianni Schicci para fazer um testamento falso e Myrrha para deitar na cama do pai.
- Ali estão também, por ter falsificado a verdade, Sínon o grego, que fez entrar o falso cavalo em Troia, e a esposa de Potifar que falsamente acusou José.
- Eles jazem juntos paralisados.
- Sínon briga com um certo Mestre Adamo, que falsificara a moeda florentina cunhada na imagem do Batista e que uma sede inextinguível devora a lembrança de sua montanha natal que corre águas vivas
- Canto 31
- Atravessando o dique que margeia o fosso, Virgílio e Dante aproximam-se do fosso central, de onde vem o som de uma trompa, poderosa como um trovão.
- ** Na beira do fosso ficam a meio comprimento os Titãs que se revoltaram contra Júpiter e foram por ele abatidos.
- Dante vê lá Nimrod que sopra a trompa e cuja linguagem confusa é ininteligível, depois Efialtes, acorrentado, cujas convulsões parecem terremotos, finalmente Anteu, gigante dotado de força telúrica, por quem Virgílio, segurando Dante abraçado, é baixado para o fundo do fosso
- Canto 32
- O nono círculo do inferno é um lago de gelo, o Cócito, no qual estão os traidores.
- Em uma primeira zona, a Caïna, as cabeças dos condenados emergem, viradas para baixo.
- Dante vê dois irmãos que se mataram e que, grudados pela gelo, colidem furiosamente.
- Em uma segunda zona, a Antenora, os rostos dos condenados estão roxos de frio e o próprio Dante está congelado. Ele chuta com o pé a cabeça do homem que causou a derrota dos guelfos de Florença.
- Lá o Conde Ugolin rói interminavelmente o crânio do Arcebispo Ruggieri, fixado com ele no mesmo buraco no gelo.
- Canto 33
- Ugolin conta como o arcebispo o matou de fome, preso em uma torre com seus filhos, cuja carne acabou comendo.
- Dante invectiva Pisa.
- Em uma terceira zona, os Tolomea, os danados, cujas cabeças ainda estão surgindo, estão com o rosto erguido, mas os olhos cheios de gelo.
- Frate Alberigo, que se diz o homem dos frutos da jardim ruim, aludindo a como mandou matar seus pais em um banquete , ensina a Dante que muitos dos condenados caem ali antes de morrer, um demônio sendo substituído a sua alma
- Canto 34
- Na área central do Cocito, o Giudecca, os condenados estão totalmente presos no gelo.
- Lá está Lúcifer, emergindo do gelo em sua cintura.
- Ele tem três rostos e esmaga três danados, Judas , o traidor por excelência, Brutus e Cássio, os assassinos de César.
- Suas asas produzem um vento gelado.
- Virgílio faz Dante descer ao longo de seu corpo até os quadris, e depois de uma inversão da cabeça aos pés eles sobem ao longo de suas pernas até saírem do gelo.
- Virgílio explica que eles cruzaram o centro da terra , o polo de gravidade e estão ortogonalmente ao Calvário.
- Eles se encontram em uma caverna onde termina um riacho fino, que será seu fio de Ariadne para subir do fundo do inferno, até que revejam as estrelas.
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