Página inicial > Antiguidade > Platão (V-IV aC) > Platão - Fédon (97b-99d) — A promessa de Anaxágoras

Diálogos de Platão

Platão - Fédon (97b-99d) — A promessa de Anaxágoras

Fédon

terça-feira 7 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro

      

Nunes

Ao ouvir  , porém, certa vez alguém ler num livro de Anaxágoras   – segundo dizia – que a mente   é organizadora e causa   de tudo, fiquei satisfeitíssimo com semelhante causa, por parecer-me de algum modo, muito certo que a mente   fosse a causa de tudo, tendo imaginado que, a ser assim mesmo, como coordenadora do Universo  , a mente disporia cada coisa particular pela melhor maneira possível. Se alguém quisesse explicar a causa de como alguma coisa nasce ou morre ou existe, teria apenas de descobrir qual é a melhor maneira para ela de existir, sofrer   ou produzir seja o que for. Segundo esse critério, só o que importa ao homem   considerar, tanto em relação a si mesmo   como a tudo o mais, é o modo melhor e mais perfeito. Desse jeito, ficaria necessariamente conhecendo o pior  , por ambos serem objeto do mesmo conhecimento. Depois dessas reflexões, alegrei-me ao pensar que havia encontrado em Anaxágoras um professor da causa das coisas como havia muito eu desejava, que começaria por dizer-me se a Terra   é chata ou redonda, e depois me explicaria a causa e a necessidade   dessa forma, recorrendo sempre ao princípio do melhor, com demonstrar   que para a Terra era melhor mesmo ser assim. No caso de dizer que a Terra se encontra no centro  , explicaria porque motivo é melhor para ela ficar no centro. Se ele me demonstrasse esse ponto, decidir-me-ia, de uma vez por todas, a não procurar outra espécie de causa. O mesmo faria com relação ao Sol, à Lua  , e aos outros astros, no que diz respeito à sua velocidade relativa, o ponto de conversão e demais acidente a que estão sujeitos, bem como a razão de ser melhor para cada um deles fazer o que fazem ou sofrer o que sofrem. Um momento sequer não podia admitir que, depois de afirmar que tudo está ordenado pela mente, indicasse outra causa que não a de ser melhor para tudo proceder como procedem. Ao atribuir uma causa particular a cada coisa e ao conjunto  , estava certo de que no mesmo ponto demonstraria o que para cada um era melhor e em que consistia para todos o bem comum. Por nada do mundo abriria mão dessa esperança. Por isso, havendo tomado do livro com sofreguidão, li-o de um fôlego  , para poder ficar conhecendo, o mais depressa possível, tanto o melhor com o pior.

Porém, não demorei, companheiro, a cair do alto dessa maravilhosa expectativa  , ao prosseguir na leitura e verificar que o nosso homem não recorria à mente para nada, nem a qualquer outra causa para a explicação da ordem   natural   das coisas, senão só o ar, ao éter  , à água, e uma infinidade mais de causas extravagantes. Quis parecer-me que com ele acontecia como com quem começasse por declarar que tudo o que Sócrates   faz é determinado pela inteligência, para depois, ao tentar apresentar a causa de cada um dos meus atos, afirmar, de início, que a razão de encontrar-me sentado agora neste lugar é ter o corpo composto de ossos e músculos, por serem os ossos duros e separados uns dos outros pelas articulações, e os músculos de tal modo constituídos que podem contrair-se ou relaxar-se, e por cobrirem os ossos, juntamente com a carne   e a pele que os envolvem. Sendo móveis os ossos em suas articulações, pela contração ou relaxamento dos músculos fico em condições de dobrar neste momento os membros, razão de estar agora sentado aqui com as pernas flectidas. A mesma coisa se daria, se a respeito de nossa conversação indicasse como causa a voz, o ar, os sons, e mil outras particularidades do mesmo tipo, porém se esquecesse de mencionar as verdadeiras causas, a saber: pelo fato de haverem acordado os Atenienses em condenar-me, pareceu-me, também, melhor ficar sentado aqui, e mais justo submeter-se neste local à pena   cominada. Sim, é isso, pelo cão! Pois de muito, quero crer, este músculos e estes ossos estariam em Mégara ou entre o Beócios, movidos pela ideia do melhor, se não me parecesse muito mais justo e belo, em vez de evadir-me e fugir  , submeter-me à pena   que a cidade me impusera. É o cúmulo do absurdo dar o nome de causa a semelhantes coisas. Se alguém dissesse que sem ossos e músculos e tudo o mais que tenho no corpo eu não seria capaz de pôr em prática nenhuma resolução, só falaria verdade. Porém afirmar que é por causa disso que eu faço o que eu faço, e que, assim procedendo, me valho da inteligência, porém não em virtude da escolha   do melhor, é levar ao extremo a imprecisão da linguagem e revelar-se incapaz de compreender que uma coisa é a verdadeira causa, e outra, muito diferente, aquilo que sem a causa jamais poderá ser causa. A meu parecer, é justamente isso o que faz a maioria dos homens, como que a tatear nas trevas, empregando um termo impróprio e o designando como causa. Daí, envolver um deles a Terra num turbilhão e deixá-la imóvel   debaixo do céu, enquanto outro a concebe à maneira de uma gamela larga, que tem como suporte o ar. Quanto à potência que determinou a atual disposição   das coisas pela melhor maneira, nem a procuram nem concebem que seja dotada de algum poder superior, por se julgarem capazes de encontrar algum Atlante mais forte   e mais imortal do que ela, para manter coeso o conjunto das coisas. Mas que o bem, de fato, e a necessidade abarquem e liguem todas as coisas, é o que não admitem de nenhum modo. De minha parte, para ficar sabendo como atua semelhante causa, de muito bom grado me faria discípulo de quem quer que fosse. Mas, uma vez que não a conheço nem me acho em condições de descobri-la por mim   próprio nem de aprender   com outros o que ela seja: queres que te faça uma descrição completa, Cebete, de como empreendi o segundo roteiro de navegação para a investigação da causa?

Não há o que eu mais deseje, respondeu.

Gredos

»Pero oyendo en cierta ocasión a uno que leía de un libro, según cdijo, de Anaxágoras, y que afirmaba que es la mente lo que lo ordena todo y es la causa de todo,[87] me sentí muy contento con esa causa y me pareció que de algún modo estaba bien el que la mente fuera la causa de todo, y consideré que, si eso es así, la mente ordenadora lo ordenaría todo y dispondría cada cosa de la manera que fuera mejor.[88] Así que si uno quería hallar respecto de cualquier cosa la causa de por qué nace o perece o existe, le sería preciso hallar respecto a ella en qué modo le es mejor ser, o padecer o hacer cualquier otra cosa. Según este razonamiento, dninguna otra cosa le conviene a una persona examinar respecto de aquello, ninguna respecto de las demás cosas, sino qué es lo mejor y lo óptimo. Y forzoso es que este mismo conozca también lo peor. Pues el saber acerca de lo uno y lo otro es el mismo. Reflexionando esto, creía muy contento que ya había encontrado un maestro de la causalidad respecto de lo existente de acuerdo con mi inteligencia, Anaxágoras; y eque él me aclararía, primero, si la tierra es plana o esférica,[89] y luego de aclarármelo, me explicaría la causa y la necesidad, diciéndome lo mejor y por qué es mejor que la tierra sea de tal forma. Y si afirmaba que ella está en el centro,[90] explicaría cómo le resultaba mejor estar en el centro. 98aY si me demostraba esto, estaba dispuesto a no sentir ya ansias de otro tipo de causa. Y también estaba dispuesto a informarme acerca del sol, y de la luna y de los demás astros, acerca de sus velocidades respectivas, y sus movimientos y demás cambios, de qué modo le es mejor a cada uno hacer y experimentar lo que experimenta. Pues jamás habría supuesto que, tras afirmar que eso está ordenado por la inteligencia, se les adujera cualquier otra causa, sino que lo mejor es que esas cosas sean basí como son. Así que, al presentar   la causa de cada uno de esos fenómenos y en común para todos, creía que explicaría lo mejor para cada uno y el bien común para todos.[91] Y no habría vendido por mucho mis esperanzas, sino que tomando con ansias en mis manos el libro, me puse a leerlo lo más aprisa que pude, para saber cuanto antes lo mejor y lo peor.

»Pero de mi estupenda esperanza, amigo mío, salí defraudado, cuando al avanzar y leer veo que el hombre no recurre para nada a la inteligencia cni le atribuye ninguna causalidad en la ordenación de las cosas, sino que aduce como causas aires, éteres, aguas y otras muchas cosas absurdas.[92] Me pareció que había sucedido algo muy parecido a como si uno afirmara que Sócrates hace todo lo que hace con inteligencia, y, luego, al intentar exponer las causas de lo que hago, dijera que ahora estoy aquí sentado por esto, porque mi cuerpo está formado por huesos y tendones, y que mis huesos son sólidos y tienen articulaciones que los separan unos de otros, y los tendones son capaces de contraerse y distenderse, y envuelven los huesos junto con las carnes y con la piel que dlos rodea. Así, al balancearse los huesos en sus propias coyunturas, los nervios al relajarse y tensarse a su modo hacen que yo sea ahora capaz de flexionar mis piernas, y ésa es la razón por la que estoy yo aquí sentado con las piernas dobladas. Y a la vez, respecto de que yo dialogue con vosotros diría otras causas por el estilo, aduciendo sonidos, soplos, voces y otras mil cosas semejantes, descuidando nombrar las causas de everdad: que, una vez que a los atenienses les pareció mejor condenarme a muerte  , por eso también a mí me ha parecido mejor estar aquí sentado, y más justo aguardar y soportar la pena que me imponen. Porque, ¡por el perro!,[93] según yo opino, hace ya tiempo que estos tendones y estos huesos estarían en Megara o en Beocia, arrastrados por la esperanza 99ade lo mejor, si no hubiera creído que es más justo y más noble soportar la pena que la ciudad ordena, cualquiera que sea, antes que huir y desertar.[94] Pero llamar causas a las cosas de esa clase es demasiado absurdo. Si uno dijera que sin tener cosas semejantes, es decir, tendones y huesos y todo lo demás que tengo, no sería capaz de hacer lo que decido, diría cosas ciertas. Sin embargo, decir que hago lo que hago a causa de ellas, y eso al actuar con inteligencia, y no por la elección de blo mejor, sería un enorme y excesivo abuso de expresión. Pues eso es no ser capaz de distinguir   que una cosa es lo que es la causa de las cosas y otra aquello sin lo cual la causa no podría nunca ser causa.[95] A esto me parece que los muchos que andan a tientas como en tinieblas, adoptando un nombre incorrecto, lo denominan como causa. Por este motivo, el uno implantando un torbellino en torno a la tierra hace que así se mantenga la tierra bajo el cielo  , en tanto que otro, como a una ancha artesa le pone por debajo como apoyo el aire.[96] En cambio, la facultad cpara que estas mismas cosas se hallen dispuestas del mejor modo y así estén ahora, ésa ni la investigan ni creen que tenga una fuerza divina, sino que piensan que van a hallar alguna vez un Atlante más poderoso y más inmortal que éste y que lo abarque todo mejor, y no creen para nada que es de verdad el bien y lo debido lo que cohesiona y mantiene todo. Pues yo de tal género de causa, de cómo se realiza, habría sido muy a gusto discípulo de cualquiera. Pero, después de que me quedé privado de ella y de que no fui capaz yo mismo de encontrarla ni de daprenderla de otro —dijo—, ¿quieres, Cebes, que te haga una exposición de mi segunda singladura[97] en la búsqueda de la causa, en la que me ocupé?

—Desde luego que lo quiero, más que nada —respondió.

Chambry

XLVI. — Mais un jour, ayant entendu quelqu’un lire dans un livre, dont l’auteur était, disait-il, Anaxagore, que c’est l’esprit   qui est l’organisateur et la cause de toutes choses, l’idée de cette cause me ravit et il me sembla qu’il était en quelque sorte parfait que l’esprit fût la cause de tout. S’il en est ainsi, me dis-je, l’esprit ordonnateur dispose tout et place chaque objet de la façon la meilleure. Si donc on veut découvrir la cause qui fait que chaque chose naît, périt ou existe, il faut trouver quelle est pour elle la meilleure manière d’exister ou de supporter ou de faire quoi que ce soit. En vertu de ce raisonnement, l’homme n’a pas autre chose à examiner, dans ce qui se rapporte à lui et dans tout le reste, que ce qui est le meilleur et le plus parfait, avec quoi il connaîtra nécessairement aussi le pire, car les deux choses relèvent de la même science. En faisant ces réflexions, je me réjouissais d’avoir trouvé dans la personne d’Anaxagore un maître selon mon coeur pour m’enseigner la cause des êtres. Je pensais qu’il me dirait d’abord si la terre est plate ou ronde et après cela qu’il m’expliquerait la cause et la nécessité de cette forme, en partant du principe du mieux, et en prouvant que le mieux pour elle, c’est d’avoir cette forme, et s’il disait que la terre est au centre du monde, qu’il me ferait voir qu’il était meilleur qu’elle fût au centre. S’il me démontrait cela, j’étais prêt à ne plus demander d’autre espèce de cause. De même au sujet du soleil, de la lune et des autres astres, j’étais disposé à faire les mêmes questions, pour savoir, en ce qui concerne leurs vitesses relatives, leurs changements de direction et les autres accidents auxquels ils sont sujets, en quoi il est meilleur que chacun fasse ce qu’il fait et souffre ce qu’il souffre. Je n’aurais jamais pensé qu’après avoir affirmé que les choses ont été ordonnées par l’esprit, il pût leur attribuer une autre cause que celle-ci : c’est le mieux qu’elles soient comme elles sont. Aussi je pensais qu’en assignant leur cause à chacune de ces choses en particulier et à toutes en commun, il expliquerait en détail ce qui est le meilleur pour chacune et ce qui est le bien commun à toutes. Et je n’aurais pas donné pour beaucoup mes espérances ; mais prenant ses livres en toute hâte, je les lus aussi vite que possible, afin de savoir aussi vite que possible le meilleur et le pire.

XLVII. — Mais je ne tardai pas, camarade, à tomber du haut de cette merveilleuse espérance. Car, avançant dans ma lecture, je vois un homme qui ne fait aucun usage de l’intelligence et qui, au lieu d’assigner des causes réelles à l’ordonnance du monde, prend pour des causes l’air, l’éther, l’eau et quantité d’autres choses étranges. Il me sembla que c’était exactement comme si l’on disait que Socrate fait par intelligence tout ce qu’il fait et qu’ensuite, essayant de dire la cause de chacune de mes actions, on soutînt d’abord que, si je suis assis en cet endroit, c’est parce que mon corps est composé d’os et de muscles, que les os sont durs et ont des joints qui les séparent, et que les muscles, qui ont la propriété de se tendre et de se détendre, enveloppent les os avec les chairs et la peau qui les renferme, que, les os oscillant dans leurs jointures, les muscles, en se relâchant et se tendant, me rendent capable de plier mes membres en ce moment et que c’est la cause pour laquelle je suis assis ici les jambes pliées. C’est encore comme si, au sujet de mon entretien avec vous, il y assignait des causes comme la voix, l’air, l’ouïe et cent autres pareilles, sans songer à donner les véritables causes, à savoir que, les Athéniens ayant décidé qu’il était mieux de me condamner, j’ai moi aussi, pour cette raison, décidé qu’il était meilleur pour moi d’être assis en cet endroit et plus juste de rester ici et de subir   la peine qu’ils m’ont imposée. Car, par le chien, il y a beau temps, je crois, que ces muscles et ces os seraient à Mégare ou en Béotie, emportés par l’idée du meilleur, si je ne jugeais pas plus juste et plus beau, au lieu de m’évader et de fuir comme un esclave, de payer à l’État la peine qu’il ordonne.

Mais appeler causes de pareilles choses, c’est par trop extravagant. Que l’on dise que, si je ne possédais pas des choses comme les os, les tendons et les autres que je possède, je ne serais pas capable de faire ce que j’aurais résolu, on dira la vérité ; mais dire que c’est à cause de cela que je fais ce que je fais et qu’ainsi je le fais par l’intelligence, et non par le choix du meilleur, c’est faire preuve d’une extrême négligence dans ses expressions. C’est montrer qu’on est incapable de discerner qu’autre chose est la cause véritable, autre chose ce sans quoi la cause ne saurait être cause. C’est précisément ce que je vois faire à la plupart des hommes, qui, tâtonnant comme dans les ténèbres, se servent d’un mot impropre pour désigner cela comme la cause. Voilà pourquoi l’un, enveloppant la terre d’un tourbillon, la fait maintenir en place par le ciel, et qu’un autre la conçoit comme une large huche, à laquelle il donne l’air comme support. Quant à la puissance qui fait que les choses sont actuellement disposées le mieux qu’il est possible, ils ne la cherchent pas, ils ne pensent pas qu’elle possède une sorte de force divine ; mais ils croient pouvoir découvrir un Atlas plus fort, plus immortel qu’elle, et qui maintienne mieux l’ensemble des choses, et ils ne songent jamais qu’en réalité c’est le bien et la nécessité qui lient et maintiennent les choses. Quant à moi, pour connaître une telle cause et savoir ce qu’elle est, je me ferais avec allégresse le disciple de tous les maîtres possibles. Mais comme elle se dérobait et que j’étais impuissant à la trouver moi-même et à l’apprendre d’autrui, j’ai changé de direction pour la chercher. Comment je m’y suis pris, veux-tu, Cébès, dit-il, que je t’en fasse un récit ?

— Si je le veux ! plus que tout au monde, s’écria Cébès.

Jowett

Then I heard someone who had a book of Anaxagoras, as he said, out of which he read that mind was the disposer and cause of all, and I was quite delighted at the notion of this, which appeared admirable, and I said to myself : If mind is the disposer, mind will dispose all for the best, and put each particular in the best place ; and I argued that if anyone desired to find out the cause of the generation or destruction or existence of anything, he must find out what state of being or suffering or doing was best for that thing, and therefore a man had only to consider the best for himself and others, and then he would also know the worse, for that the same science comprised both. And I rejoiced to think that I had found in Anaxagoras a teacher of the causes of existence such as I desired, and I imagined that he would tell me first whether the earth is flat or round ; and then he would further explain the cause and the necessity of this, and would teach me the nature of the best and show that this was best ; and if he said that the earth was in the centre, he would explain that this position was the best, and I should be satisfied if this were shown to me, and not want any other sort of cause. And I thought that I would then go and ask him about the sun   and moon and stars, and that he would explain to me their comparative swiftness, and their returnings and various states, and how their several affections, active and passive, were all for the best. For I could not imagine that when he spoke of mind as the disposer of them, he would give any other account of their being as they are, except that this was best ; and I thought when he had explained to me in detail the cause of each and the cause of all, he would go on to explain to me what was best for each and what was best for all. I had hopes which I would not have sold for much, and I seized the books and read them as fast as I could in my eagerness to know the better and the worse.

What hopes I had formed, and how grievously was I disappointed ! As I proceeded, I found my philosopher altogether forsaking mind or any other principle of order, but having recourse to air, and ether, and water, and other eccentricities. I might compare him to a person who began by maintaining generally that mind is the cause of the actions of Socrates, but who, when he endeavored to explain the causes of my several actions in detail, went on to show that I sit here because my body is made up of bones and muscles ; and the bones, as he would say, are hard and have ligaments which divide them, and the muscles are elastic, and they cover the bones, which have also a covering or environment of flesh and skin which contains them ; and as the bones are lifted at their joints by the contraction or relaxation of the muscles, I am able to bend my limbs, and this is why I am sitting here in a curved posture : that is what he would say, and he would have a similar explanation of my talking to you, which he would attribute to sound, and air, and hearing, and he would assign ten thousand other causes of the same sort, forgetting to mention the true cause, which is that the Athenians have thought fit to condemn me, and accordingly I have thought it better and more right to remain here and undergo my sentence ; for I am inclined to think that these muscles and bones of mine would have gone off to Megara or Boeotia — by the dog of Egypt they would, if they had been guided only by their own idea   of what was best, and if I had not chosen as the better and nobler part, instead of playing truant and running away, to undergo any punishment which the State inflicts. There is surely a strange confusion of causes and conditions in all this. It may be said, indeed, that without bones and muscles and the other parts of the body I cannot execute my purposes. But to say that I do as I do because of them, and that this is the way in which mind acts, and not from the choice of the best, is a very careless and idle mode of speaking. I wonder that they cannot distinguish the cause from the condition, which the many, feeling about in the dark, are always mistaking and misnaming. And thus one man makes a vortex all round and steadies the earth by the heaven ; another gives the air as a support to the earth, which is a sort of broad trough. Any power which in disposing them as they are disposes them for the best never enters into their minds, nor do they imagine that there is any superhuman strength in that ; they rather expect to find another Atlas of the world who is stronger and more everlasting and more containing than the good is, and are clearly of opinion that the obligatory and containing power of the good is as nothing ; and yet this is the principle which I would fain learn if anyone would teach me. But as I have failed either to discover myself or to learn of anyone else, the nature of the best, I will exhibit to you, if you like, what I have found to be the second best mode of inquiring into the cause.

I should very much like to hear that, he replied.


Ver online : PLATÃO