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Diálogos de Platão

Platão (República:L7:514a-518b) – Alegoria da Caverna

República

domingo 7 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro

      

PLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017.

      

Maria Helena da Rocha Pereira

514a — Depois disto — prossegui eu — imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna  , com uma entrada aberta para a luz  , que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por causa   dos grilhões; serve-lhes de iluminação um   fogo   que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho   ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero   dos tapumes que os homens dos «robertos» colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles.

— Estou a ver — disse ele.

— Visiona também ao longo deste muro, homens que transportam toda a espécie de objectos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e de animais  , de pedra   e de madeira   515a, de toda a espécie de lavor; como é natural  , dos que os transportam, uns falam, outros seguem calados.

— Estranho quadro e estranhos prisioneiros são esses de que tu falas — observou ele.

— Semelhantes a nós — continuei —. Em primeiro lugar, pensas que, nestas condições, eles tenham visto, de si mesmo   e dos outros, algo mais que as sombras projectadas pelo fogo na parede oposta da caverna?

b — Como não — respondeu ele —, se são forçados a manter a cabeça imóvel   toda a vida?

— E os objectos transportados? Não se passa o mesmo com eles?

— Sem dúvida.

— Então, se eles fossem capazes de conversar uns com os outros, não te parece que eles julgariam estar a nomear objectos reais, quando designavam o que viam?

— É forçoso.

— E se a prisão tivesse também um eco na parede do fondo? Quando algum dos transeuntes falasse, não te parece que eles não julgariam outra coisa, senão que era a voz da sombra que passava?

— Por Zeus  , que sim!

c — De qualquer modo — afirmei — pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objectos.

— E absolutamente forçoso — disse ele.

— Considera pois — continuei — o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, a andar e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor  , e o d deslumbramento   impedi-lo-ia de fixar os objectos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para objectos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objectos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que era? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objectos vistos outrora eram mais reais do que os que agora lhe mostravam?

— Muito mais — afirmou.

— Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria e luz, doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia, para buscar refúgio junto dos objectos para os quais podia olhar, e julgaria ainda que estes eram na verdade mais nítidos do que os que lhe mostravam?

— Seria assim — disse ele.

— E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir   o caminho rude e íngreme, e não o deixassem fugir   antes de o arrastarem até à luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por ser assim arrastado, e, depois de 516a chegar à luz, com os olhos deslumbrados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objectos?

— Não podería, de facto, pelo menos de repente.

— Precisava de se habituar, julgo eu, se quisesse ver o mundo superior. Em primeiro lugar, olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objectos, reflectidas na água, e, por último, para os próprios objectos. A partir de então, seria capaz de contemplar o que há no céu, e o próprio céu, durante a noite, olhando para a luz das estrelas e da Lua  , mais b facilmente do que se fosse o Sol   e o seu brilho de dia.

— Pois não!

— Finalmente, julgo eu, seria capaz de olhar para o Sol e de o contemplar, não já a sua imagem na água ou em qualquer sítio, mas a ele mesmo, no seu lugar.

— Necessariamente.

— Depois já compreendería, acerca do Sol, que é ele que causa as estações e os anos e que tudo dirige no mundo c visível, e que é o responsável por tudo aquilo de que eles viam um arremedo.

— É evidente   que depois chegaria a essas conclusões.

— E então? Quando ele se lembrasse da sua primitiva habitação, e do saber que lá possuía, dos seus companheiros de prisão desse tempo, não crês que ele se regozijaria com a mudança e deploraria os outros?

— Com certeza  .

— E as honras e elogios, se alguns tinham então entre si, ou prêmios para o que distinguisse com mais agudeza os objectos que passavam, e se lembrasse melhor quais os que costumavam passar em primeiro lugar e quais em último, d ou os que seguiam juntos, e àquele que dentre eles fosse mais hábil em predizer o que ia acontecer — parece-te que ele teria saudades ou inveja   das honrarias e poder que havia entre eles, ou que experimentaria os mesmos sentimentos que em Homero  , e seria seu intenso desejo «servir junto de um homem   pobre  , como servo   da gleba»e antes sofrer tudo do que regressar àquelas ilusões e viver   daquele modo?

e — Suponho que seria assim — respondeu — que ele sofreria tudo, de preferência a viver daquela maneira.

— Imagina ainda o seguinte — prossegui eu —. Se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?

— Com certeza.

— E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado   sempre prisioneiros, no período em que ainda estava ofuscado, antes de adaptar a 517a vista — e o tempo de se habituar não seria pouco — acaso não causaria o riso, e não diríam dele que, por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena   tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?

— Matariam, sem dúvida — confirmou ele.

— Meu caro Gláucon, este quadro — prossegui eu — deve agora aplicar-se a tudo quanto dissemos anteriormente b, comparando o mundo visível através dos olhos à caverna da prisão, e a luz da fogueira que lá existia à força do Sol.

Quanto à subida ao mundo superior e à visão do que lá se encontra, se a tomares como a ascensão da alma   ao mundo inteligível, não iludirás a minha expectativa  , já que é teu desejo conhecê-la. O Deus   sabe se ela é verdadeira. Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se c que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

— Concordo também, até onde sou capaz de seguir a tua imagem.

— Continuemos pois — disse eu —. Concorda ainda comigo, sem te admirares pelo facto de os que ascenderam àquele ponto não quererem tratar dos assuntos dos homens, antes se esforçarem sempre por manter a sua alma nas alturas d. É natural que seja assim, de acordo com a imagem que delineámos.

— É natural — confirmou ele.

— Ora pois! Entendes que será caso para admirar, se quem descer destas coisas divinas às humanas fizer gestos disparatados e parecer muito ridículo, porque está ofuscado e ainda não se habituou suficientemente às trevas ambientes, e foi forçado a contender, em tribunais ou noutros lugares, acerca das sombras do justo ou das imagens das e sombras, e a disputar sobre o assunto, sobre o que supõe ser a própria justiça quem jamais a viu?

— Não é nada de admirar.

518a — Mas quem fosse inteligente — redargui — lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito  , por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não b estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível essa zombaria do que se se aplicasse àquela que descia do mundo luminoso.

— Falas com exactidão — afirmou.

Conrado Eggers Lan

514a—Después de eso —proseguí— compara nuestra naturaleza respecto de su educación y de su falta de educación con una experiencia como ésta. Represéntate hombres en una morada   subterránea en forma de caverna, que tiene la entrada abierta, en toda su extensión, a la luz. En ella están desde niños con las piernas y el cuello encadenados, de modo que deben permanecer allí y mirar sólo delante de ellos, porque las bcadenas les impiden girar en derredor la cabeza. Más arriba y más lejos se halla la luz de un fuego que brilla detrás de ellos; y entre el fuego y los prisioneros hay un camino más alto, junto al cual imagínate un tabique construido de lado a lado, como el biombo que los titiriteros levantan delante del público para mostrar, por encima del biombo, los muñecos.

—Me lo imagino.

—Imagínate ahora que, del otro lado del tabique, pasan sombras cque llevan toda clase de utensilios y figurillas de hombres y otros animales, 515ahechos en piedra y madera y de diversas clases; y entre los que pasan unos hablan y otros callan.

—Extraña comparación haces, y extraños son esos prisioneros.

—Pero son como nosotros. Pues en primer lugar, ¿crees que han visto de sí mismos, o unos de los otros, otra cosa que las sombras proyectadas por el fuego en la parte de la caverna que tienen frente a sí?

b—Claro que no, si toda su vida están forzados a no mover las cabezas.

—¿Y no sucede lo mismo con los objetos que llevan los que pasan del otro lado del tabique?

—Indudablemente.

—Pues entonces, si dialogaran entre sí, ¿no te parece que entenderían estar nombrando a los objetos que pasan y que ellos ven?[156]

—Necesariamente.

—Y si la prisión contara con un eco desde la pared que tienen frente a sí, y alguno de los que pasan del otro lado del tabique hablara, ¿no piensas que creerían que lo que oyen proviene de la sombra que pasa delante de ellos?

—¡Por Zeus que sí!

—¿Y que los prisioneros no tendrían por real otra cosa que las csombras de los objetos artificiales transportados?

—Es de toda necesidad.

—Examina ahora el caso de una liberación de sus cadenas y de una curación de su ignorancia, qué pasaría si naturalmente[157] les ocurriese esto: que uno de ellos fuera liberado y forzado a levantarse de repente, volver el cuello y marchar mirando a la luz y, al hacer todo esto, sufriera y a causa del encandilamiento fuera incapaz de percibir aquellas cosas cuyas sombras había visto antes. ¿Qué piensas que respondería si se le dijese que lo que había visto antes eran fruslerías dy que ahora, en cambio, está más próximo a lo real, vuelto hacia cosas más reales y que mira correctamente? Y si se le mostrara cada uno de los objetos que pasan del otro lado del tabique y se le obligara a contestar preguntas sobre lo que son, ¿no piensas que se sentirá en dificultades y que considerará que las cosas que antes veía eran más verdaderas que las que se le muestran ahora?

—Mucho más verdaderas.

—Y si se le forzara a mirar hacia la luz misma, ¿no le dolerían los eojos y trataría de eludirla, volviéndose hacia aquellas cosas que podía percibir, por considerar que éstas son realmente más claras que las que se le muestran?

—Así es.

—Y si a la fuerza se lo arrastrara por una escarpada y empinada cuesta, sin soltarlo antes de llegar hasta la luz del sol, ¿no sufriría acaso y se irritaría por ser arrastrado y, tras llegar a la luz, tendría los ojos 516allenos de fulgores que le impedirían ver uno solo de los objetos que ahora decimos que son los verdaderos?

—Por cierto, al menos inmediatamente.

—Necesitaría acostumbrarse, para poder llegar a mirar las cosas de arriba. En primer lugar miraría con mayor facilidad las sombras, y después las figuras de los hombres y de los otros objetos reflejados en el agua, luego los hombres y los objetos mismos. A continuación contemplaría de noche lo que hay en el cielo   y el cielo mismo, mirando la bluz de los astros y la luna más fácilmente que, durante el día, el sol y la luz del sol.

—Sin duda.

—Finalmente, pienso, podría percibir el sol, no ya en imágenes en el agua o en otros lugares que le son extraños, sino contemplarlo cómo es en sí y por sí, en su propio ámbito.

—Necesariamente.

—Después de lo cual concluiría, con respecto al sol, que es lo que cproduce las estaciones y los años y que gobierna todo en el ámbito visible y que de algún modo es causa de las cosas que ellos habían visto.

—Es evidente que, después de todo esto, arribaría a tales conclusiones.

—Y si se acordara de su primera morada, del tipo de sabiduría existente allí y de sus entonces compañeros   de cautiverio, ¿no piensas que se sentiría feliz del cambio y que los compadecería?

—Por cierto.

—Respecto de los honores y elogios que se tributaban unos a otros, y de las recompensas para aquel que con mayor agudeza divisara las sombras de los objetos que pasaban detrás del tabique, y para el que mejor se acordase de cuáles habían desfilado habitualmente antes y dcuáles después, y para aquel de ellos que fuese capaz de adivinar lo que iba a pasar, ¿te parece que estaría deseoso de todo eso y que envidiaría a los más honrados y poderosos entre aquéllos? ¿O más bien no le pasaría como al Aquiles de Homero, y «preferiría ser un labrador que fuera siervo de un hombre pobre»[158] o soportar cualquier otra cosa, antes que volver a su anterior   modo de opinar   y a aquella vida?

e—Así creo también yo, que padecería cualquier cosa antes que soportar aquella vida.

—Piensa ahora esto: si descendiera nuevamente y ocupara su propio asiento, ¿no tendría ofuscados los ojos por las tinieblas, al llegar repentinamente del sol?

—Sin duda.

—Y si tuviera que discriminar de nuevo aquellas sombras, en ardua competencia con aquellos que han conservado en todo momento las cadenas, y viera confusamente hasta que sus ojos se reacomodaran a ese 517a estado y se acostumbraran en un tiempo nada breve, ¿no se expondría al ridículo y a que se dijera de él que, por haber subido hasta lo alto, se había estropeado los ojos, y que ni siquiera valdría la pena   intentar marchar hacia arriba? Y si intentase desatarlos y conducirlos hacia la luz, ¿no lo matar  ían, si pudieran tenerlo en sus manos y matarlo?

—Seguramente.

—Pues bien, querido Glaucón, debemos aplicar íntegra esta alegoría a lo que anteriormente ha sido dicho, comparando la región que se bmanifiesta por medio de la vista con la morada-prisión, y la luz del fuego que hay en ella con el poder del sol; compara, por otro lado, el ascenso y contemplación de las cosas de arriba con el camino del alma hacia el ámbito inteligible, y no te equivocarás en cuanto a lo que estoy esperando, y que es lo que deseas oír. Dios sabe si esto es realmente cierto; en todo caso, lo que a mí me parece es que lo que dentro de lo cognoscible se ve al final, y con dificultad, es la Idea   del Bien. Una vez cpercibida, ha de concluirse que es la causa de todas las cosas rectas y bellas, que en el ámbito visible ha engendrado la luz y al señor de ésta, y que en el ámbito inteligible es señora y productora de la verdad y de la inteligencia, y que es necesario tenerla en vista para poder obrar con sabiduría tanto en lo privado como en lo público.

—Comparto tu pensamiento, en la medida que me es posible.

—Mira también si lo compartes en esto: no hay que asombrarse de que quienes han llegado allí no estén dispuestos a ocuparse de los asuntos humanos, sino que sus almas aspiran a pasar el tiempo arriba; lo cual es natural, si la alegoría descrita es correcta también en esto.d

—Muy natural.

—Tampoco sería extraño que alguien que, de contemplar las cosas divinas, pasara a las humanas, se comportase desma  ñadamente y quedara en ridículo por ver de modo confuso y, no acostumbrado aún en forma suficiente a las tinieblas circundantes, se viera forzado, en los tribunales o en cualquier otra parte, a disputar sobre sombras de justicia o sobre las figurillas de las cuales hay sombras, y a reñir sobre eesto del modo en que esto es discutido por quienes jamás han visto la Justicia en sí.

—De ninguna manera sería extraño.

—Pero si alguien tiene sentido común, recuerda que los ojos pueden 518a ver confusamente por dos tipos de perturbaciones: uno al trasladarse de la luz a la tiniebla, y otro de la tiniebla a la luz; y al considerar que esto es lo que le sucede al alma, en lugar de reírse irracionalmente cuando la ve perturbada e incapacitada de mirar algo, habrá de examinar cuál de los dos casos es: si es que al salir de una vida luminosa ve confusamente por falta de hábito, o si, viniendo de una mayor ignorancia bhacia lo más luminoso, es obnubilada por el resplandor. Así, en un caso se felicitará de lo que le sucede y de la vida a que accede; mientras en el otro se apiadará, y, si se quiere reír de ella, su risa será menos absurda que si se descarga sobre el alma que desciende desde la luz.

—Lo que dices es razonable.

Georges Leroux

« Eh bien, après cela, dis-je, compare notre nature, considérée sous l’angle de l’éducation et de l’absence d’éducation, à la situation suivante. Représente-toi des hommes dans une sorte d’habitation souterraine en forme de caverne. Cette habitation possède une entrée disposée en longueur, remontant de bas en haut tout le long de la caverne vers la lumière. Les hommes sont dans cette grotte depuis l’enfance, les jambes et le cou ligotés de telle sorte qu’ils restent sur place et ne peuvent regarder que ce qui se trouve devant eux, [514b] incapables de tourner la tête à cause de leurs liens. Représente-toi la lumière d’un feu qui brûle sur une hauteur loin derrière eux et, entre le feu et les hommes enchaînés, un chemin sur la hauteur, le long duquel tu peux voir l’élévation d’un petit mur, du genre de ces cloisons qu’on trouve chez les montreurs de marionnettes et qu’ils érigent pour les séparer des gens. Par-dessus ces cloisons, ils montrent leurs merveilles.

– Je vois, dit-il.

– Imagine aussi, le long de ce muret, des hommes qui portent [514c] toutes sortes d’objets fabriqués qui dépassent le muret, des statues d’hommes [515a] et d’autres animaux, façonnées en pierre, en bois et en toute espèce de matériau. Parmi ces porteurs, c’est bien normal, certains parlent, d’autres se taisent.

– Tu décris là, dit-il, une image étrange et de bien étranges prisonniers.

– Ils sont semblables à nous, dis-je. Pour commencer, crois-tu en effet que de tels hommes auraient pu voir quoi que ce soit d’autre, d’eux-mêmes et les uns des autres, si ce ne sont les ombres qui se projettent, sous l’effet du feu, sur la paroi de la grotte en face   d’eux ?

– Comment auraient-ils pu, dit-il, puisqu’ils ont été forcés leur vie durant de garder la tête immobile ? [515b]

– Qu’en est-il des objets transportés ? N’est-ce pas la même chose ?

– Bien sûr que si.

– Alors, s’ils avaient la possibilité de discuter les uns avec les autres, n’es-tu pas d’avis qu’ils considéreraient comme des êtres réels les choses qu’ils voient ?

– Si, nécessairement.

– Et que se passerait-il si la prison recevait aussi un écho provenant de la paroi d’en face ? Chaque fois que l’un de ceux qui passent se mettrait à parler, crois-tu qu’ils penseraient que celui qui parle est quelque chose d’autre que l’ombre qui passe ?

– Par Zeus, non, dit-il, je ne le crois pas.

– Mais alors, dis-je, [515c] de tels hommes considéreraient que le vrai n’est absolument rien d’autre que les ombres des objets fabriqués.

– De toute nécessité, dit-il.

– Examine dès lors, dis-je, la situation qui résulterait de la libération de leurs liens et de la guérison de leur égarement, dans l’éventualité où, dans le cours des choses, il leur arriverait ce qui suit. Chaque fois que l’un d’entre eux serait détaché et contraint de se lever subitement, de retourner la tête, de marcher et de regarder vers la lumière, à chacun de ces mouvements il souffrirait, et l’éblouissement le rendrait incapable de distinguer ces choses [515d] dont il voyait auparavant les ombres. Que crois-tu qu’il répondrait si quelqu’un lui disait que tout à l’heure il ne voyait que des lubies, alors que maintenant, dans une plus grande proximité de ce qui est réellement, et tourné davantage vers ce qui est réellement, il voit plus correctement ? Surtout si, en lui montrant chacune des choses qui passent, on le contraint de répondre à la question : qu’est-ce que c’est ? Ne crois-tu pas qu’il serait incapable de répondre et qu’il penserait que les choses qu’il voyait auparavant étaient plus vraies que celles qu’on lui montre à présent ?

– Bien plus vraies, dit-il. [515e]

– Et de plus, si on le forçait à regarder en face la lumière elle-même, n’aurait-il pas mal aux yeux et ne la fuirait-il pas en se retournant vers ces choses qu’il est en mesure de distinguer ? Et ne considérerait-il pas que ces choses-là sont réellement plus claires que celles qu’on lui montre ?

– C’est le cas, dit-il.

– Si par ailleurs, dis-je, on le tirait de là par la force, en le faisant remonter la pente   raide et si on ne le lâchait pas avant de l’avoir sorti dehors à la lumière du soleil, n’en souffrirait-il pas [516a] et ne s’indignerait-il pas d’être tiré de la sorte ? Et lorsqu’il arriverait à la lumière, les yeux éblouis par l’éclat du jour, serait-il capable de voir ne fût-ce qu’une seule des choses qu’à présent on lui dirait être vraies ?

– Non, il ne le serait pas, dit-il, en tout cas pas sur le coup.

– Je crois bien qu’il aurait besoin de s’habituer, s’il doit en venir à voir les choses d’en-haut. Il distinguerait d’abord plus aisément les ombres, et après cela, sur les eaux, les images des hommes et des autres êtres qui s’y reflètent, et plus tard encore ces êtres eux-mêmes. À la suite de quoi, il pourrait contempler plus facilement, de nuit, ce qui se trouve dans le ciel, et le ciel lui-même, en dirigeant son regard vers la lumière [516b] des astres et de la lune, qu’il ne contemplerait de jour le soleil et sa lumière.

– Comment faire autrement ?

– Alors, je pense que c’est seulement au terme de cela qu’il serait enfin capable de discerner le soleil, non pas dans ses manifestations sur les eaux ou dans un lieu qui lui est étranger, mais lui-même en lui-même, dans son espace propre, et de le contempler tel qu’il est.

– Nécessairement, dit-il.

– Et après cela, dès lors, il en inférerait au sujet du soleil que c’est lui qui produit les saisons et les années, et qui régit tout ce qui se trouve [516c] dans le lieu visible, et qui est cause d’une certaine manière de tout ce qu’ils voyaient là-bas.

– Il est clair, dit-il, qu’il en arriverait là ensuite.

– Mais alors quoi ? Ne crois-tu pas que, se remémorant sa première habitation, et la sagesse de là-bas, et ceux qui étaient alors ses compagnons de prison, il se réjouirait du changement, tandis qu’eux il les plaindrait ?

– Si, certainement.

– Les honneurs et les louanges qu’ils étaient susceptibles de recevoir alors les uns des autres, et les privilèges conférés à celui qui distinguait avec le plus d’acuité les choses qui passaient et se rappelait le mieux celles qui défilaient habituellement avant les autres, lesquelles après et lesquelles ensemble, [516d] celui qui était le plus capable de deviner, à partir de cela, ce qui allait venir, celui-là, es-tu d’avis qu’il désirerait posséder ces privilèges et qu’il envierait ceux qui, chez ces hommes-là, reçoivent les honneurs et auxquels on confie le pouvoir ? Ou bien crois-tu qu’il éprouverait ce dont parle Homère, et qu’il préférerait de beaucoup,

étant aide-laboureur, être aux gages d’un autre homme, un sans terre,

« et subir tout au monde plutôt que de s’en remettre à l’opinion et de vivre de cette manière ? [516e]

– C’est vrai, dit-il, je crois pour ma part qu’il accepterait de tout subir plutôt que de vivre de cette manière-là.

– Alors, refléchis bien à ceci, dis-je. Si, à nouveau, un tel homme descendait pour prendre place au même endroit, n’aurait-il pas les yeux remplis d’obscurité, ayant quitté tout d’un coup le soleil ?

– Si, certainement, dit-il.

– Alors, s’il lui fallait de nouveau concourir avec ceux qui se trouvent toujours prisonniers là-bas, en formulant des jugements pour discriminer les ombres de là-bas, dans cet instant où il se trouve alors aveuglé, avant que [517a] ses yeux ne se soient remis et le temps requis pour qu’il s’habitue étant loin d’être négligeable, ne serait-il pas l’objet de moqueries et ne dirait-on pas de lui : “comme il a gravi le chemin qui mène là-haut, il revient les yeux ruinés”, et encore : “cela ne vaut même pas la peine d’essayer d’aller là-haut ?”. Quant à celui qui entreprendrait de les détacher et de les conduire en haut, s’ils avaient le pouvoir de s’emparer de lui de quelque façon et de le tuer, ne le tueraient-ils pas ?

– Si, absolument, dit-il.

– Eh bien, c’est cette image, dis-je, mon cher Glaucon, [517b] qu’il faut rattacher tout entière à ce que nous disions auparavant : en assimilant l’espace qui se révèle grâce à la vue à l’habitation dans la prison, et le feu qui s’y trouve à la puissance du soleil, et en rapportant la remontée vers le haut et la contemplation des choses d’en-haut à l’ascension de l’âme vers le lieu intelligible, tu ne risques pas de te tromper sur l’objet de mon espérance, puisque c’est sur ce sujet que tu désires m’entendre. Seul un dieu sait peut-être si cette espérance coïncide avec le vrai. Voilà donc comment m’apparaissent les choses qui se manifestent à moi : dans le connaissable, ce qui se trouve au terme, [517c] c’est la forme du bien, et on ne la voit qu’avec peine, mais une fois qu’on l’a vue, on doit en conclure que c’est elle qui constitue en fait pour toutes choses la cause de tout ce qui est droit et beau, elle qui dans le visible a engendré la lumière et le seigneur de la lumière, elle qui dans l’intelligible, étant elle-même souveraine, procure vérité et intellect ; et que c’est elle que doit voir celui qui désire agir de manière sensée, soit dans sa vie privée, soit dans la vie publique.

– Je partage moi aussi ta pensée, dit-il, en tout cas autant que j’en suis capable.

– Alors va, repris-je, partage aussi ma pensée sur ceci et ne t’étonne pas que ceux qui sont allés là-bas ne consentent pas à s’adonner aux affaires des hommes, mais que leurs âmes n’éprouvent toujours d’attirance que pour ce qui est en-haut. Qu’il en soit ainsi n’est sans doute rien que de naturel, [517d] si vraiment là aussi les choses se passent conformément à l’image que nous venons d’esquisser.

– Tout à fait naturel, en effet, dit-il.

– Mais alors, trouves-tu là quelque raison de t’étonner si quelqu’un, qui est passé des contemplations divines aux malheurs humains, se montre malhabile et apparaît bien ridicule, lorsque encore ébloui et avant d’avoir pu s’habituer suffisamment à l’obscurité ambiante, il se trouve forcé, devant les tribunaux ou dans quelque autre lieu, de polémiquer au sujet des ombres de ce qui est juste, ou encore des figurines dont ce sont les ombres, et d’entrer en compétition [517e] sur la question de savoir comment ces choses peuvent être comprises par ceux qui n’ont jamais vu la justice elle-même ?

– Ce n’est d’aucune manière étonnant, dit-il. [518a]

– Mais justement, quelqu’un de réfléchi  , dis-je, se souviendrait qu’il y a deux sortes de troubles des yeux, et qu’ils se produisent suivant deux causes : lorsque les yeux passent de la lumière à l’obscurité, et de l’obscurité à la lumière. Prenant en considération que les mêmes transformations se produisent pour l’âme, chaque fois qu’il verrait une âme troublée et rendue impuissante à distinguer quelque chose, il ne rirait pas de manière stupide, mais il examinerait si, venant d’une vie plus lumineuse, c’est par manque d’habitude qu’elle se trouve dans l’obscurité, ou si, passant d’une ignorance considérable à un état plus lumineux, elle a été frappée d’éblouissement par l’éclat supérieur de la lumière. [518b] Pour lui, dès lors, la première serait remplie de bonheur   par cette expérience et par cette vie, tandis que l’autre serait à plaindre, et dans le cas où il éprouverait le désir de se moquer de cette dernière, son rire serait moins ridicule que s’il prenait pour cible l’âme qui vient d’en haut, de la lumière.

– Ce que tu dis là, dit-il, est certainement très juste.

Thomas Taylor

[514a] “After these things now,” said I, “assimilate, with reference to erudition, and the want of erudition, our nature to such a condition as follows. Consider men as in a subterraneous habitation, resembling a cave, with its entrance expanding to the light, and answering to the whole extent of the cave. Suppose them to have been in this cave from their childhood, with chains both on their legs and necks, so as to remain there, [514b] and only be able to look before them, but by the chain incapable to turn their heads round. Suppose them likewise to have the light of a fire, burning far above and behind them; and that between the fire and the fettered men there is a road above. Along this road, observe a low wall built, like that which hedges in the stage of mountebanks on which they exhibit their wonderful tricks.” “I observe it,” said he. “Behold now, along this wall, men bearing [514c] all sorts of utensils, raised above the wall, and human statues, [515a] and other animals, in wood and stone, and furniture of every kind. And, as is likely, some of those who are carrying these are speaking, and others silent.” “You mention,” said he, “a wonderful comparison, and wonderful fettered men.” “But such, however, as resemble us,” said I; “for, in the first place, do you think that such as these see any thing of themselves, or of one another, but the shadows formed by the fire, falling on the opposite part of the cave?” “How can they,” said he, “if through the whole of life they [515b] be under a necessity, at least, of having their heads unmoved?” “But what do they see of what is carrying along? Is it not the very same?” “Why not?” “If then they were able to converse with one another, do not you think they would deem it proper to give names to those very things which they saw before them?” “Of necessity they must.” “And what if the opposite part of this prison had an echo, when any of those who passed along spoke, do you imagine they would reckon that what spoke was any thing else than the passing shadow?” “Not I, by Jupiter!” said he. “Such as these then,” said I, [515c] “will entirely judge that there is nothing true but the shadows of utensils.” “By an abundant necessity,” replied he.

“With reference then, both to their freedom from these chains, and their cure of this ignorance, consider the nature of it, if such a thing should happen   to them. When any one should be loosed, and obliged on a sudden to rise up, turn round his neck, and walk and look up towards the light; and in doing all these things should be pained, and unable from the splendours, to behold the things of which he formerly saw the shadows, [515d] what do you think he would say, if one should tell him that formerly he had seen trifles, but now, being some what nearer to reality, and turned toward what was more real, he saw with more rectitude; and so, pointing out to him each of the things passing along, should question him, and oblige him to tell what it was; do not you think he would be both in doubt, and would deem what he had formerly seen to be more true than what was now pointed out to him?” “By far,” said he.

“And if he should oblige him to look to the light itself, [515e] would not he find pain in his eyes, and shun it; and, turning to such things as he is able to behold, reckon that these are really more clear than those pointed out?” “Just so,” replied he. “But if one,” said I, “should drag him from thence violently through a rough and steep ascent, and never stop till he drew him up to the light of the sun, would he not, whilst he was thus drawn, both be in torment, and be filled with indignation? And after [516a] he had even come to the light, having his eyes filled with splendour, he would be able to see none of these things now called true.” “He would not,” said he, “suddenly at least.” “But he would require, I think, to be accustomed to it some time, if he were to perceive things above. And, first of all, he would most easily perceive shadows, afterwards the images of men and of other things in water, and after that the things themselves. And, with reference to these, he would more easily see the things in the heavens, and the heavens themselves, by looking in the night to the light [516b] of the stars, and the moon, than by day looking on the sun, and the light of the sun.” “How can it be otherwise?” “And, last of all, he may be able, I think, to perceive and contemplate the sun himself, not in water, nor resemblances of him, in a foreign seat, but himself by himself, in his own proper region.” “Of necessity,” said he. “And after this, he would now reason with himself concerning him, that it is he who gives the seasons, and years, and governs all things in the visible place; [516c] and that of all those things which he formerly saw, he is in a certain manner the cause.” “It is evident,” said he, “that after these things he may arrive at such reasonings as these.” “But what? when he remembers his first habitation, and the wisdom which was there, and those who were then his companions in bonds, do you not think he will esteem himself happy by the change, and pity them?” “And that greatly.” “And if there were there any honours and encomiums and rewards among themselves, for him who most acutely perceived what passed along, and best remembered which of them were wont to pass foremost, [516d] which latest, and which of them went together; and from these observations were most able to presage what was to happen; does it appear to you that he will be desirous of such honours, or envy those who among these are honoured, and in power? Or, will he not rather wish to suffer that of Homer, and vehemently desire

As labourer to some ignoble man.

To work for hire . . . . . . .

and rather suffer any thing than to possess such opinions, [516e] and live after such a manner?” “I think so,” replied he, “that he would suffer, and embrace any thing rather than live in that manner.”

“But consider this further,” said I: “If such an one should descend, and sit down again in the same seat, would not his eyes be filled with darkness, in consequence of coming suddenly from the sun?” “Very much so,” replied he. “And should he now again be obliged to give his opinion of those shadows, and to dispute about them with those who are there eternally chained, [517a] whilst yet his eyes were dazzled, and before they recovered their former state, (which would not be effected in a short time) would he not afford them laughter? and would it not be said of him, that, having ascended, he was returned with vitiated eyes, and that it was not proper even to attempt to go above, and that whoever should attempt to liberate them, and lead them up; if ever they were able to get him into their hands; should be put to death?” “They would by all means,” said he, “put him to death.”

“The whole of this image now,” said I, “friend Glauco, “is to be applied to our preceding discourse; [517b] for, if you compare this region, which is seen by the sight, to the habitation of the prison; and the light of the fire in it, to the power of the sun; and the ascent above, and the vision of things above, to the soul’s ascent into the intelligible place; you will apprehend my meaning, since you want to hear it. But God knows whether it be true. Appearances then present themselves to my view as follows. In the intelligible place, the idea of the good is the last object of vision, [517c] and is scarcely to be seen; but if it be seen, we must collect by reasoning that it is the cause to all of every thing right and beautiful, generating in the visible place, light, and its lord the sun; and in the intelligible place, it is itself the lord, producing truth and intellect;1 and this must be beheld by him who is to act wisely, either privately or in public.” “I agree with you,” said he, “as far as I am able.” “Come now,” said I, “and agree with me likewise in this. And do not wonder that such as arrive hither are unwilling to act in human affairs, but their souls always hasten [517d] to converse with things above; for it is somehow reasonable it should be so, if these things take place according to our above mentioned image.” “It is indeed reasonable,” replied he. “But what? do you think that this is any thing wonderful, that when a man comes from divine contemplations to human evils, he should behave awkwardly and appear extremely ridiculous, whilst he is yet dazzled, and is obliged, before he is sufficiently accustomed to the present darkness, to contend in courts of justice, or elsewhere, about the shadows of justice, or those statues which occasion the shadows; and to dispute [517e] about this point, how these things are apprehended by those who have never at any time beheld justice itself?” “This is not at all wonderful,” said he. “But if a man [518a] possesses intellect,” said I, “he must remember, that there is a two-fold disturbance of the sight, and arising from two causes, when we betake ourselves from light to darkness, and from darkness to light: and when a man considers that these very things happen with reference also to the soul, whenever he sees any one disturbed, and unable to perceive any thing, he will not laugh in an unreasonable manner, but will consider, whether the soul, coming from a more splendid life, be darkened by ignorance, or, [518b] going from abundant ignorance to one more luminous, be filled with the dazzling splendour, and so will congratulate the one on its fate and life, and compassionate the life and fate of the other. And if he wishes to laugh at the soul that goes from darkness to light, his laughter would be less improper, than if he were to laugh at the soul which descends from the light to darkness.” “You say very reasonably,” replied he.


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