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Enéada IV, 2
Enéada IV, 2 (4)

  

PLOTINO   - TRATADO 4 (IV,2) - SOBRE A REALIDADE DA ALMA (I)

Este tratado é a sequência do Tratado-2, do qual prossegue a conclusão propondo uma definição da alma. Como os últimos capítulos do Tratado 2 lhe deram a ocasião, Plotino diz aqui da alma que ela é uma realidade indivisível, incorruptível e imortal. Esta tese é defendida com a autoridade platônica do Timeu  , no qual Platão   tinha explicado como a alma do mundo foi engendrada pelo artesão divino a partir de uma mistura "entre a realidade indivisível e que permanece sempre a mesma e a realidade divisível que se se torna nos corpos" (Timeu 35a1-3). Esta fórmula platônica permite a Plotino explicar como, sem ser absolutamente corporal e sem ser divisível como o são os corpos, a alma no entanto é divisível, de uma maneira outra que quantitativa que lhe permite estar presente em todos os corpos. Deve-se assim concordar, em seguida a Platão, que a alma é uma realidade intermediária, ao mesmo tempo indivisível e divisível: indivisível na medida que não é uma quantidade estendida e corporal, mas divisível na medida que ela pode exercer sua atividade nos corpos distintos, múltiplos e separados. É o que precisará de novo o único capítulo que Porfírio   isolou para dele fazer o primeiro tratado da quarta Enéada. [Brisson  ]


Capítulo 1: A realidade da alma [psyche]
  • 1-10. Resumo das conclusões do Tratado 2 (a alma é uma realidade divina [theion] e inteligível [noeton]).
  • 11-17. O sensível [aisthesis] é dividido.
  • 17-29. O inteligível [noeton] é indivisível.
  • 29-41. A alma é uma realidade intermediária [metaxu], ao mesmo tempo indivisível [ameriston] e divisível [meriston].
  • 41-45. A alma é indivisível em si.
  • 45-76. A alma é divisível nos corpos [soma].

Capítulo 2: Analise dicotômica da divisibilidade e da indivisibilidade da alma.

  • 5-35. Exame das consequências da hipótese segundo a qual a alma seria somente divisível. Demonstração de sua impossibilidade.
  • 35-39. Demonstração da impossibilidade da hipótese adversa segundo a qual a alma seria exclusivamente indivisível.
  • 39-49. Conclusão: a alma é ao mesmo tempo divisível e indivisível.