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Sistema de Informação Geográfico - Um Ensaio de Desconstrução
de Castro: a noção de "meio geográfico
segunda-feira 8 de novembro de 2021, por
A Geografia parece se assentar em uma posição privilegiada [1]. Levando em conta a divisão clássica da Geografia em "Física" e "Humana", percebe-se de imediato o "combate " para a consecução de um empreendimento epistemológico comum, à semelhança do proposto por Bruno Latour , ou seja uma Geografia que se ordene segundo um empreendimento epistemológico que reúna dois eixos de investigação, o Físico e o Humano, ou em outros termos, Natureza e Sociedade. Segundo a ótica da organização do espaço do ser humano , a Geografia se encontra, por conseguinte, na encruzilhada destes eixos. Mas, sob a exigência epistemológica de se deslocar de forma ortogonal à Flatland [2] que estes eixos definem. Neste caso, um deslocamento vertical que possibilite a tão aspirada visão, proposta por um de seus antigos fundadores, Ptolomeu [3]. Uma visão da relação Sociedade-Natureza, que assimile o todo e as partes, o uno e o múltiplo, o global e o local, segundo uma razão contraditória, irredutível a uma lógica conjuntista, já condenada por Castoriadis [4], mas, de fato, alinhada com um reconhecimento da antiga lógica regida pela aceitação de uma coincidentia oppositorum.
Para tal cometimento, é preciso se dar conta daquilo que o geógrafo John Pickles [5] muito bem coloca, com base em uma fórmula de Heidegger , se referindo aos possíveis caminhos para um empreendimento gnosiológico desta natureza: “em toda disciplina científica e em toda perspectiva teórica certos conceitos básicos determinam a maneira pela qual obtemos uma compreensão inicial da matéria onde subjazem todos os objetos que uma ciência toma por tema. Toda investigação positiva é guiada por esta compreensão, ainda que ela seja geralmente pressuposta” (p.15).
Segundo Pickles, apenas com base em tais conceitos e tais perspectivas os fatos têm o significado que têm, e, em uma situação ideal, assim podem geógrafos, sociólogos , antropólogos, e outros cientistas, constituir suas disciplinas. Somente pelo esclarecimento destes conceitos básicos, e pelo esforço de torná-los transparentes, as ciências podem se tornar genuinamente enraizadas. Nas palavras do próprio Heidegger:
[...] a investigação científica fixa por alto e não sem ingenuidade um primeiro recorte dos domínios a estudar. A elaboração de um domínio em suas estruturas fundamentais é de algum modo já operada pela experiência e pela explicitação pré-científicas do setor de ser no qual o domínio a estudar encontra ele mesmo sua delimitação. Os “conceitos de base” assim emergidos ficam então adquiridos, é sobre eles que se guia a primeira detecção concreta deste domínio. Quanto a saber se a investigação deve por conseguinte todo o seu peso a esta positividade, digamos que ela não progride mais quando ela acumula resultados e os reúne nos “manuais”, do que quando, quase sempre em reação a uma tal inflação de conhecimentos sobre a questão, seu progresso verdadeiro consiste a por em questão o que constitui em seu fundo cada um dos domínios visados. O verdadeiro “movimento ” científico se realiza quando as ciências submetem seus conceitos de base a uma revisão mais ou menos radical e que não lhe é transparente. Até que ponto ela é capaz de uma crise de seus conceitos de base, eis o que determina o nível de uma ciência. [6]
Para Pickles, a tradição geográfica tem geralmente assumido uma postura, comparável a de Hartshorne [7], que considera que a reflexão epistemológica e metodológica [8], assim como a determinação da natureza, escopo e finalidade da Geografia, deveriam ser encaradas como um problema de pesquisa empírica, e, portanto, “obtidas através da descrição confiável da Geografia como era vista através dos olhos dos geógrafos do passado , assim como do presente”.
Um esforço que só serve para recuperar os lugares comuns e o discurso oficial da disciplina, segundo Pickles. Ou seja, não torna claro o discurso geográfico, por não problematizar seus conceitos básicos nem tornar transparentes aqueles que são assumidos como intuitivos. Uma abordagem que busca, portanto, reconstruir/reproduzir uma lógica geográfica, privilegiando a investigação de sua prática, como eixo epistemológico/metodológico para seu desenvolvimento enquanto ciência.
Neste sentido, entendemos como sendo da maior relevância o eterno retorno aos conceitos geográficos, especialmente diante das transformações técnicas, científicas, sociais, políticas, culturais, econômicas, e de todos os tipos, pelas quais vem passando a Flatland Sociedade-Natureza. Transformações que efetivamente se manifestam em suas múltiplas dimensões, além deste plano bidimensional, e que, desta maneira, só podem se apresentar ao olhar de um geógrafo, devidamente posicionado face a esta Flatland , e em progressiva ascensão crítica, segundo uma ortogonalidade ímpar a este plano.
A noção e o termo "meio" se encontram entre os conceitos e designações que os geógrafos, até mesmo de forma subliminar, se baseiam na construção de seus discursos e no exercício de sua racionalidade. Com efeito, a ideia de meio, por sua imanência ao «geo-grafar», se naturalizou e se banalizou de tal forma, que perdeu sua força significativa de conceito transversal. Tomando o trabalho do «geo-grafo», como aquele indicado pela composição dos fonemas do próprio vocábulo que o designa, podemos constatar que este trabalho pretende ser uma descrição do mundo, do meio, ou melhor, do "lugar-entorno" de existências humanas, onde eventualmente o próprio geógrafo existe. Tradicionalmente este trabalho tem sido voltado para uma arrolamento e descrição de elementos deste "meio" (casas, vegetação, pessoas, ocupações, montanhas, rios, estradas, etc.), e para um registro de diferentes ocorrências e transações destes elementos em ou entre si mesmos. O grande desafio é: como manter a riqueza da ideia de "meio", especialmente em sua articulação com um lugar qualquer por ele abrangido, formando uma totalidade, em um simples exercício geográfico de enumeração e descrição de elementos do "meio"?
Não pretendemos responder integralmente a esta questão, pelo menos não aqui, mas nos propomos resgatar algumas formulações da ideia de meio, ao longo da história do pensamento geográfico moderno. Não se trata, de maneira nenhuma, de uma tentativa de resumo do monumental trabalho de Clarence Glacken [9], definitivamente uma "enciclopédia do meio geográfico", que seria uma tarefa hercúlea e de certo modo impraticável. Tanto mais, porque as questões originais colocadas por Glacken, em sua monumental obra, em sendo essenciais, permitem tecer um enorme pano de fundo para nossa investigação, sobre o meio técnico-científico-informacional .
Escolhemos para este breve resgate da noção de "meio geográfico" apenas uma personalidade notável, Vidal de La Blache da história da Geografia, cujo pensamento é considerado como fundador [10] da escola francesa de Geografia [11]. Nossa opção se deve a uma questão muito simples, talvez mesmo trivial, que é o fato de se encontrar na base do pensamento de La Blache um tratamento formal e profundo do termo "milieu", que, embora equivalente ao francês environnement, guarda outras conotações que o termo inglês não oferece.
"Meio" em Vidal de la Blache
A ideia de meio para Vidal tem o mesmo caráter sintético e circular da de organismo. Sintético, porque corresponde à fusão de forças de origem diversas que agem simultaneamente lhe dando uma forma. Circular, porque esta forma, que aparece como uma totalidade (a paisagem, p.ex.) é por sua vez, a reunião de diversos elementos em conexão, por sua vez causa e efeito uns dos outros. Dito de outra forma, se trata do resultado de um campo de ação e de tensão particular que é o objeto mesmo do conhecimento. Este esquema, o mesmo que Bergson descreve como o Um (totalidade), não é função da reunião, mas de tensão permanente, segundo o exemplo da luz do sódio. [12]
Segundo o geógrafo Paulo César Gomes, este campo de ação (o meio), que é o domínio da Geografia, se define no seu modo de ser [13]; pois seu fundamento ontológico não é um simples artifício da ciência, mas uma manifestação real e concreta, que pode se tornar objeto de uma curiosidade verdadeiramente científica. O que explica, de certa maneira, a prioridade originalmente dada pela Geografia, ao estudo do meio, o movimento de seus elementos, suas funções e limites. Com efeito, uma notável tentativa de reconstituir um conjunto , um todo organizado de ser-meio, enquanto expressão de uma essência invisível, em movimento no domínio do visível. Em termos metafísicos, o entendimento da ação concreta do Céu sobre a Terra , desenhando sua fisionomia; ação, em grande parte, regida por um ser central, o homem, neste plano de manifestação do Ser.
Para Vidal de La Blache, “o homem faz parte desta cadeia (que une as coisas e os seres) e nas suas relações com o que o cerca, ele é ao mesmo tempo ativo e passivo, sem que seja fácil determinar na maior parte dos casos, até que ponto ele seja um ou outro”. E, ainda mais, “a ação do homem tira sua principal potência dos auxiliares que ela mobiliza no mundo vivente: plantas de cultura, animais domésticos; pois põe em movimento forças contidas, que encontram graças a ele (o homem) o campo livre e que agem” [14].
Gomes afirma que Vidal reconhece que existem limitações evidentes na capacidade de adaptação e transformação do homem em relação às condições do meio. A força humana submetida ao quadro das condições objetivas do meio - luta aberta entre cultura e natureza, da qual a civilização resume em si a tensão. A Geografia se oferece como uma disciplina capaz de inventariar os resultados desta tensão, em termos da organização crescente do espaço do homem.
No pensamento de Vidal de La Blache, segundo Gomes, se manifestam em relação a ideia de meio, os princípios aristotélicos de ato e de potência, consagrados na Idade Média. Princípios que podem ser colocados em perfeita analogia , respectivamente, com a Ação humana e a Natureza.
Reconhecendo que o estudo geográfico passa pelo exame combinado dos fatos humanos e dos fatos físicos, Vidal de La Blache, afirma, por exemplo, sobre a cidade, que na “hierarquia de formas de grupamento, a cidade representa em um grau eminente a emancipação do meio, uma tomada mais forte , mais ampla, do homem sobre a terra. A natureza, sem dúvida, preparou os sítios, mas foi o homem quem criou o organismo” [15]. Ou seja, o meio se define em função da obra humana que o transforma.
Em outra colocação, certamente com raízes no Romantismo , Vidal afirma: “deve-se partir desta ideia que um sítio é um reservatório onde dormem energias cuja natureza depositou o germe, mas cujo emprego depende do homem” [16]. Em sua obra póstuma, editada em 1921, por seu genro E. de Martonne, Vidal de La Blache parece, em um primeiro momento, reduzir sua visão da ideia de meio às condições físicas (como clima, solo, geomorfologia): “os fatos da Geografia humana ligam-se a um conjunto terrestre e apenas por este são explicáveis; relacionam-se com o meio que, em cada lugar da Terra, resulta da combinação das condições físicas ” [17]. Entretanto, mais adiante neste mesmo livro, se apropriando das ideias da emergente ciência da ecologia, que se manifestavam àquela época, Vidal afirma:
Tal é a lição da ecologia , que devemos às investigações da Geografia botânica: Ecologia, quer dizer, segundo as próprias palavras do criador deste nome (Haeckel), a ciência que estuda ‘as relações mútuas de todos os organismos que vivem num único e mesmo lugar, e a sua adaptação ao meio que os rodeia’. [...] Mas se refletirmos em tudo aquilo que implica esta palavra meio ou environnement, segundo a expressão inglesa; se cogitarmos nos fios ignorados de que é tecida a teia que nos envolve, qual o organismo vivo capaz de subtrair-se-lhe?
Em suma, o que ressalta nitidamente destas investigações é uma ideia essencialmente geográfica: a de um meio compósito, dotado de uma potência tal que pode agrupar, e manter juntamente, seres heterogêneos em combinação e correlação recíproca. Esta noção parece ser a própria lei que rege a geografia dos seres vivos. Cada região representa um domínio, onde se reuniram artificialmente seres díspares, que aí se adaptaram a uma vida em comum . [18]
As colocações de Vidal de La Blache sobre a relação homem-meio receberam de Lucien Febvre uma conotação filosófica, e foram cunhadas sob a ideia de possibilismo, geralmente apresentado como uma reação, ou pelo menos uma antítese ao que se entendia pelo título de determinismo ambiental. Ao articular os polos homem e meio, na constituição de uma paisagem ou de uma região, Vidal efetivamente valoriza a ação humana, introduzindo na díade homem-meio a ideia de grau de liberdade do homem [19].
Apesar de sua motivação anti-mecanicista, o possibilismo é, de certa forma, uma nuança do determinismo, ao matizar a dependência face ao “meio”, sem eliminá-la. “O livre arbítrio que esta lógica se esforça em estabelecer ainda resta confinada no interior de um campo limitado de possibilidades”, segundo Jean Bergevin [20]. Entretanto se nos elevarmos à dimensão metafísica que o possibilismo oferece, confirmamos a visão tradicional platônica-aristotélica, de que o ser prescreve as condições de sua manifestação, sendo estas uma especificação, ou especialização das condições gerais do estado de manifestação visado; sua manifestação, portanto, deve ser um desenvolvimento das possibilidades contidas naquele estado, ou, mais objetivamente, naquele meio [21].
A noção vidaliana de meio, construída em articulação com a noção de sociedade que se elaborava àquela mesma época, parece introduzir uma din âmica promissora na Flatland, estruturada de forma estática pelas dois eixos dimensionais, Sociedade-Natureza, que orientaram o processo de purificação da Razão Moderna, na visão de Bruno Latour.
Ver online : SIG - Sistema de Informação Geográfico ou sig - sintetizador de ilusões geográficas
[1] É interessante notar que na lenda do Graal, existe uma referência na Távola Redonda a um “assento perigoso”: um lugar privilegiado, porém de imensos desafios para seu ocupante; um lugar a ser ocupado pelo melhor de todos os cavaleiros. Com efeito, os lugares privilegiados são por natureza os mais difíceis de se assentar e se manter... O que talvez nos alerte para os desafios da Geografia como discurso do "Geo", algo altamente complexo neste mundo contemporâneo.
[2] A Flatland é nossa apropriação da admirável alegoria na obra de mesmo título de Abbott (ABBOTT, E. A. (1992/1884), Flatland - A Romance of Many Dimensions. New York, Dover), que nos leva à imaginar a desconcertante situação de um habitante de um mundo de apenas duas dimensões (um plano horizontal), e, por conseguinte, suas desventuras em alertar seus conterrâneos sobre vestígios estranhos e inexplicáveis no seu plano de existência, devidos a objetos tridimensionais (para ele desconhecidos por advirem de outra dimensão) atravessando o plano de seu mundo.
[3] Ptolomeu estabeleceu duas concepções maiores na construção da «geo-grafia», enquanto uma descrição (graphia) da Terra. Primeiro o “ponto de distanciamento”, que busca uma espécie de “visão de lugar nenhum”, uma combinação de elevação vertical com interiorização cognoscente, que permite a multiplicação dos pontos de vista sob a forma de olhares que descobrem a superfície da terra, o ecúmeno. Segundo, a racionalidade geométrica da grade ortogonal, com uma função epistemológica, capaz de estabelecer “um índice de ordem que escapa às limitações físicas assim como aos mecanismos mais gerais da morfogênese”. (JACOB, Christian (1992), L’empire des cartes. Approche théorique de la cartographie à travers l’histoire. Paris, Albin Michel.)
[4] CASTORIADIS, C. (1978), Les Carrefours du Labyrinthe. Paris, Seuil.
[5] PICKLES, John (1985), Phenomenology, Science and Geography. Cambridge, Cambridge University Press.
[6] HEIDEGGER, Martin (1986), Être et temps. Tr. Emmanuel Martineau. Paris, Gallimard, p.33.
[7] HARTSHORNE, Richard (1939/1977), The Nature of Geography. Westport, Greenwood Press.
[8] Na interpretação que Pickles faz da posição de Hartshorne: “a meta da metodologia não é defender uma posição uma vez tomada, nem projetar uma nova orientação, mas em vez disto clarificar nossa compreensão mútua do que herdamos através de uma cuidadosa e literal exegese textual”.
[9] GLACKEN, Clarence J. (1967), Traces on the Rhodian Shore. Nature and Culture in Western Thought from Ancient Times to the End of the Eighteenth Century. Berkeley, University of California Press.
[10] Entretanto, qualquer tentativa de compreensão dos fundamentos epistemológicos da geografia vidaliana, se esbarra em uma dificuldade maior: a quase ausência de referencias, em sua obra, a filósofos ou outros pensadores da problemática da pesquisa científica. (BERDOULAY, Vincent (1981), La formation de l’école française de géographie (1870-1914). Paris, CTHS.)
[11] Ibid. e BUTTIMER, Anne (1980), Sociedad y Medio en la Tradicion Geográfica. Barcelona, Oikos-tau.
[12] GOMES, Paulo C. da Costa (sem data), Les composantes de l’epistemologie vidalienne. Mimeo, Université de Paris IV, UER Géographie.
[13] O “espirito geográfico”, ou o “ponto de vista”, o “angulo” ou o “método geográfico”, expressões frequentemente usadas pelos vidalianos, pressupunham “a ideia de unidade terrestre” (ou “princípio de conexidade” como preferia Jean Brunhes), ou como se referia Vidal : “aquilo que Platão chama de espírito sinóptico”. O trabalho de analise deveria se concentrar sobre a lugar, ou a díade lugar-meio, sempre à luz desta visão holística implícita no prefixo “geo” do nome da disciplina.
[14] apud GOMES, Paulo C. da Costa (sem data), Les composantes de l’epistemologie vidalienne. Mimeo, Université de Paris IV, UER Géographie.
[15] apud BERGEVIN, Jean (1992), Déterminisme et géographie. Hérodote, Strabon, Albert le Grand et Sebastian Münster. Sainte-Foy, Les Presses de l’Université Laval.
[16] apud GOMES, Paulo C. da Costa (sem data), Les composantes de l’epistemologie vidalienne. Mimeo, Université de Paris IV, UER Géographie.
[17] LA BLACHE, Vidal de (1954), Princípios de Geografia Humana. Lisboa, Cosmos, p.30
[18] LA BLACHE, Vidal de (1954), Princípios de Geografia Humana. Lisboa, Cosmos, p.34
[19] A ação humana está em condições de se realizar graças a diversidade de elementos do meio, ou de possibilidades, que ela pode tirar partido. A liberdade do homem de organizar a superfície terrestre em função de suas necessidades e aspirações está submetida evidentemente às limitações impostas pelo meio. (Berdoulay, 1981)
[20] BERGEVIN, Jean (1992), Déterminisme et géographie. Hérodote, Strabon, Albert le Grand et Sebastian Münster. Sainte-Foy, Les Presses de l’Université Laval.
[21] Mas, ao mesmo tempo, “as influencias do meio não se revelam para nós, a não ser através de uma massa de contingências históricas que as encobrem” (apud Berdoulay, 1981). É surpreendente a semelhança desta colocação de Vidal de La Blache, com a ideia de D’Arcy Thompson (THOMPSON, D.W. (1966), On Growth and Form. Cambridge, Cambridge University, Press), apresentada anteriormente, de que uma forma qualquer representa um “diagrama de forças” do meio onde se insere.