Este último [razão (logos )], também, tem dois aspectos: um concernente aos objetos de intelecção, o outro aos objetos de sensação. Destes, o primeiro, aquele concernente aos objetos de intelecção, é ciência (episteme ) e a razão científica (epistemonikos logos), enquanto aquele concernente aos objetos de sensação é opinião (doxa), e razão opinativa (doxastikos logos). [Didaskalikos 4, 154,25-9]
A opinião é a combinação da memória e da percepção. Pois quando primeiro encontramos algo perceptível, e dele obtemos uma percepção, e disso uma memória, e mais encontramos o mesmo perceptível de novo, conectamos a memória preexistente com a percepção subsequente e dizemos dentro de nós mesmos «Sócrates!», «Cavalo!», «Fogo !», etc. E isto é chamado opinião (doxa) — nossa conexão (syntithenai ) da percepção preexistente com a percepção novamente produzida. [Didaskalikos 4, 154,40-155,5]
E por sua vez, posto que dos objetos de sensação alguns são primários, tais como qualidades, i. é. cor, ou brancura, e outros acidentais, tais como «branco» ou «colorido», e seguindo estes o conjunto (athroisma), tais como fogo ou mel (Teeteto 156d-157c), mesmo assim haverá um tipo de percepção dos sentidos concernente aos objetos primários, chamada «primária», e outra concernente aos secundários, chamada «secundária». [Didaskalikos 4, 156,1-6]
Os sensíveis primários e secundários são julgados (krinein) pela percepção da sensação não sem a ajuda da razão opinativa (dokastikos logos), enquanto o conjunto (athroisma) é julgado pela razão opinativa, não sem a ajuda da percepção da sensação (Timeu 28a). [Didaskalikos 4, 156,1-6]