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psychikos / ψυχικός / psíquico / psíquicos / homem psíquico

  

Walter Bauer

Segundo o léxico do NT de Walter Bauer já em Aristóteles se usava em oposição a somatikos, assim sendo usado também por Philon  , como "pertencendo à alma ou vida", sempre denotando a vida do mundo natural e o que quer que a ela pertença, em contraste com o mundo sobrenatural, que é caracterizado por pneuma.

O psychikos anthropos é o homem não espiritual, aquele que vive no puro plano material, sem ser tocado pelo Espírito de Deus, como afirma Paulo Apostolo (referência acima). A sabedoria que não vem de Acima é chamada epigeios, psychikos (não espiritual), daimonioudes como em Thiago 3:15 (acima citado).

Judas chama os mestres do erro de psychikoi (vide citação acima), homens mundanos, que não têm o Espírito, portanto usando a terminologia dos gnósticos  .

Roberto Pla

Há que se agregar que a qualidade de “vivente” incorporada ao Ser espiritual mediante o alento insuflado, é uma contingência própria da temporalidade consubstancial da região intermédia, a esfera psíquica, além de sê-lo também para a região terrena, física; mas tal qualidade resulta desnecessária na esfera do espírito, do homem “em si”, pois a luz superior e a Vida eterna são coexistentes e ambas alheias ao tempo que rege o impulso do “vivente”, tanto para viver como para morrer.

De fato, o alento ou sopro que na Escritura se denomina “nefes” é verdadeiramente vida vinculada a algo que vive graças à “nefes”, e este é o sentido mais objetivo que a ideia de “nefes” comporta. Mas com isto não se esgota à ação de “nefes”, pois sua atividade se manifesta especialmente como uma ação individualizante de índole instintiva, que vai unida à força do desejo, à avidez, ao temor, à fome e a todos os fenômenos de inter-relação orgânica do corpo com a psique. Neste sentido está justificado dizer que “nefes” é alma, mas somente enquanto é movimento que no interior levanta por sua vez respostas de caráter psíquico, geralmente de signo agitado. Na escritura se pode representar a ação de “nefes” como o encrespamento das águas turbulentas, de acordo com a equivalência testamentária: águas = alma. Estas águas ascendem ao pescoço e afogam quando sua ação é muito intensa, até o ponto de interromper o livre curso do alento (nefes) e destruir a vida corporal.

  • É fácil comprovar no AT que o corpo físico, seja do animal (nefes behemah), ou do homem (nefes adam), se converte em um cadáver, uma forma vazia, quando nefes o abandona e não transita por ele.

Mas em todos os casos tem “nefes” um sentido inconfundivelmente objetivo, posto que em nenhuma ocasião é possível considerar a identidade “nefes” = Ser. Assim resulta lógico dizer: “ainda tenho toda a nefes (vida-alma) em mim” (2Sam 1,9), ou melhor, (Deus) “tem em sua mão a nefes (alma) de todo ser vivente” (Jó 12,10).

Como é fácil comprovar, em nenhum caso se produz na Escritura uma referência à alma (nefes) na qual esta não possua manifestamente uma significação objetiva com respeito ao Ser, o qual, em virtude disso aparece sempre como sujeito de sua própria alma. Não pode ser de outra maneira, posto que as simples locuções “minha alma, tua alma”, determinam como sujeito ao possuidor da alma (nefes), da qual, o homem “em si” é a única essência, essa essência da qual, tal como apontavam os naassenos, está privada de alma. (article 9938)


O autor do quarto evangelho assinala em seu Prólogo algumas peculiaridades básicas para ajudar a entender ao homem psíquico universal significado pelo Batista. Segundo diz, o homem psíquico não é a luz (isto bem o sabe cada homem quando tenta penetrar em sua própria psique), senão que vem “como testemunha para dar testemunho da luz”.
  • Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz. (Jo 1:6-8)

Graças ao testemunho que proporciona a razão, a reflexão lógica e em última instância a intuição, podem todos os homens, depois de submergir-se com insistência na água da purificação, adquirir a fé necessária para crer na luz própria. Esta fé que não é possível construir com a vontade, pois vem com liberdade plena quando a transparência das águas deixam ver aos olhos do conhecimento, a luz interior do Reino, como testemunho do tesouro.

Em sua qualidade de “homem primeiro” corresponde ao psíquico ir diante, como precursor, para abrir os caminhos do Senhor oculto à consciência que o ignora, mas ocorre que este, que vem atrás dele, o “homem segundo”, o Filho do homem, se coloca, quando a transformação da consciência se consumiu, diante dele, pois o homem eterno, segundo explica Jesus, “já era antes que Abraão nascesse”.

  • Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. (Jo 8:58)

[breve 7242]

Émile Gillabert

Les psychiques ne possèdent pas la gnose parfaite, mais ils ont la foi. Leur ordre est appelé le « petit » (89-10). Suivant d’autres sources (Exc. Théod. 69), il est reconnu que les pneumatiques, qui sont les éveillés, portent aussi le nom de « petits » en leur stade initial, aussi longtemps qu’ils ne sont pas encore initiés. Ils sont alors appelés : enfants de la Femelle. L’enfant, qu’il soit mâle ou femelle, est appelé à devenir pneuma, pneumatique, esprit vivant. C’est cette dernière expression que nous retrouvons dans le logion 114 de l’Evangile selon Thomas. Ainsi, pour devenir « fils de l’Homme » (log. 106), faut-il quitter l’état de « fils de la Femme », ou « enfant de la Femelle ». Selon les gnostiques, les psychiques ont une certaine nostalgie du Dieu Suprême (130.35 ; 131.9). Ils ont reçu la foi qui leur permet de se dégager de la mati  ère. Certains d’entre eux pourront se convertir et accéder à l’ordre pneumatique car ils vivent dans l’espérance (130.22 ); les autres, les « mélangés » (120.21-22), sont mêlés à l’ordre hylique et vont à la perdition. Selon un certain nombre d’écrits gnostiques, le démiurge est seulement de nature psychique. Il ne peut pas, comme les pneumatiques, entrer dans le plérôme. Il est incapable d’accéder à la connaissance de ce qui est pneumatique. Les prophètes de l’Ancien Testament appartiennent au démiurge. Sa parole se fait entendre par leur voix. Leur activité se produit donc sur le plan psychique (97.22). Tous les prophètes et la loi ont parlé de la part du démiurge (Hip. Elench. VI, 35.1).

Les psychiques ne peuvent arriver à la gnose qu’ils sont inaptes à assimiler mais ils acceptent la foi, c’est-à-dire la croyance aux révélations du démiurge. Ils n’échappent pas pour autant aux passions, à l’ignorance, à la peur : L’ignorance leur inspirait terreur et confusion et les laissait instables, déchirés et divisés ; il y avait beaucoup d’illusions, par quoi ils étaient hantés, et de vaines fictions, comme s’ils étaient plongés dans le sommeil et en proie à des rêves troubles. (Ev. de Vérité 29.2-12).

Les prophètes de l’Ancien Testament sont qualifiés de psychiques. Ce sont aussi les « justes » (111.8), c’est-à-dire qu’ils peuvent atteindre un certain degré de perfection. Chez Ptolémée, les hommes pieux de l’Ancien Testament ressemblent aux membres de l’église chrétienne (non-pneumatique). Ils sont « justes » comme le jeune homme riche de l’Evangile (Adv. Haer. 1,7,2). Ils marchent dans « la foi » (111.16). Ils parlent de la venue du Sauveur, et en cela, ils sont inspirés par le démiurge (111.27) ; 112.1). Chez Héracléon, Jean-Baptiste, en tant que prophète, appartient à l’ordre psychique (Fragm. y et 13). Il est intéressant de rapprocher cette remarque du logion 46 de l’Evangile selon Thomas :

Jésus a dit : Depuis Adam jusqu’à Jean le Baptiste, parmi ceux qui sont enfantés des femmes, aucun ne surpasse Jean le Baptiste, si bien que ses yeux ne seront pas détruits ; mais j’ai dit : celui qui parmi vous sera petit connaîtra le Royaume et surpassera Jean.

Ceux qui sont enfantés de la femme font partie de l’ordre psychique. La plupart y demeurent, certains seulement accèdent à l’ordre des pneumatiques. Ceux-ci, durant leur vie terrestre, portent aussi l’élément psychique. Ils échappent à sa contrainte au moment de l’éveil qui peut survenir déjà pendant le passage sur la terre.

Le Fils est la connaissance du Père. Il se montre aussi aux hyliques (90.11). Néanmoins, à l’encontre des pneumatiques qui le reconnaissent d’emblée dans ses paroles, les psychiques ne peuvent découvrir en lui que l’être psychique, celui qui se signale par les pouvoirs qui ressortissent au mental (guérisons, miracles, rôle historique, projections de toutes sortes). Il est à remarquer que Jésus, lorsqu’il utilisait à l’occasion ses pouvoirs de guérisseur, demandait à son entourage de n’en pas faire état ; il voulait montrer par là que la manifestation d’un pouvoir quel qu’il soit n’était pas le signe visible irrécusable de la réalisation intemporelle. Il y a en effet des gens malfaisants qui détiennent des pouvoirs surprenants. Ceux-ci sont du domaine du mental, ou, si l’on veut, de l’ego. Ils sont donc propres aux psychiques, lesquels sont enchaînés par des mesures, des instants et des moments.

L’attente de la fin du monde, corrélative à celle du Sauveur qui assurera le triomphe final du peuple choisi, est de l’ordre du psychisme, lequel puise dans le passé sa foi dans les événements futurs. Le passé, ce sont les textes qui justifient l’avenir. Or, Jésus nous invite à transcender le temps, à ne pas laisser le mental puiser dans la mémoire pour se projeter vers le futur, à être devant l’événement dans l’attitude d’émerveillement spontané du petit enfant. Bref, Jésus nous demande de passer du plan psychique au plan de la gnose. Une lecture nouvelle des logia dans cette perspective est très éclairante. On comprend alors les quiproquos, les méprises et les malentendus que suscitent les réparties à des niveaux différents. Jésus, en pédagogue avisé, nous « prend » là où nous sommes, mais il ne fait aucune concession à la Vérité et il tient des propos extrêmement fermes pour caractériser ceux qui prétendent abusivement la détenir. Il est la révélation du Père et non du démiurge et de ceux qui se réclament de ce dernier : Ils ont pris les clefs de la gnose et ils les ont cachées... (log. 39). Ils ressemblent à un chien couché dans la mangeoire des bœufs : il ne mange ni ne laisse les bœufs manger (log. 102). Montrez-moi la pierre que les bâtisseurs ont rejetée : c’est elle la pierre d’angle ([log. 66art10278]). Un cep de vigne a été planté en dehors du Père, et, comme il n’est pas fort, il sera extirpé avec sa racine, et il périra (log. 40). Dans cette perspective, on peut lire également tout le chapitre huit de l’Evangile de Jean où Jésus est aux prises avec les juifs ; il révèle un dialogue de sourds d’une intensité bouleversante qui illustre parfaitement le monde qui sépare le psychique du pneumatique.