Até o tempo de Platão techne e episteme ocorrem juntas no sentido mais amplo de conhecimento. “O conhecimento provoca abertura. Abrindo, o conhecimento é um desencobrimento”.
No tocante àquilo que e ao modo em que desencobrem, techne e episteme diferem segundo Aristóteles. A techne “des-encobre o que não se produz a si mesmo e ainda não se dá e propõe, podendo assim apresentar-se e sair, ora num, ora em outro perfil." (Heidegger , 1954/2002, pág. 18)
O des-encobrir da techne recolhe antecipadamente numa unidade o perfil e a matéria de algo a fazer, numa coisa pronta e acabada, determinando daí o modo de elaboração. "É neste desencobrimento e não na elaboração que a techne se constitui e cumpre em uma produção".
A técnica repousa no descobrimento. Se a técnica não se reduz à fabricação, nem aos saberes concernentes à produção e à utilização de instrumentos, é porque a fabricação só é possível na clareira prévia do descobrimento. (...) A produção conduz a coisa à luz da presença, na medida que ela se deixa guiar pelo ser da coisa. (Milet, 2000, pág. 46)