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Tao Te Ching
Matgioi (VR:151-153) – atos e sanções
La Voie rationnelle
segunda-feira 22 de novembro de 2021, por
tradução
Já dissemos da impossibilidade metafísica, matemática e até moral, de uma sanção qualquer aplicada aos atos humanos para além da vida humana, e a uma outra entidade senão o composto humano. Portanto, se há mérito e demérito, se há responsabilidade e sanção, se, em uma palavra, a reação concordante deve se manifestar em alegria ou pena , é sobre o plano humano exclusivamente; e é assim literalmente que “cada ato porta em si sua recompensa ou seu castigo ”. Logo é no plano onde o ato foi cometido, que a sanção atingirá o autor do ato. Como conciliar esta proposição, doravante necessária, com a convicção em que nos encontramos de que “a justiça não é deste mundo”? A resposta a esta objeção infantil é infinitamente simples.
Se considerarmos um ato qualquer nele mesmo, independentemente de tudo o que o precedeu e de tudo o que o seguirá, estaremos concebendo-o de modo diferente daquilo que ele é em realidade, e atribuímos às suas qualidades valores absolutos. A partir daí, exigimos, em seu lugar, uma sanção igualmente absoluta e se coordenando a este ato só. Ora, este ponto de vista é absolutamente falso. E, sem nos sobrecarregarmos sobre a lei das séries, que veremos num estudo ulterior, devemos conhecer, e a cada instante nos lembrar esta verdade que sentimos confusamente, a saber, que nenhum ato é independente da série precedente e da série seguinte, que seus elementos de causalidade e de responsabilidade têm raízes múltiplas e longínquas; em consequência, a sanção que lhe é aplicada imediatamente é solidária, não somente das sanções antecedentes e subsequentes, mas de todas as reações que não são sanções; se a sanção que parece se aplicar a um ato aparece justa aos nossos olhos vis-à-vis deste ato isolado, logo ela será precisamente injusta, posto que jamais este ato é só; a injustiça relativa é assim necessária; e é toda a série de injustiças sucessivas que constitui na realidade a porção humanamente apreciável da justiça universal .
Todo o problema social está aqui incluso; e os mais mais famosos sonhadores e os piores retóricos da anarquia não farão com que se possa obter, no plano contingente da humanidade, a resolução geral e definitiva de uma evolução cíclica por inteiro.
original
Nous avons dit l’impossibilité métaphysique, mathématique, et même morale, d’une sanction quelconque appliquée aux actes humains par delà la vie humaine, et à une autre entité que le composé humain. Donc, s’il y a mérite et démérite, s’il y a responsabilité et sanction, si, en un mot, la réaction concordante doit se manifester en bonheur ou en peine, c’est sur le plan humain exclusivement ; et c’est donc à la lettre que « chaque acte porte en soi sa récompense ou son châtiment ». Il appert donc que c’est dans le plan où l’acte fut commis que la sanction atteint l’auteur de l’acte. Comment concilier cette proposition, désormais nécessaire, avec la conviction où nous sommes que « la justice n’est pas de ce monde » ? La réponse à cette enfantine objection est infiniment simple.
Si nous considérons un acte quelconque en lui-même, indépendamment de tout ce qui l’a précédé et de tout ce qui le suivra, nous le concevons autrement qu’il n’est en réalité, et nous attribuons à ses qualités des valeurs absolues. Et dès lors, nous réclamons, à son endroit, une sanction également absolue et se coordonnant à cet acte seul. Or ce point de vue est absolument faux. Et, sans nous appesantir sur la loi des séries, que nous verrons dans une étude ultérieure, nous devons connaître, et à chaque instant nous rappeler cette vérité que nous sentons confusément, à savoir que nul acte n’est indépendant de la série précédente et de la série suivante, que ses éléments de causalité et de responsabilité ont des racines multiples et lointaines ; en conséquence, la sanction qui lui est appliquée immédiatement est solidaire, non seulement des sanctions antécédentes et subséquentes, mais de toutes les réactions qui ne sont pas des sanctions ; si la sanction qui semble s’appliquer à un acte paraissait juste à nos yeux vis-à-vis de cet acte isolé, elle serait donc précisément injuste, puisque jamais cet acte n’est seul ; l’injustice relative est donc nécessaire ; et c’est toute la série de ces injustices successives qui constitue en réalité la portion humainement appréciable de la justice universelle.
Tout le problème social est ici inclus ; et les plus fameux rêveurs et les pires rhétoriciens de l’anarchie ne feront pas que l’on puisse obtenir, sur le plan contingent de l’humanité, la résolution générale et définitive d’une évolution cyclique toute entière.
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