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Cooperação, Colaboração e Mercado na Cibercultura

Antoun (CCMC) – alguns pensamentos de Howard Rheingold

terça-feira 26 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro

      

Alguns pensamentos de Howard Rheingold  , segundo Henrique Antoun (“Cooperação, Colaboração e Mercado   na Cibercultura”)

      

Quanto mais fácil é para as pessoas formar novas associações mais cresce o capital social destas associações, gerando uma maior prosperidade para todos (Rheingold  , 2002).


Cabe também apontar que um espaço construído através da virtualidade pode se subdividir infinitamente sem maiores custos, como antes apenas era capacitado ao tempo. O espaço virtual pode, deste modo, se transformar e multiplicar na mesma velocidade dos interesses e afetos, garantindo sua reunião e ordenação sem limitar sua orientação e movimentação. Mesmo a distância cognitiva — que emerge com a reprodução barata e ilimitada da informação disponível — é relativizada pelas facilidades de construção de teias de comunicação e de uso de agentes de localização desenvolvidos nas interfaces. Por outro lado a simplicidade em aderir ou abandonar as comunidades transformam o sentido de identidade   e pertencimento, fazendo com que o anonimato e a mobilidade não sejam mais antitéticos à reputação e segurança. A reputabilidade e a resolução de dilemas agora se desenvolvem através de mecanismos de auto-valoração e de auto-regulação embutidos nas próprias interfaces. (Rheingold, 2002)


O hacker emerge como um agente   indeterminado   capaz de se ocupar de todas as diferentes atividades que compõem o universo   da CMC e da TIC. Desenvolvimento de linguagens de programação, configuração e alteração de hardware, produção e transformação de software, desenvolvimento de sistemas operacionais, desenvolvimento de jogos eletrônicos, criação e administração de redes; em todas as áreas o hacker é o mago capaz de realizar o que é vedado às demais criaturas (Levy, 1994). Se considerarmos, entretanto, que a rede institucionalmente foi constituída tanto pelos interesses oriundos da segurança territorial e política, para resolver questões militares de conflito mundial, quanto pelos interesses oriundos da educação e pesquisa científica, para resolver problemas de cooperação em pesquisa; o hacker surge como um agente móvel que vem de fora das instituições (Rheingold, 1993).


O mecanismo de avaliação de um produto ou opinião   pelos próprios compradores e leitores na interface da Amazon, ou o mecanismo de avaliação dos compradores e vendedores por eles próprios na interface do Ebay formam redes de parceria que agregam um alto valor   às empresas através do processo de partilha graciosa (Rheingold, 2002).


A Amazon e o E-bay eliminam empregos e afirmam a superioridade   das chamadas “empresas ponto com” sobre as tradicionais empresas do espaço real (Rheingold, 2002).


A partir desta perspectiva acreditamos que o ciberespaço não se organizaria em massas, mas em multidões (Negri, 2003), distribuídas em comunidades virtuais e integradas em forma de rede (Rheingold, 2002).



NEGRI, A. 2003. Cinco lições sobre Império. Rio de Janeiro, DP&A.
RHEINGOLD, H. 2002. Smart Mobs: the next social revolution. Cambridge, Perseus.


1993. The Virtual Community: homesteading on the electronic frontier. Nova Iorque, Harper Collins.